Cap 9

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A mulher da ponte

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A mulher da ponte

- Vamos, não tenha medo. – incentivou Bruno, depois de Alice ter ficado vários segundos em silêncio.

- Calma! Não estou com medo. Não muito. Estou pensando. Mas ainda não acho uma boa ideia. - disse Alice.

- Não seja covarde! - insultou Pedro. - Conta logo.

- Não me apresse. – disse Alice dando-lhe uma palmada nas costas. - Está bem! Vou contar uma que ouvi quando era criança e que me deixou muito assustada. É sobre uma ponte assombrada.

- Interessante. - disse Júlia.

- Vamos ouvir então... - encerrou Bruno.

- É mais ou menos assim:

"Em um determinado lugar havia uma ponte sobre as águas de um rio muito violento. Bem abaixo da ponte havia grande quantidade de pedras, muitas delas pontiagudas deixando as águas muito turbulentas e agressivas. Ninguém em sà consciência atrevia-se a passar de barco pelo local. E uma queda de cima da ponte seria extremamente fatal.

Pessoas que moravam na região diziam que a ponte era assombrada. Muitos dos que passavam por ela, relatavam ter visto coisas estranhas enquanto atravessavam. Mas a maioria destacava uma aparição em especial. Dizem que uma linda mulher de cabelos loiros, dona de um corpo fenomenal, olhos de um verde azulado e que trajava um vestido longo vermelho atormentava a vida dos homens, principalmente os desavisados.

Rezava a lenda, que esta mulher estava noiva de um empresário da região. Ela o amava muito. Um dia, ao chegar de surpresa na casa dele o encontrou com outra mulher na cama. Ela ficou tão revoltada com a cena que presenciara, que a vida para ela perdera o total sentido. Assim ela foi até a ponte e pulou lá de cima pondo fim à sua angustia. Desde então, ela começou a assombrar o local atormentando principalmente os homens que viajavam sozinhos, como se fosse uma espécie de vingança pelo que aconteceu a ela.

Dizem que em noites de lua cheia ela ficava a alguns metros do início da ponte pedindo carona. Aos desavisados que viam aquela mulher linda, ali sozinha, não perdiam tempo e paravam para dar-lhe carona. Na maioria das vezes eram caminhoneiros. Ela subia no caminhão sem dizer uma única palavra, apenas olhava para o motorista com um sorriso malicioso que era interpretado como uma espécie de sedução.

Durante a travessia da ponte os motoristas ficavam atordoados. Muitos perdiam o controle do caminhão e caiam nas águas violentas do rio. Outros que conseguiam se controlar, ao terminar de atravessar, misteriosamente ela desaparecia da cabine e aparecia na rodovia à frente do caminhão. Na tentativa de desviar dela o caminhão acabava saindo rodovia e caindo na ribanceira descendo até o rio.

Sua vingança para com os homens arrastou-se por muito tempo. Muitos motoristas perderam suas vidas. Os caminhões geralmente eram resgatados das águas do rio, mas os corpos nunca eram encontrados. Com o espalhar das notícias, muitos motoristas simplesmente decidiram não passar mais pelo local, ficando assim, uma rodovia quase deserta.

Certo dia, um caminhoneiro sabendo dos fatos ocorridos no local, resolveu enfrentar a assombração e pôr fim de uma vez por todas nesta história. Uma noite de lua cheia sabendo que passaria pelo local, tomou algumas doses de cachaça para não correr o risco de desistir em cima da hora e saiu em viagem.

Quando estava se aproximando da ponte, lá estava ela, a mulher do vestido vermelho, provocante, pedindo carona. Ao longe deu para vê-la. Parecia que ela emitia uma luz própria. Com toda a coragem que tinha, acelerou ao máximo o caminhão e quando estava bem perto, jogou o para cima dela e fechou o olho.

No dia seguinte, o resgate teve muito trabalho para juntar todas as partes do corpo do motorista que ficou espalhado por toda a parte. A cabine do caminhão ficou irreconhecível. Parecia uma bola de lata amassada. A carroceria se dividiu em várias partes.

No local, não havia outro veículo que poderia ter colidido com ele. Não havia árvores quebradas. No barranco próximo à rodovia onde o caminhão encostou após a colisão, não havia sinal de batida, nem nada que desse à polícia pista do que poderia ter acontecido.

Enfim, a mulher do vestido vermelho parece ter feito sua última vítima porque depois deste ocorrido ela nunca mais foi vista em lugar algum. E tudo voltou a ser como era antes...


- Só isso! Chama isso de assustador. Espere até ouvir a minha. – disse Bruno achando o conto de Alice muito simples e pouco assustador.

- Foi o melhor que eu encontrei agora. Olha aqui. Estou toda arrepiada. – disse Alice mostrando seu braço aos demais. - Agora é sua vez. Quero ver se faz melhor. - desafiou-o.

- Olha! Ela entrou no clima! - exclamou Pedro.

- Estou apavorada. Espero que sua teoria funcione. Se não funcionar serão vários meses de terapia. - disse Alice.

- Está bem. Então você vai ver o que é terror de verdade. - disse Bruno.

- Calma gente. É apenas um desafio. - apaziguou Pedro.

- Foi nojento, isso sim. Fiquei mais repugnada com as partes do corpo do homem que arrepiada de medo. - comentou Júlia.

- Nossa! Foi a melhor que eu encontrei agora para contar. - entristeceu Alice.

- Bom. Agora é a minha vez, não é? - perguntou Bruno pronto para começar.

- Espere só um pouquinho. Acho que preciso ir ao banheiro. Estou muito apertada. – pediu Júlia com as mãos sobre a barriga.

- Tem um banheiro ali. Vai lá. - disse Pedro mostrando o local onde tinha estado quando chegaram à cabana.

-Fica na porta para mim Alice. - pediu Júlia.


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