V. Atsumu pedia, mas ninguém o escutava.

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TW: Agressão, depressão, ansiedade, abuso sexual, drogas, difamação pública.

Esse começo de capítulo está bem pesado, se você não se sente confortável, leia até uma parte em que escrevi [ ACABOU]. As primeiras cenas falam sobre o que o menino fez com Atsumu.

Abrir os olhos nunca foi uma tarefa tão difícil. Atsumu acordou como se a sua cabeça estivesse sendo chutada. A dor que ele estava sentindo, o enjôo, os seus músculos todos contraídos como se tivesse acabado de treinar na academia. Não existia outra opção a não ser ficar ali, naquela posição.

Mas ele percebeu que não estava sozinho na cama, que havia alguém com ele ali. Atsumu nunca tinha dormido com ninguém da faculdade, principalmente pelo fato que ainda não era assumido "publicamente". Juntou todas as sua forças e virou a sua cabeça para o lado e ver quem estava lá. Era o menino do seu time de vôlei.

Naquele momento, algumas lembranças passaram pela sua mente. Sakusa. Briga. E um lapso temporal enorme até lembrar de estar na cama com esse menino sem mal conseguir se mover ou falar alguma coisa. Atsumu se levantou num pulo, já chorando de raiva, sabia que havia sido drogado por aquele filha da puta que estava deitado com ele, era a única explicação para ele ter ficado mal do jeito que ficou, dois copos de cerveja não fariam isso com ele.

- Que porra que você fez comigo?! - Gritou Atsumu pro menino que acordou sem entender nada.

Quando se deu conta que era Atsumu falando com ele, riu malicioso e respondeu:

- O que foi? Não gostou de ontem?

Atsumu não entendeu bem por que obviamente não se lembrava de tudo mas seu sangue estava fervendo de raiva. Antes que pudesse responder o menino falou novamente:

- Ah, é. Me esqueci que você provavelmente não lembra de nada. Você estava tão bêbado que mal conseguia andar. - Disse se levantando da cama devagar, apenas de cueca. - Mas mesmo naquele estado deplorável você estava quase me lambendo na festa. - Atsumu ficou parado escutando, em choque. - Ué, ainda não se lembrou?

- O que você fez? - Disse quase em um sussurro.

- Já que não lembra, vou te ajudar. - Disse rindo e chegando mais perto de Atsumu. - Você ficou se esfregando em mim a festa toda, Ha... Foi engraçado. Estava quase me implorando pra eu te comer lá mesmo. Você tentou me beijar no meio de todo mundo, mas obvio que eu não deixei, seria nojento. Bem, não sabia que você era gay mas já sentia isso, o que um pouco de boa noite cinderela não faz, não é mesmo? - Disse ficando cara a cara com o loiro, petrificado — puta que pariu. - Ha, não me olhe assim. Como não se lembra de nada? - Disse já rodeando Atsumu em seu discurso feito para humilha-lo. - Não lembra de eu te trazendo pro quarto? E da gente transando gostoso? Não? Nada? Que pena, não é mesmo... - Disse com voz de pena, passando a mão no rosto de Atsumu.

As lágrima de Atsumu se tornaram lágrimas de desespero. Parecia que o menino achava que tudo que ele tinha feito tinha sido justificável. Ele bateu na mão do menino, que riu.

- Você me drogou, abusou de mim... Me estuprou... - Essa última frase nunca foi tão difícil de dizer. - E está rindo como se nada tivesse acontecido? Que porra é essa?! - Ele começou a entrar em pânico. - Seu psicopata!

- Ah, pare com isso. Não é como se um viadinho como você não merecesse isso. - Falou desdenhando.

Atsumu não controlou a raiva que estava sentindo e quando percebeu suas mãos pularam para o pescoço do menino. O mesmo começou a chutá-lo e tentar se soltar. Um dos chutes o acertou bem no estômago e como estava com o corpo inteiro dolorido pela droga, foi como se um carro o tivesse atingido. Ele cambaleou para trás soltando o menino e viu que não venceria aquilo. Enquanto o outro recuperava a respiração, ele pegou a sua camiseta, conseguiu colocar a sua calça milagrosamente e saiu correndo do quarto.

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