Capítulo 2

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Quando eu me permitia ter acesso às memórias de criança e de minha juventude eu, certamente, via como eu diferia de minha irmã caçula

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Quando eu me permitia ter acesso às memórias de criança e de minha juventude eu, certamente, via como eu diferia de minha irmã caçula. Aurora sempre fora mais sentimental, ela gostava de expressar seus sentimentos, apesar de ter medo de se apaixonar verdadeiramente. De fato ela conseguiu. Seu marido, Charles Brandon, certamente era o sonho da maioria das moças londrinas. Rico, com um título, bonito e de bom caráter — ele certamente já deveria ter destruído muitos corações.

A caçula da família sempre foi mais livre. Gostava de brincar de correr, cavalgar e de qualquer coisa que não a fizesse ser vista como frágil. Eu, pelo contrário sempre gostei mais de me resguardar. Eu gostava da visão de dama puritana ao qual eu era colocada, apesar de às vezes também gostar da liberdade. Quando éramos crianças e íamos a nossa casa de campo eram os dias mais horríveis do ano, eu tinha então que levar alguma amiga e passávamos o resto do dia trancadas no quarto brincando de bonecas. Não é que eu não gostasse da natureza, mas eu preferia o meu conforto.

O grande segredo de minha família era que, na verdade, Aurora não era filha de nosso pai. Mamãe havia tido um caso com um mordomo e ela fora fruto desse romance proibido. Eu sempre soubera da verdade, mas nunca havia tido a coragem de contar a minha irmã. Papai sempre tentou a afastar esforçando-se para criar alguma categoria de barreira entre os dois, e ela nunca entendia o real motivo por ele a tratar diferente.

Eu, agora, me sentia egoísta por nunca ter falado a verdade. Era o direito dela ter o conhecimento sobre sua vida, mas naquele momento eu não quis ficar no meio dos panos quentes.

Quando me apaixonei por Phillip, na minha segunda temporada, foi Aurora que convenceu papai a deixar que o casamento acontecesse. Pois, Phillip era um libertino. Eu sempre fui muito grata pelo esforço que ela fizera, apesar de mal saber ela que minha vida tomaria um rumo bem diferente do planejado.

— Elouise... Bem-vinda a Londres!

Elouise sorriu com emoção ao ver as pessoas caminhando pelas ruas. Eu também sorri. Ao observar a janela da carruagem vi que aquele era apenas mais um dia agitado. Pessoas andando rápido, ladys passeando com seus cachorros ou em direção a uma caminhada ao Hyde Park. Talvez, alguns voltando para suas casas na Hanover Square ou até na Grosvenor Square. Pessoas indo às compras na Oxford Street, ou indo comprar edições de livros em Ludgate Hill, na Paternoster Row.

Parecia mentira voltar a Londres após tanto tempo longe de tudo. Longe daquelas pessoas. Eu tinha a impressão que tudo havia mudado completamente nos quatro anos que eu havia passado fora.

— Onde ficaremos?

— Provavelmente na propriedade dos Beaufort. Pelo menos por um tempo até nos instalarmos. Phillip nunca aceitou meu dote e eu tenho certeza que papai não se recusaria a abrir um fundo e colocá-lo em meu nome.

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