Ava, uma jovem entregue aos cuidados de sua tia desde os primeiros dias de vida, encontrou-se abandonada por essa figura maternal após quase quinze anos de convivência. Diante dessa traição, ela se vê obrigada a compartilhar sua vida com o irmão, Ro...
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ANTHONY ESTAVA APROVEITANDO o seu momento de tranquilidade na sala de jogos de sua casa, imerso em um novo jogo de terror que havia comprado. Ele pausou o jogo para tomar um gole de água, pegando a garrafa que havia deixado no chão para não precisar descer as escadas. Enquanto bebia, três batidas ressoaram na porta do quarto, fazendo-o sentir uma onda de apreensão. Todas as portas estavam trancadas, e ele estava sozinho em casa. Quem poderia estar ali?
Com cautela, Anthony abriu a porta do cômodo e examinou cuidadosamente os dois lados do corredor. Nada parecia fora do lugar. Decidiu fechar a porta e voltar a se sentar no sofá, mas as batidas persistiram, ecoando pelo cômodo. Determinado a descobrir a origem do som, ele se aproximou da porta, percorrendo o corredor com os olhos e os ouvidos atentos. Sentiu então mãos tocando seus ombros por trás, incapaz de olhar para trás. Engoliu em seco e fechou os olhos, enquanto uma gargalhada conhecida preenchia o ar.
— Caramba.— exclamou a garota, surgindo em sua frente.— Você precisava ver a sua cara!— disse Ava, continuando a rir.
— O que você está fazendo aqui?— perguntou Anthony, com um tom de tédio, enquanto ela se dirigia até o sofá da sala onde ele estava sentado e se acomodava.— Aliás, como você entrou aqui? Por favor, não me diga que quebrou parte da porta de novo.
— Claro que não. Entrei por uma das janelas. Vocês precisam reforçar a segurança dessa casa. São tão ricos. Deviam investir nisso.— respondeu Ava, retirando a tampa da garrafa e bebendo um pouco da água de Anthony. Ele achou graça internamente com sua atitude audaciosa.
— Você é cínica, hein.— comentou Anthony.
— Por que? Estou falando sério.— respondeu Ava, enquanto ele se sentava ao lado dela no sofá.
— Mas falando sério, por que você veio aqui?— perguntou ele.
— Eu vi a sua publicação dramática de que ia ficar sem responder mensagens por duas semanas porque estava de castigo. Pensei comigo mesma que um garoto mimado e com uma vida maravilhosa como você deveria estar vivendo um verdadeiro pesadelo ao ficar sem internet. E, bom, quando eu estava sozinha naquele dia, você me ajudou, e sinto que devo algo a você. Mas acho que me enganei, porque ao chegar aqui vejo que você está perfeitamente bem, desobedecendo seus pais.— explicou ela.
— Vai me dar algum tipo de sermão ou me ameaçar?— questionou Anthony, desconfiado.
— Por que eu faria isso? Só porque você está desobedecendo e jogando videogame? isso é fichinha em comparação com as coisas que eu já fiz.—afirmou ela, como se sentisse orgulho de suas próprias travessuras.— o que está jogando?— perguntou, olhando para a televisão.
