Accidentally Loving - Ten Chittaphon

12 (Extra: Chittaphon POV's)

✩｡:*•. SEUL, 2015 .•*:｡✩

TEN CHITTAPHON

Talvez odiasse pessoas, não sei, apenas não consigo gostar de grande parte delas. E isso nem é porque sou um pouco egocêntrico e narcisista — na boa, todo mundo tem defeitos e esses são os meus mas nem se comparam as minhas qualidades —, pessoas tendem a ser exaustivas e uma boa parte delas são como parasitas e sanguessugas que tendem a roubar todas as boas energias dos outros para si, embora seja alguém extremamente sociável não posso negar que isso às vezes me deixa extremamente exausto, posso lidar com meus amigos mais próximos por saber que com eles não preciso fingir nada mas com outras pessoas a situação meio que muda, não que eu queira parecer ser ruim, a situação apenas sai do controle às vezes e quando percebo já é tarde demais e me explicar sobre se torna cansativo, então apenas deixo para lá e sigo em frente como se nada tivesse acontecido.

— Ten, você pode fechar o café para mim? — Kun perguntou tirando o seu avental e eu olhei-o com cara de poucos amigos, o que o fez revirar os olhos. Apenas me espreguicei em meu lugar sem dar a mínima importância ao que ele disse, em alguns fins de tarde quando não tinha nada de importante para fazer ia até o estabelecimento de meu velho amigo e me sentava na mesma mesa próxima a janela, às vezes Doyoung e Taeil também vinham mas era bastante raro eu encontrá-los. — Eu tenho um compromisso. — Ele completou e eu bufei, Kun comprou o local logo que formamos o colegial, talvez ele seria apenas um estudante universitário cheio de frustrações se não fosse pela conta bancária de seus pais ricos e empresários que poderiam lhe dar tudo o que quisesse, no entanto, ele não se orgulhava de receber algo vindo destes sem ter de fazer esforço algum e por isso comprou o café que anteriormente estava prestes a fechar as portas pelo dono ter se afundado em dívidas e o estabelecimento não ter tanto movimento como o esperado na época, ele não depende de seus pais para nada e fez questão de retornar aos seus genitores cada centavo usado na compra do local.

— Feche agora. — Minha resposta o fez franzir o cenho, eu não queria fazer nada que não fosse ficar na minha e terminando meus afazeres em meu laptop.

— Não, porque caso eu feche agora perderei a clientela das 18:00 horas. — Como sempre, a alma do empreendedor capitalista às vezes fala mais alto. — Não se preocupe, Hyojung e Yesung vão cuidar do atendimento.

— Então por que eu tenho que fechar? — Ele só podia estar de brincadeira com a minha cara. — Vai me pagar por algum acaso?

— Apenas faça isso! — Kun colocou uma das mãos sobre meu ombro e eu bufei em desgosto escolhendo ignorá-lo. — Bom, não posso me atrasar ainda tenho que buscar Xiao.

— Porque ela? — Talvez tenha sido mais dramático do que deveria e ele pareceu perceber isso pois arqueou uma das sobrancelhas. Nada escapa dele.

— Ela é legal e eu acho que gosto dela.

— Existem garotas melhores. — Desdenhei e ele riu sem humor antes de ficar sério e me olhar.

— Você gosta dela?

E um silêncio pairou, o único som que ouvimos foi o da porta do estabelecimento abrindo e um novo cliente indo até o atendente fazer o pedido, desviei o olhar e fiz um som com a garganta sem entender o porquê daquela pergunta ter me desestabilizado quando não era a primeira vez que ele ou Sicheng mencionavam algo assim, até mesmo Yubin já havia feito tal pergunta.

— Não. — Talvez não tenha sido assim tão convicto em minha resposta, pois vi um sorrisinho surgir no canto dos lábios do chinês como se eu tivesse acabado de cavar a minha cova e pular dentro.