A cabana
- Será que há mesmo alguma casa ou abrigo por aqui? - perguntou Bruno.
- Espero que sim. Já estou toda encharcada. – comentou Júlia.
De repente, Bruno parou abruptamente fazendo com que todos parassem.
- Algum problema? – perguntou Alice amedrontada, olhando à frente.
- Passou um bicho logo ali na frente. Não deu para ver o que era, mas parecia ser grande...
- Eu disse não devíamos ter saído do carro. - resmungou Alice.
Em seguida, os arbustos ao lado de onde tinham parado começaram a se mexer e ouviram um rosnado muito estranho. Os quatro se entreolharam e mesmo com a fraca luz da lanterna puderam ver as expressões de medo estampadas em seus rostos.
Alice, não conseguiu se conter. Todo o pavor que estava sentindo até aquele momento se manifestou em forma de um grito. Forte e estridente. Todos olharam para ela espantados, pois não esperavam tal reação. O som reverberou pela floresta ofuscando temporariamente até o som da chuva. O que não contavam é que quer que seja a criatura que estavam ali nos arbustos, para alívio de todos, saiu correndo floresta adentro. Ouviram galhos sendo quebrados até a chuva abafar totalmente o som.
- Corajosa, hein! - elogiou Bruno.
- Corajosa? Eu estou em pânico. Estou tremendo até agora e não consigo me controlar. - comentou Alice. - Vamos continuar antes que a criatura volte.
- Boa ideia. – concordou Pedro, retomando a frente com a lanterna em punho.
Seguiram mais alguns metros e nem sinal de abrigo. repente, Alice soltou um outro grito que assustou a De todos. Desta vez o grito era de dor e não de pavor. Quando perceberam, ela estava agachada no chão com as mãos em volta do tornozelo esquerdo.
- O que foi? - disse Pedro agachando-se a seu lado e iluminando com a lanterna para ver o que havia acontecido.
- Senti uma forte pontada e uma dor próximo ao tornozelo. Está ardendo, deve ter cortado.- disse Alice pressionando o local.
- Deixe-me ver. - pediu Pedro com a lanterna na mão.
Havia lama no local e não dava para ver direito. Com a blusa que pendia em seu ombro, Alice tentou limpar um pouco da lama e só assim puderam ver que havia sangue em meio a água suja.
- Hum! Realmente há um corte. - afirmou Pedro. que será que você se machucou?
Pedro começou a tatear em volta na tentativa de encontrar o que causara o corte em Alice.
- Encontrei! - exclamou.
Em meio ao mato rasteiro da estrada e a lama que se formara, havia uma pequena barra de ferro fincada no chão com a ponta se projetando para frente, justamente na altura de um tornozelo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contos da meia-noite
HorreurLivro: Contos da Meia-noite - Samuel Marcos Miranda (Capa: @raveclws) Pedro, Alice, Julia e Bruno, decidem ir para uma festa em plena sexta-feira 13 durante a quaresma. Alice, que é super supersticiosa, já tinha notado que não era uma boa ideia, mas...