| Alice |
Eu já não aguento mais essa faculdade. É muita matéria em cima da outra e ainda tem meu trabalho que está me matando. Pensando seriamente se foi uma boa ideia aceitar trabalhar na sorveteira do Complexo, tá puxado de mais e nos momentos vazio que tenho lá uso pra estudar e não me atrasar em nenhuma matéria.
—Desculpa.— Um cara ridiculamente lindo disse ao se esbarrar em mim.
—Tranquilo.—Sorri sem mostrar os dentes pra ele.
—Ei, tu não é a Alice ? Dançou em cima das mesas na festa dos calouros.—Ele sorriu.
Santa Maria mãe de Deus, que sorriso lindo.
—Não me lembra dessa vergonha não. Imagina uma futura médica passando aquele vexame?—Comecei a rir me lembrando da cena.
—Relaxa. Eu pulei na piscina e ainda arrebentei o fio do som.—
A cachaça antes de te derrubar, te humilha.
—Só as vergonhas.—Ajeitei meu cabelo e o olhei.
Eu tenho a impressão que conheço esse cara de algum lugar mas não consigo me recordar de onde.
—Enfim, tenho que ir. Ser filho de Policial é uma merda. Mas Prazer, e antes que eu me esqueça, me chamo Gabriel— Ele sorriu e saiu andando.
Filho de Policial? Se Marcos descobre um trem desse o menino vai morrer e eu no mínimo vou ficar careca.
Mas não temos nada, ele não me pediu em namoro ou qualquer coisa do tipo então eu sou livre e desimpedida ou talvez só esteja brincando com a morte.
{...}
Graças a Deus o tinha passou rápido e sai daquela faculdade maldita. Minha cabeça está me matando de tanta dor e agora tô aqui na sorveteira e graças a Deus esta bem tranquilo hoje, zero paciência pra aguentar cliente chato falando merda.
Vi um carro preto parar em frente a entrada de sorveteira e antes que quem estivesse lá dentro saísse pra fora dois homens entraram e caminharam na minha direção.
—Fala novinha, tranquila? Faz um shake pra gente ai.— Um deles falou e o outro se sentou em uma mesa próximo a entrada.
—Sabor?— Perguntei me levantando e indo até o balcão.
— Morango e pro filha da puta lá é chocolate.
- 20,90.
O cara jogou uma nota de cinquenta em cima do balcão e se juntou ao seu amigo. A todo momento eles olhavam pra entrada e pro carro preto que continuava parado ali. Fiz o pedido deles e voltei a me sentar na minha mesa com meus livros.
—Alice?—Ouvi a voz de Gabriel.
O que esse homem está fazendo aqui?
—Oi. Senta ai.— O olhei e depois olhei pros dois homens que observavam tudo.
Estou começando a achar que esses dois estão aqui a mando do Marcos.
—Tu mora aqui?
—Moro com o MT— Sorri.
Não costumo chamar Marcos pelo vulgo mas segundo ele pra gente de fora tem que sempre que ser o Vulgo pra não dar problema. Não entendo o porque disso mas também não questiono, acho que tem a ver com segurança e sei lá mais o que.
—O dono do morro?—Pareceu interessado.
—Conheci ele quando ele ainda não era o dono morro.—Sorri de canto — Mas sim, é ele mesmo.
—Entendi. Mas enfim, tá estudando oque?—Mudou de assunto.
Gabriel é bem legal. Tem 20 anos e está cursando Direito, segundo ele pra seguir os passos do pai. A noite já havia chegado e agora estamos aqui sentados na calçada observando quem passa.
—Cê vai pra casa hoje minha filha?— Ouvi a voz de Marcos.
Agora fudeu...
—Vou mas não agora.—O olhei.
—Eai mano.—Gabriel também olhou Marcos e sorriu.
—Tu que é o playboy que meus crias falaram que tava aqui né?—Negou com a cabeça.
—Talvez seja eu.—Gabriel sorriu.
—Cê tem é muita coragem de pisar aqui. Seu papai pagou tua dívida e tu já veio fazer outra?—Marcos sorriu de canto.
Mas do que Marcos está falando? Eles já se conhecem?
—Só vim resolver um assunto que ficou pendente com uma menina aí.—Se levantou—Meu pai não tinha que ter pago aquela dívida.
—Tinha sim! Ou ele pagava ou você morria, dei duas opções pra ele.—Marcos acendeu seu cigarro e me olhou.—Vai ficar aí mesmo ?
—Já disse que estou com um amigo.—Revirei os olhos.
—Tu que sabe então.—Virou de costas e saiu andando.
Não estou nem um pouco interessada em saber que dívida essa que Gabriel tinha com o MT e nem tô com o mínimo interesse de saber, eles que se resolvam pra lá. Já tenho meus próprios problemas pra resolver.
Fiquei mais meia hora conversando com Biel e fui pra casa do MT.
Cheguei em casa e subi direto pro meu quarto. Joguei minha bolsa em um canto e meu tênis no outro, peguei meu pijama em cima da cama e caminhei até o banheiro. Depois de um banho merecido desci pra sala.
Meu foco estava na TV até Marcos parar na minha frente com a cara amarrada. Lá vem...
—Quero trocar uma ideia contigo.
—Fala.—O olhei.
—Não quero ver tu de papo com aquele playboyzinho lá.—Cruzou os braços.
Ele acha mesmo que manda em mim? Que pode controlar com quem eu falo ou deixo de falar?
—E tu manda em mim desde quando?— Me sentei no sofá.
—Tô falando teu bem porra. O cara é filho de uma porra de um policial corrupto.—Aumentou o tom de voz.
—Para de gritar comigo que eu não sou surda. E eu sei me cuidar.—Fiquei de pé o encarando.
—Meu pau! Isso aqui não é treta de colégio ou de meninas de rua. Aqui tu tem que ter um lado e defender os seus ao até o final, tem que saber trocar tiro e segurar os b.o. Ou tu tá comigo ou ta com ele.—Marcos disse e subiu.
Ainda não entendo qual é o problema dele cara. Porque eu não posso ter amizade com o cara se o pai dele que é policial e não ele ? Mas enfim, ele não manda em mim e muito menos na minha vida!
{....}
Meus amores, sei que o capítulo ficou meio "sei lá" mas precisava dele pra vocês terem entendimento dos próximos e pro desenrolar da história!
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UM RECOMEÇO PRA NÓS.
Novela JuvenilSenti meu coração se partir em pedaços minúsculos que desde aquele maldito dia nunca mais conseguir colar, é simplesmente impossível, me quebraram. Tiraram o amor da minha vida de mim e não fazem ideia de como isso me destruiu e não consigo os perdo...