Luxanna Stemmaguarda

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Lux jogou-se sobre o sofá sem muita cerimônia e ficou encarando o teto com uma expressão emburrada

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Lux jogou-se sobre o sofá sem muita cerimônia e ficou encarando o teto com uma expressão emburrada. Sona estava sentada no sofá de frente, com um livro aberto no colo e segurando uma xícara de chá, bebericando o líquido rosado delicadamente, ignorando completamente a falta de modos com o qual a amiga se portava. A menina loira foi uma das primeiras pessoas com quem Sona criou laços de amizade, principalmente porque Lestara, mãe de Sona, costumava servir na ordem dos Iluminadores, e Lux era uma aprendiz lá, junto com a irmã da Sona, que inclusive estava auxiliando soldados demacianos nas fronteiras com Noxus, o império problemático de Runeterra. 

Elas se conheceram logo após Sona ser adotada, e se tornaram inseparáveis. Para qualquer um de fora, Lux era exemplo de educação e obediência, e parte dessa fama vinha por ser uma Stemmaguarda, sempre disposta a abraçar a causa de Demacia, mas para pessoas mais próximas, todos sabiam que dentro da menina havia um furacão que crescia e um dia iria causar um estrago, fosse na vida dela, fosse em Demacia. Lux era uma maga, assim como Sona, e as duas por viverem essa cumplicidade e esse segredo tinham muita intimidade e confiança uma na outra. 

Pelo menos costumava ser assim antigamente. 

Antes do pai de Sona falecer e a musicista decidir passar um tempo em Ionia com sua mãe. Porém ela sabia que não poderia permanecer em Ionia por muito tempo; uma vez que sua irmã havia abdicado de sua herança e dedicado sua vida em ação missionária, Sona se tornara a única herdeira da família Buvelle. Todo o prestígio da família e história estavam em suas mãos. Sua mãe sabia disso, e fazia de tudo para aliviar o peso de ser uma filha adotiva a herdar o nome da família. E era nisso que Sona e Lux combinavam também: o fato de carregarem o fardo de serem membros de famílias prestigiosas para a nobreza demaciana.

Desde que voltara para Demacia, Sona quase não via Lux, e de repente, num dia ensolarado, a jovem Stemmaguarda apenas brotou na sua biblioteca, com uma postura revoltada e irritada, e jogou-se sobre o sofá de leitura em frente à Sona. A musicista curtia sua leitura em silêncio quando foi interrompida e aquilo lhe causou surpresa ao mesmo tempo que ela não pareceu ficar satisfeita com a interrupção de sua leitura. Sona apreciava muito os momentos em que podia ficar sozinha e adorava o silêncio.

"Sona, eu preciso fazer uma coisa que eu não acho que deveria fazer." Disse Lux com o braço na testa olhando para o lustre de cristal no teto de vitral. Sona apenas voltou-se para seu chá, observando o vapor subir em colunas esbranquiçadas. "Sona!" Chamou Lux.

"Você sabe que preciso que você esteja me olhando para que você entenda meus gestos." Gesticulou Sona utilizando a linguagem de sinal que havia desenvolvido com o auxilio de sua mãe. Apenas pessoas próximas à Sona conseguiam compreendê-la, como Lux, que era amiga de infância e praticamente criou muitos dos gestos com Sona.

Lux sentou-se rapidamente.

"Preciso de ajuda." 

"O que você fez dessa vez?" 

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