O desafio
Não demorou muito e a chuva diminuiu gradativamente chegando a apenas um chuvisqueiro.
Ainda relampejava e trovejava bastante anunciando que ela não daria trégua tão cedo.Pedro tentava ver alguma coisa pela janela, mas devido à sujeira estava difícil. Júlia tentara limpar, mas sem sucesso. Havia um silêncio inquietante dentro da cabana que era possível ouvir o crepitar da madeira no fogo e os passos ansiosos de Júlia que andava de um lado para outro fazendo a madeira do assoalho ranger.
- Estou começando a ficar preocupada com o Bruno. Já era para ele ter voltado. – disse Júlia espiando em vão pela janela e em seguida indo sentar-se ao lado de Alice junto a lareira.
- Também acho. O carro não estava tão longe assim. Parece que não andamos tanto para chegar aqui. – comentou Pedro não tirando os olhos do rumo da estrada
- Pois é... - concordou Alice olhando para seu ferimento que ainda não parara de sangrar.
Logo Pedro começou a ver uma pequena luz na estrada que sacolejava muito.
- Acho que é ele vindo ali. Tem uma luz... - comentou Pedro.
Julia levantou-se abruptamente e se aproximou para ver também.
- Deve ser ele mesmo. Que bom! – disse Júlia alegre e aliviada.
Porém, alguns segundos depois a luz desapareceu. Os dois ficaram olhando atentamente e nada de a luz aparecer novamente.
- Será que aconteceu alguma coisa com ele? Será que algum bicho o pegou? Meu Deus, o que será que aconteceu? - disse Júlia, beirando ao desespero.
- O que está acontecendo ai, gente? - perguntou alice.
- Parece que o Bruno estava chegando, lanterna dele se apagou. – informou Pedro.
Alguns segundos se passaram e nada dele aparecer.
- Acho que vou atrás para ver o que está acontecendo... - disse Pedro, saindo de perto da janela, seguindo em direção à porta.
- Mas você vai sair no escuro?-perguntou Alice. -E vai nos deixar aqui sozinhas?
- Mas o Bruno....
Nisso escutaram batidas desesperadas na porta assustando-os momentaneamente..
- Pessoal, sou eu. Deixem-me entrar.
Era o Bruno, mas havia um pavor perceptivel em sua voz. Sem demora Pedro tirou a trava deixando-o entrar. Ele entrou rapidamente, ofegante e com os olhos arregalados.
- Feche a porta, rápido. - gritou Bruno com grande esforço, pois estava praticamente sem ar.
- O que aconteceu lá fora? Por que está tão cansado? – perguntou Pedro preocupado com o estado que se encontrava o amigo.
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Contos da meia-noite
HorrorLivro: Contos da Meia-noite - Samuel Marcos Miranda (Capa: @raveclws) Pedro, Alice, Julia e Bruno, decidem ir para uma festa em plena sexta-feira 13 durante a quaresma. Alice, que é super supersticiosa, já tinha notado que não era uma boa ideia, mas...