Por Nossas Filhas | Marina e Meddison

Deixa Eu Cuidar De Você

— Adorei o jantar - Carina diz quando Maya para o carro em frente ao prédio em que morava

— Só o jantar? - Maya faz um biquinho fofo que arranca uma risada de Carina

— Do jantar, da nossa noite e disso aqui também - a morena completa dando um beijo na bombeira - De tudo, obrigada

— Foi incrível passar esse tempo com você - elas se despedem com outro beijo e a médica sai do carro

Depois do jantar Maya fez questão de deixar Carina em casa. Foi uma noite muito agradável, a médica tinha uma áurea e animação incrível como Maya costumava dizer.
Assim que viu a italiana entrar segura em seu prédio ela deu partida no carro e seguiu para sua casa.

Duas semanas depois

Maya tinha acabado de acordar, olhou no relógio e ainda não era nem cinco da manhã então decidiu ficar mais um tempinho na cama mas seus planos foram interrompidos quando seu celular tocou.

Assim que pega o dispositivo em cima da cômoda ela exita em atender já que era um número desconhecido, uma sensação ruim toma seu peito e ela decide rejeitar a chamada, só não contava que a pessoa do outro lado da linha fosse tão insistente.

— Maya Bishop Grey? - uma voz feminina pergunta do outro lado da linha assim que Maya atende o celular e ela logo estranha o fato da pessoa saber seu nome completo

— É ela, quem gostaria de falar comigo? - pergunta apreensiva

— Senhorita Grey sou enfermeira do hospital Santa Mônica em Ohio - nesse momento Maya paralisa e sente um arrepio cortar sua espinha

Há quatro dias atrás seu pai, Derek, havia ido a Ohio dar algumas palestras em uma convenção de médicos.

— Derek Shepherd deu entrada desacordado após sofrer um acidente de carro aqui no hospital essa madrugada. Seu número estava na lista de contatos de emergência do celular dele - a mulher explicava enquanto a loira estava em choque e não conseguia dizer nada - A senhora tem algum parentesco com ele?

— Sim, sou filha dele - disse num fio de voz

Maya ficou tão atordoada com o que havia ouvido que sem pensar muito ela trocou de roupa, pegou as chaves do carro, sua bolsa e saiu antes mesmo do dia amanhecer.
No caminho tentou ligar para a mãe, mas o celular de Meredith só caía na caixa postal ela então ligou para a irmã Zola mas também não conseguiu falar com ela.

A bombeira chegou ao hospital e seu pai estava em uma cirurgia delicada no momento, seus ferimentos eram muito graves.

Ela ainda estava em estado de choque, ficou tão atordoada com tudo isso que nem se lembrou de tentar ligar para a mãe novamente. O médico havia vindo lhe dizer que a cirurgia foi complicada mas que a princípio havia dado tudo certo, Derek seria levado para UTI então não poderia receber visitas ainda.

Depois de se acalmar um pouco ela pega o celular e vê inúmeras chamadas perdidas de sua mãe, Andy e Carina. Ela ligou para a Mãe contando o que havia acontecido e a mesma disse que já estava indo para lá. Logo depois mandou uma mensagem para Andy e pediu que ela assumisse o comando da estação enquanto estava fora e em seguida ligou para Carina.

— Ai meu Deus, que bom que ligou, estão todos preocupados com você - Carina diz do outro lado da linha - Está tudo bem?

— Comigo sim, mas com meu pai não. Estou em Ohio no hospital Santa Mônica me ligaram essa manhã e eu vim direto pra cá - Ela explica com a voz embargada - Fiquei tão atordoada que acabei esquecendo de avisar, desculpa

— Não precisa se desculpar, o que aconteceu?

— Ele sofreu um acidente de carro, acabou de sair da cirurgia, está na UTI mas seu estado ainda é grave

— Eu sei que é difícil mas fica calma, estou indo praí

— Não precisa Carina, você tem seu trabalho e suas coisas. Eu vou ficar bem, não se preocupe

— É claro que precisa, não vou te deixar sozinha Maya. Está tudo bem, vou falar com a Bailey e e tenho certeza que ela irá me liberar.

— Não precisa já disse que vou ficar bem - Ela diz em um tom mais firme e logo percebe como agia e se arrepende - Desculpa, não queria ser grossa. É que eu sei que você tem suas coisas e eu não quero atrapalhar e além do mais você não tem nenhuma obrigação - Dessa vez seu tom de voz era mais baixo

— Você não atrapalha, para de ser teimosa e deixa eu cuidar de você

— Porque se importa tanto? - Ela pergunta com a voz já embargada novamente

— P-porque... - Carina suspira - Porque eu te amo

Essas últimas palavras de Carina fazem um sorriso abrir em meio as lágrimas que escorriam no rosto de Maya.

A médica e a bombeira já estavam saindo a quase um mês, ainda não havia tido nenhum pedido de namoro e elas também não se importaram em rotular a relação. Estavam bem assim.

                                                 ***

A capitã estava na recepção com a mãe e a tia Lexie que haviam chegado a pouco tempo quando ela vê Carina entrar no hospital. Ela vai ao seu encontro, as duas se abraçam forte e ali nos braços de Carina no meio da recepção ela se permite desabar e chorar tudo que estava segurando.

— Obrigada por estar aqui, e eu também te amo - Maya diz assim que se acalma saindo do abraço de Carina e a olhando nos olhos. A médica havia se assustado com as próprias palavras e desligado o celular antes que Maya pudesse responder o "Eu te amo" que ela havia dito.

Ela apenas dá um sorriso e deixa um beijo em sua testa e as duas seguem para onde Meredith e Lexie estavam sentadas. As mulheres se mantém alí em um silêncio angustiante, Carina segurava a mão de Maya o tempo todo.

— Família de Derek Shepherd - um médico aparece na sala de espera

— Somos nós - Meredith como num pulo se levanta e responde

— Sinto muito...

Antes que o médico pudesse completar a fala Meredith desaba em lágrimas sendo contida por Lexie, Maya apenas trava, não diz nada e nem derrama uma lágrima ela apenas sai correndo e Carina vai atrás.

A loira corre sem direção parando em frente a um pequeno parque com um lindo jardim e alguns bancos que ficava a poucos metros do hospital.
Carina a alcançou minutos depois e quando chegou perto não disse nada, apenas a abraçou. A abraçou o mais forte que pode na intenção de passar a maior quantidade de amor, conforto e segurança que podia a mulher que ela amava.

— Eu o perdi, eu o perdi de novo - Maya diz ainda abraçada em Carina - Eu perdi um pai pela segunda vez, eu não pude conhecer Lane, meu pai biológico porque ele morreu quando minha mãe estava grávida, ele me deixou antes mesmo de eu nascer e agora o homem que me criou e foi minha figura paterna desde que eu tinha dois anos também me deixou - a loira agora estava sentada em um dos bancos encarando o nada - Não é justo, o que eu fiz? Porque todos que eu amo vão embora?

Maya não conseguia acreditar que havia perdido o pai, Derek se foi e levou com ele uma parte dela.
Seu mundo havia desabado e o amor que sentia por Carina era a única coisa que a fazia se manter de pé naquele momento.E foi ali em meio a toda aquela desgraça que Carina viu a Maya que existia por trás daquela armadura que a loira havia criado em volta de si. E ali naquele momento horrível para Maya jogada nos braços de Carina ela percebeu de fato que a italiana se importava com ela pois a mesma havia escolhido ficar e dar todo o seu apoio mesmo não tendo nenhuma "obrigação".

— Shii, tudo bem, eu tô aqui e não vou a lugar nenhum - Carina diz fazendo um carinho nos cabelos de Maya