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Não conseguia tirar da cabeça William embriagado. Um nó se formava em minha garganta e meu corpo se retraía sempre que a cena repassava em meus pensamentos. Eu não estava errada em ter medo, vê-lo naquele estado acabou me fazendo desenterrar novamente coisas que eu preferia deixar no esquecimento.
Desci para o desjejum e Elouise não se sentou a mesa comigo, como costumava fazer das outras vezes. Imaginei que ela estivesse na companhia de Jacob aquela hora da manhã.
— Bom dia, milady! — O mordomo apareceu e tirou-me de meus devaneios. — Correspondência para você. Ah, flores também!
— Bom dia! — Ele me entregou as belas flores e logo em seguida uma carta. — Obrigada. — Ele assentiu com a cabeça.
Senti o leve perfume das flores e as coloquei sobre a mesa. Peguei a carta e ao ver o nome de William escrito ali, uma raiva alheia a mim, tomou conta de meu corpo. Rasguei o papel em centenas de pedacinhos. O mordomo, que ainda se encontrava parado, fitou-me em um misto de surpresa. Levantei-me rapidamente decidida a subir para o quarto.
— O que devo fazer com as flores, milady? — A voz me alcançou após eu ter o dado as costas.
— O que quiser, só não as quero na casa.
Ao entrar no quarto deitei-me um pouco, mas não conseguia parar de pensar na carta. Seria um pedido de desculpas? Como fui tola em rasgar antes de ler! Não... Mesmo que fosse eu não saberia como lidar. É melhor que eu não tenha lido. Mas se...
Quando me dei por conta já estava fazendo o percurso de volta até a sala de jantar, os resquícios do que um dia foram uma folha ainda estavam lá. Juntei alguns pedaços, mas eu resgara em fiapos pequenos em demasia.
Droga! O que isso quer dizer? Consegui entender algumas palavras: Culpa... Medo... Mentira.
Isso não adiantava, as palavras separadas não diziam nada. Senti-me mal mais uma vez por tomar uma atitude tão precipitada como a de rasgar a carta. Talvez eu não me agradasse do que lê-se, mas pelo menos não ficaria a me corroer com dúvidas.
— Milady, o que faz aí embaixo da mesa?
Meu coração palpitou mais rápido com o susto por ser surpreendida, e ao tentar levantar-me bati com a cabeça na mesa.
— Aí! Aí! Aí!
Senti minha visão escurecer com tamanha intensidade da pancada. Foquei os olhos em quem se prontificava ali e vi ser o mordomo.
— Pelos céus! A senhora está bem?
Foi a única coisa que consegui escutar antes de apagar completamente.
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O Despertar de Florence
RomanceAo mudar-se para a Escócia com seu marido, Florence, achou estar dando o ponto crucial para sua nova vida feliz. Entretanto, mal sabia que aquilo seria o início do seu próprio inferno pessoal. Um dia, ao ir a um baile da aristocracia, se pegou sendo...