Doce amargura

6° capítulo

Já é segunda-feira, e eu nem tinha percebido que o fim de semana passou tão rápido. O nosso sábado foi perfeito, mas o domingo... Tava só a ressaca.

Hoje cheguei na empresa às 7:45 em ponto, alguns minutos mais cedo, mas comecei a trabalhar mesmo assim para o caso do senhor Dark me passar muito trabalho e não ter que ficar aqui até tarde.

Às 8 horas em ponto, ele chega sem um único segundo de atraso.

– Bom dia, senhor Dark – digo assim que ele passa pela minha mesa, porém sou completamente ignorada. É um cavalo mesmo...

Hoje o dia está calmo. Passei pela sala do Dark apenas duas vezes. A primeira para informar sobre o horário e a segunda para avisar que ia sair para o almoço.

Estou a caminho da empresa quando ouço meu celular tocar. Assim que o retiro da minha bolsa, vejo no visor que é a minha mãe. Acho um pouco estranho, pois ela não costuma me ligar a essa hora, sabendo que estou no trabalho.

– Oi, mãe – falo assim que atendo – está tudo bem?

– Minha filha, você precisa vir para o Brasil – diz minha mãe com a voz embargada de choro.

– Espera aí, mãe. Você sabe que eu não posso, tenho meu trabalho e tudo mais. Mas me fala o que aconteceu.

– Eles vão desligar, minha filha. Eles vão retirar o seu pai da máquina.

– Mas eles não podem fazer isso. Se o tirarem da máquina, ele vai morrer, mãe. Qual foi a explicação que deram?

– Eles falaram algo como ele já ter demorado muito tempo e que provavelmente não voltará a acordar. Não explicaram direito, só nos avisaram que teríamos mais dez dias para nos despedirmos dele.

– Mas isso não está certo, mãe. Já vi casos de pessoas que demoraram muito mais tempo para acordar, mas nem por isso desligaram a máquina. Alguma coisa está errada nessa história, mãe. Eu vou tentar ir para aí o mais rápido possível ver o que posso fazer. Mas agora vou precisar desligar, pois acabei de chegar na empresa e preciso conversar com o meu chefe sobre isso.

Chego no meu andar em desespero, tentando segurar as lágrimas e pensando em como vou convencer o mula empacado do meu chefe a me dar umas folgas. Enquanto caminho em direção à sua sala, a única coisa que me vem à mente é que eu não posso perder meu pai, e que para o salvar, sou capaz de fazer qualquer coisa.

– Entre – diz ele assim que termino de bater na porta de sua sala. Eu poderia não bater dada a urgência do meu problema, mas acredito que um pouco de educação só vai me ajudar nesse caso.

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Aiden Dark
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Na verdade, não, preciso muito da sua ajuda – ela fala com certo desespero na voz.

– O que foi, Laura? – pergunto preocupado.

– Eu não sei como dizer isso, mas não vejo outro jeito então lá vai: preciso urgentemente tirar umas férias.

– Como assim tirar umas férias? É impossível tirar férias nesse momento – falo irritado.

– Lógico que não é impossível, é só o senhor assinar um papel que voilà – ela fala com sarcasmo na voz, o que me irrita muito.

– E você pensa que é fácil assim? Imagina todos os funcionários aparecerem de um segundo para outro exigindo férias e sem uma justificativa adequada? Para ter férias sem ser no tempo determinado pelo contrato, você precisaria avisar com um mês de antecedência no mínimo.