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✩。:*•. SEUL, 2017 .•*:。✩

— Não acredito nisso! — Xiao resmungou ao ver que começou a chover no momento em que ela precisava ir para casa.

A garota saiu correndo em direção ao ponto de ônibus enquanto os pingos de chuva só tendiam a engrossar. Abraçada ao próprio corpo tenta ligar para Yubin ou Jeongyeon mas as duas não atendem a sua ligação. Então ela liga para Kun que logo atendeu e disse que viria buscar a mesma e não demorou muito pra ele aparecer, parando no meio fio do ponto de ônibus.

— Xiao, você se molhou? — Ele pergunta assim que a garota adentra o seu carro.

— Não muito, obrigada por vir. — Ela fala sorrindo.

— Tem uma toalha no banco de trás. — Ele instrui e a garota se vira e estende seu braço pegando a mesma no banco traseiro. — Imaginei que fosse precisar.

— Você é um doce. — Xiao comenta e Kun fica vermelho.

Ele a levou para casa, mas quando eles chegam lá, Xiao vê o carro de seu tio estacionado em frente a garagem e ela já acha isso muito suspeito. O que ele fazia na casa que era dela e que foi de seu pai? Era a única coisa que sua mãe havia deixado em seu nome.

— O que ele está fazendo aqui? — A garota pergunta mais para si mesma, já ficando tensa.

— Eu vou com você. — Kun fala e os dois saíram do veículo e a chuva já havia parado.

Assim que ela tenta entrar na casa vê que seu tio havia trocado a senha da porta para que ela não entrasse na casa, indignada ela começa a tocar a campainha demasiadas vezes até ouvir o som da porta sendo destrancada. Seu tio aparece com um sorriso sacana no rosto.

— Olá, minha princesa, a que devo a honra? — Ele tinha um sorriso sarcástico e se sentia claramente vitorioso.

— O que faz na minha casa? — A garota pergunta sendo ríspida e o homem ri.

— Sua? Acho que não mais, quando disse que tudo que era de sua mãe passou a ser meu, eu disse tudo mesmo.

— Mas essa casa está em meu nome! — Xiao começa a ficar nervosa e seu tio ri ao ver o estado em que ela estava.

— Não, ela não está, o estúdio está e eu vou ficar muito orgulhoso quando comprar ele também e demolir tudo aquilo em seguida só pra ver a sua cara. — Xiao não pensa duas vezes e dá um tapa estalado no rosto de seu tio que a olha com um sorriso debochado. — Me bater não te fará ter tudo de volta.

— Seu cretino! — Ela tenta avançar nele mas Kun não permite a segurando.

— Xiao, vamos, não vale a pena. — O rapaz fala tentando acalmá-la.

— Você poderá vir buscar suas coisas amanhã, pegue tudo o mais rápido possível se não quiser que eu jogue fora. Tenha uma péssima noite, sobrinha! —  O homem fala e Xiao o olha com raiva antes de sair dali.

Kun a leva para sua casa, ele sabia o inferno que seria ter Xiao e Ten no mesmo recinto mas ele não tinha escolha. Ten estava morando temporariamente em sua casa por conta das obras de reforma na casa dele, e agora ele a abrigaria pois a mesma era sua amiga a muitos anos e ele não a deixaria na mão ainda mais estando grávida. 

Xiao sentia que sua vida estava em completa ruína, ela não tinha nem mais um teto para morar, havia perdido tudo de um dia para a noite e estava tendo um terrível mau estar, às vezes se esquecia da gravidez que agora passou a ser uma das prioridades de sua vida. Ela tinha compromisso com sua mãe e com seu bebê, Xiao teria de ser duas vezes mais responsável agora.

Assim que os dois adentram a casa tem a visão de Ten sentado no sofá vendo televisão, este se vira e logo foca seu olhar em Xiao e ele franze o cenho. Kun suspira e leva a garota até a cozinha oferecendo um copo d'água a mesma.

— O que ela faz aqui? — Ten aparece de  repente e Kun apenas o puxa para a sala.

— Ela não tem para onde ir e ficará aqui. — O chinês explica e o outro grunhe aborrecido.

— Sob o mesmo teto que eu?

— Ten, pelo amor de Deus! O tio dela tirou tudo que ela tinha, eu sei que não gosta dela mas a casa é minha e eu abrigo quem eu quiser e se não pode aceitar isso então deveria apenas ir morar com a Jeongyeon e o Yuta, ou com o Doyoung, você escolhe. — Kun fala sendo sincero e o tailandês respira fundo.

— Já disse que não dá para ficar com a Jeongyeon e o Yuta, eles parecem dois coelhos no cio, e viver com o Doyoung está fora de cogitação, você é o mais suportável de todos.

— Ninguém tem culpa de você ser tão encrenqueiro. — Kun revira os olhos. — Você irá dormir no sofá a partir de hoje.

— O quê? Vai dar a cama do quarto de hóspedes para ela? — Ten fala incrédulo.

— Ela está em uma situação delicada e seja um pouco mais cavalheiro, ela ainda é uma mulher, você gostando ou não dela. — Kun relembra e Ten suspira se jogando no sofá.

Viver com Xiao nunca foi algo ao qual se passou pela cabeça do tailandês. Embora ele dissesse ser indiferente ao que estava acontecendo com ela, o mesmo não tinha um coração tão frio assim. Por vezes parecia ser apenas muito egocêntrico mas ele não era assim, mas sua implicância com Xiao falava mais alto e ele acabava parecendo o vilão da história de romance dela e do Kun.

— Argh! — Ele reclama ao pensar nos dois como um casal.

Xiao aparece e se senta na poltrona abraçando uma almofada que estava sobre o mesmo. Ela não dirige uma palavra sequer a Chittaphon e o mesmo fica incomodado com a presença dela mas tenta não dizer nada a mesma.

— Como está se sentindo? — Ele não se controla e acaba perguntando a primeira coisa que se passa pela sua cabeça.

— Parece que tudo está desabando sobre a minha cabeça. — Ela murmura olhando pro chão.

— Xiao..— Ten começa mas a garota o interrompe.

— Ten por favor! Eu não quero brigar com você agora. Apenas me deixe quieta. — Ela fala com a voz embargada e o tailandês apenas desvia o olhar dela para a televisão mesmo que não estivesse realmente interessado em nada do que se passava ali.

Depois de algum tempo Kun aparece com uma xícara na mão e entrega a garota que agradece. Ten é obrigado a tentar ignorar aquela cena, que na visão dele era ridícula. Eles agiam como namorados na frente dele, e não queriam que ele se incomodasse, mas afinal de contas, porque ele se sentia tão incomodado? Nem ele mesmo sabia.

— Você precisa descansar. — Kun fala e Xiao apenas assente.

Kun leva a garota para o quarto e Ten revira os olhos pois seu amigo mais parecia ser a babá da garota. Quando Kun volta com cobertas e travesseiros para ele, o tailandês se vê obrigado a tirar sarro da situação.

— Você por acaso agora é uma espécie de babá?

— Sou, desde que você veio morar aqui. — Kun retrucou e Ten olhou bravo para ele. — O que foi? Foi você que começou.

— Você já foi infectado por aquela ratazana. — o tailandês responde com o cenho franzido em puro desgosto e Kun ri.

— Ten, eu sei que no fundo você gosta dela. — Kun agora fala sério.

— O quê?

— O único motivo pelo qual Xiao não pode ser minha namorada, é porque você gosta dela. — O chinês confessa e Ten ri em descrença. — Eu não estou brincando, se gosta dela, pare de tentar maltratá-la, isso não fará ela gostar mais de você, só fará ela te detestar. — Kun fala antes de deixar o tailandês sozinho na sala.

✩。:*•. NOTA .•*:。✩

Demorou um pouco, mas esse capítulo saiu, vou tentar atualizar novamente até Domingo pois as atualizações desta fic estão atrasadas.

Espero que tenham gostado!
Kisses, Elly!

Accidentally Loving - Ten ChittaphonOnde histórias criam vida. Descubra agora