| Alice |
Desde que Felipe avisou que minha mãe está segura, eu fiquei mais tranquila. Não ia aguentar saber que algo aconteceu com ela, apesar de algumas coisas do passado, ela é e sempre será minha base, quem não me deixa cair.
Depois que contei pra Marcos da gravidez, ele faz questão de me tratar como uma bonequinha de porcelana, como se a qualquer momento eu fosse quebrar. Colocou ainda mais gente pra fazer minha segurança, e confesso que estou gostando dessa atenção toda.
As vezes me pego pensando em 10 anos atrás, no dia em que fui embora. E em todos os momentos importantes da vida do Marcos que eu perdi. Talvez, se eu não tivesse indo embora, ele não teria se envolvido com essa vida, mas talvez esse seja um bom recomeço pra nós, ou não.
Eu nunca imaginei que uma dia estaria vivendo tudo isso. Foi difícil largar minha antiga vida, minha mordomia mas confesso que eu precisava sair daquela bolha na qual fui criada e foi ótimo isso ter acontecido pois pude e estou conhecendo o mundo de verdade e vendo que os heróis não são os fardados.
Na última operação que teve aqui no morro, eu vi muita gente inocente sendo mortas, e o sorriso estampado na cara dos policiais, também vi mães chorando pelos filhos que estavam simplesmente voltando do futebol com amigos ou da casa de amiguinhas.
É revoltante saber que na mídia só os bandidos são os errados, são os culpados das merdas que acontecem aqui, sinceramente chega a ser piada.
—Em que tu pensa tanto em princesa?— MT perguntou dando um beijo em minha testa e jogando a chave da sua moto na mesinha de centro.
—Em nada que seja importante. Quando minha mãe vai chegar?— O puxei pra se sentar do meu lado e joguei minhas pernas em cima das dele.
— Daqui uns três dias ela vai tá aqui.— Falou e logo começou a massagear meus pés.
Apenas concordei com a cabeça e fiquei aproveitando o momento. Muito bom ter um homem que cuida de tu, queria que toda mulher pudesse ter essa sorte, é simplesmente maravilhoso!
Marcos se deitou entre minhas pernas colocando sua cabeça no meu peito. Comecei a fazer cafuné em seu cabelo enquanto discutíamos os nomes de bebês para nosso filho (a).
—Não quero nome comum, pô — Marcos disse acariciando minha barriga.
—Se for menino que tal Isaac? — Sorri com minha ideia.
Sempre disse que quando eu tivesse um filho, o nome dele seria bíblico.
—Eu gosto. Menina eu gosto de Lia, Maria Júlia, Lívia. Ah sei lá. — Ele riu.
—Maju, eu gosto.— Passei a mão em seu rosto devagar.
Isaac e Maju? Será? Bom, temos um tempo pra escolher ainda.
Estávamos conversando sobre coisas aleatórias quando LK entrou com na sala com a pior cara do mundo.
— Tu não bate na porta mais não oh arrombado?— MT disse se levantando e encarando LK.
— Vai se fuder parceiro.— Mostrou o dedo do meio pra MT que o olhou perplexo.
A amizade desses dois é tudo pra mim. Só perde pra amizade de MT e PH, esses dois é só Jesus pra ter misericórdia mesmo.
— Tá mandado filha da puta? — MT olhou feio pra ele mas logo começou a rir— Tá bicudo por qual motivo?
— Lorena. Porra, mulher surtada do caralho. Não posso nem ver meu pornô mais que ela já embaça. Tá pior que neblina já pô —LK falou serião.
Não aguentei e comecei a rir. Não é possível cara, o homem que ver pornô com a mina dele do lado, ai é pra cair o cu das calças mesmo.
— Toma vergonha na cara LK, com uma gostosa daquelas do teu lado tu vendo porno? Eu tenho que rir mesmo, e tu ainda fala na maior cara limpa, palhaço. — Eu disse e logo dei um tapa em suas costas de leve.
— Ih qual foi Alice? Gostosa é minha pica em, que isso? Elogiando os outros na minha frente e mulher ainda? Perdi meu respeito nessa porra mesmo. — MT falou e eu comecei a rir sem parar.
— Ciúmes bebê? — Tirei a cabeça dele das minhas pernas e subi em seu colo sorrindo.
— Epa epa, podem parar de fogo no cu vocês, bora MT nós tem que repassar e se pá refazer os plano da vingança.
Marcos concordou, me deu um beijo quente pegando a chave de sua moto e sumindo de minha vista.
— É minha cria, agora somos só nós, vamos agitar o almoço que a comida não se faz só! — Eu disse alisando minha barriga que não aparentava gravidez ainda.
Fiz uma macarronada ao molho de almôndegas e um suco de melancia natural.
Também decidi fazer um pudim de sobremesa, tô com muito desejo.
Começaram a bater e gritarem no portão e logo olhei pela janela vendo a maluca de Lorena.
— Fala cunha, tá fazendo o que aí? Cheiro tá vindo de longe em gata. — Lorena disse falando alto enquanto caminhava até aqui, na cozinha.
— Uma macarronada simples bê, como você tá? — Perguntei dando um beijo em sua testa.
— Tô levando né gata. Como tá o meu baby boy? — Pegando uma cadeira se sentado.
— Tu nem sabe se é menino Lorena, deixa de ser maluca. — Falei rindo da careta que Lorena fez. — Mas tá me dando desejo pra tudo!
— Meu irmão, tá suprindo com tudo pra você né? — Assenti e logo soltei um sorriso lembrando da maneira que ele está me tratando. Amo atenção!
{....}
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UM RECOMEÇO PRA NÓS.
Teen FictionSenti meu coração se partir em pedaços minúsculos que desde aquele maldito dia nunca mais conseguir colar, é simplesmente impossível, me quebraram. Tiraram o amor da minha vida de mim e não fazem ideia de como isso me destruiu e não consigo os perdo...