Capítulo 3

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A minha rotina era aquela mesma coisa de sempre, algo chato e normal, eu não sabia o que estava acontecendo comigo, meu coração acelerava quando eu olhava para Anderson e tudo me fazia perder o chão... Principalmente seu cheiro. O cabeludo falava todo dia com sua namorada por telefone e aquilo já estava me deixando com raiva, quem era o babaca disso tudo? Eu! Porque por mais que ele me note, ele só tinha olhos para ela, "o grande amor da vida dele". Ele estava certo. Eu era o babaca ali. O que eu estava pensando? Em ter Anderson pra mim? Que loucura! Aquilo era impossível de acontecer mesmo em meus olhos. Aquela vontade de abraçar ele não diminuía, eu queria poder contar o que eu sinto, eu queria poder conversar com ele sobre meu dia e o ouvir falar do dele. Na verdade, eu poderia passar a vida toda ouvindo ele. Era uma manhã normal ― como sempre naquela droga de colégio ―, entrei em meu colégio e fui direto a minha sala.

Drey e eu não estávamos mais tão próximos assim, afinal ela havia se apegado a Marina, a garota que mais faltava do que ia ao colégio, e eu não sabia o motivo, mas toda vez que uma garota encontra outra garota, elas acabam se aproximando mais e deixando de lado os antigos amigos, principalmente se eles forem garotos. Talvez porque não se sentissem mais "soltas" conversando sobre coisas de garotas com garotos, ou talvez porque acham que os garotos não entendem, mas eu tenho quase certeza que elas perderam a confiança porque a maioria dos garotos são uns babacas. Completos babacas.

Mas eu não me importava tanto. Drey sempre seria minha amiga e eu sabia que ela estaria ali sempre para mim, e por mais que estivéssemos um tanto afastados, eu a amava. Eu me sentia desconfortável às vezes, eu sentia sempre um vazio no meu peito e aquilo doía em mim. Eu nem me importava mais em fazer coisas idiotas como salvar fotos de Anderson em meu celular, ou ficar olhando suas redes sociais por minutos, mas dessa vez eu acho que havia ido longe de mais. Por algum motivo eu havia a foto de And em meu papel de parede, aquilo já estava ficando feio!

Érica era uma das minhas amigas mais próximas no momento, acho que por ela não ter tantos amigos e eu ter sido excluído do que era para ser um trio entre Marina, Drey e eu, acabamos nos aproximando mais. Érica andava comigo pra tudo que é lado daquela escola, ela tirava sarro de minha cara pelo o fato de eu estar me apaixonando por aquele garoto lindo que sempre se sentava perto do jardim da escola com seus grandes cabelos ao vento. Algo estava errado, eu sentia. Entrei na sala do Anderson, e logo vi César se aproximando de mim, o que estava ficando normal, mas mesmo assim eu ainda ficava nervoso, César era primo de Anderson e isso piorava cada vez mais as coisas, tudo ficava cada vez mais difícil, pois tudo o que César descobria, ele contava ao primo.

Eu deveria pensar que aquilo também valia para minha paixãozinha idiota?

— É verdade que tem uma foto do meu primo em seu papel de parede? ― sussurrou César com aquele seu sorrisinho idiota e sarcástico. Ele costumava sempre tomar partido em algo que não era chamado, eu estava começando a acreditar que César também tinha um certo interesse em Anderson.

Dei uma risadinha debochada. Eu queria disfarçar, mas não era possível, eu realmente não entedia como eu vim parar nessa situação. Eu precisava urgentemente analisar quem eu chamava de amigo, pois com certeza havia um "informante" entre eles.

— Pra quê eu iria querer uma foto do seu primo? Eu não banco o tipo "idiota". — falei tentando esconder a vergonha.

Ah, eu bancava sim.

Saí da sala com uma rapidez tão grande que nem o papa-léguas conseguiria me alcançar. Eu tinha o péssimo habito de começar a rir quando me pressionavam sobre algo que eu queria esconder. Minha única saída era ficar ao lado de Érica e Victor, que conversavam sobre um assunto aleatório. Victor era novo no colégio, ele havia se transferido um tanto atrasado, pelo fato dele não ter conseguido se enturmar com ninguém, eu mesmo tinha me aproximado dele e nossa amizade era bem legal até, nos dávamos muito bem, e talvez seja pelo o fato dele ser gay. Victor tinha uma pele muito clara, olhos verdes que brilhavam fortemente toda vez que o sol entrava em contato com eles, e seus cabelos aparentavam ser bem sedosos. Era impossível de não notar a presença daquele garoto por todos os lugares que ele passava. Victor não sabia sobre toda minha história de amor não correspondido, eu tentava frear cada vez mais minha língua sobre esse tipo de assunto, principalmente com os novatos que eu ia puxando para o "nosso grupinho". Mesmo Victor não sabendo de exatamente tudo, ele ainda ficava por dentro de algumas coisas, ele havia visto a foto do Anderson no meu papel de parede junto com a Érica. Aquilo estava ficando ridículo!

Antes do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora