Senti meu coração se partir em pedaços minúsculos que desde aquele maldito dia nunca mais conseguir colar, é simplesmente impossível, me quebraram. Tiraram o amor da minha vida de mim e não fazem ideia de como isso me destruiu e não consigo os perdo...
Depois que geral foi embora me joguei no sofá e me peguei pensando em tudo que aconteceu ontem. Foi a primeira vez que realmente sorrir de verdade, que meus pensamentos me deixaram em paz por um tempo e já não estão me perturbando tanto como antes, acho que é a presença dela, daquela maldita desgraçada que ao mesmo tempo que me faz querer matar ela me fazer ama-la de uma forma indescritível.
Estava vendo TV quando Jhow me chamou no rapidinho. Subi correndo até meu quarto e peguei uma blusa do timão a jogando no ombro e coloquei minha pistola na cintura. Desci de volta pra sala pegando meu celular e a chave da minha moto. Depois de trancar tudo desci vazado pra boca, onde Jhow me esperava.
Enquanto descia vi umas crianças jogando bola na rua enquanto alguns moleques desciam o morro correndo atrás de pipa. Isso me faz lembrar da infância que tive com as meninas e depois com os meninos, com certeza foram bons tempos.
Cheguei na entrada da boca e fui cumprimentado por alguns vapores e alguns drogados. Estacionei minha moto e passei pelo beco que dava para a entrada da salinha do Jhow.
-Achei que cê tinha morrido.-Jhow disse jogando a fumaça do seu baseado pra cima.
Mas que tanto de macho é nesse nessa porra? Olhei em volta e tava geral. Pedro, Matheus, João, Guilherme e Lucas. Ou o bagulho tá sério ou vai ficar.
- Que tanto de homem é esse nessa porra aqui? Cabaré de macho?- Perguntei me jogando em um sofá velho que tinha ali.
-Sim, e você será nossa puta.-Lucas disse rindo debochando.
Apenas mostrei o dedo do meio pra ele e todos ali riram igual umas hienas. Bando de drogados do carai.
- Agora é sério. Cala a boca aí fazendo favor.-Jhow disse sério e se sentou direito em sua cadeira.
Todos pararam de rir e olhamos pra ele atentos.
-Daqui duas semanas eu tô indo me mudar com a patroa. Vai ser difícil pra caralho me despedir de vocês e de tudo que construímos juntos mas sei que treinei homens que vão dar continuidade no meu trampo e fazer desse morro o melhor possível. Vou deixar o resto pro meu baile de despedida mas deixo avisado aqui que o Marcos ou MT, como vocês apelidaram ele, será meu substituto. Apartir de agora oque ele falar tá falado, quero filha da puta nenhum batendo de frente com ele.-Jhow disse com firmeza.
Caralho! Como assim esse filha da puta me elege dono do morro assim sem me avisar ? Que presente do caralho esse cara tá me dando. Prometo que de agora em diante farei disso aqui minha vida, vou manter o legado do Jhow e fazer ele se sentir orgulhoso.
Todos me deram os parabéns e ficamos trocando umas ideias. Jhow partiu pra casa da fiel dele e eu e os caras ficamos fumando um baseado pra passar o tempo. Ainda não acredito que agora sou o dono dessa porra toda.
{...}
- Marcos ? - Ouvi a voz de Michelle atrás de mim enquanto eu caninhava pelo morro.
Oh porra viu, pior que bicho de pé.
- Fala- Falei ainda caminhando.
- Da pra você olhar pra mim ? Porque você está assim comigo amor ?- Ela parou na minha frente me impedindo de andar.
Oh Deus me dê paciência pra mim não bater nessa mulher. Que chatice do caralho.
- Já te falei pra não me chamar de amor. E eu tô de boa.- Falei olhando os comércios que tem aqui.
Michelle ficou um tempo calada com cara de quem estava pensando antes de falar.Porra, a mina não vai sair do meu pé nunca.
-Tu está assim por causa daquela vagabunda que chegou de Nova York ?- Michelle disse na maior tranquilidade do mundo.
Quem essa marmita da quebrada tá chamando de vagabunda ? Deve tá querendo ganhar uns tiros na cara pra ficar esperta.
Uma raiva tomou conta de mim e puxei aquela piranha pra um beco que tinha ali. A encostei na parede colocando minha mão com força em seu pescoço enquanto ela olhava assustada.
-Vou te falar uma coisa e tu grava bem isso porque não vou repetir. Alice é mil vezes melhor que você, duas de você não dá uma dela. A única vagabunda aqui é você, projeto de puta. E tu pensa muito bem quando for falar dela.-Falei ainda apertando seu pescoço com força.
-Mas...
Ela ia começar a falar mas a interrompi. Não tô com paciência pra ficar ouvindo a voz dessa garota.
-Cala a boca. Não quero te ouvir. Rala daqui e não faz eu me arrepender de não acabar com você agora.- Soltei seu pescoço e Michele saiu correndo dali.
Não sou muito de ameaçar mulher mas agora não importa quem seja, vou cobrar respeito do mesmo jeito, ainda mais se envolver pessoas que amo.
Cheguei na minha casa indo direto tomar um banho, tava precisando. Depois do meu banho fui até meu guarda roupa pegando uma peito de frio da Nike, uma calça branca que havia ganho de Cami e vestir. Calcei um tênis que havia comprado a um tempo trás e ajeitei meu cabelo. Coloquei minha correntinha de prata e meu relógio e peguei meu celular.
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Passei meu Malbec e desci para o primeiro andar. Desbloquei meu celular e abrir o WhatsApp indo direto na minha conversa com Cami
Wapp...
Tô chegando aí daqui 10 minutos ruivinha. // MT
Jae meu consagrado. // Cami
Visualizei a mensagem e bloquei meu celular o colocando no bolso. Peguei a chave da minha moto e sai de casa, cumprimentei um vapor que estava fazendo a ronda e subi na moto dando partida em seguida.
