As cinzas em Demacia

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Sona permaneceu paralisada por alguns segundos que facilmente poderiam ser minutos só pelo tempo em que sua mente permaneceu travada assimilando a informação

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Sona permaneceu paralisada por alguns segundos que facilmente poderiam ser minutos só pelo tempo em que sua mente permaneceu travada assimilando a informação. O mensageiro também parecia abalado, mas aguardava a absorção da notícia e um parecer da mãe de Sona, que caíra de joelhos e chorava com as mãos no chão.

O rei havia sido brutalmente assassinado durante a rebelião dos magos que havia dizimado também muitas vidas inocentes. Quase ninguém que estava na praça para acompanhar a execução do mago assassino sobreviveu para contar história. Essa era a notícia que o jovem mensageiro da corte viera trazer, e era a notícia que as relembrava quando Lorde Barret faleceu. Sona secou a próprias lágrimas nas costas da mão ao sentir que a dor da perda afundava seu coração em seu peito. Ela ainda não sabia de tudo.

"Prestaremos honras ao digníssimo Jarvan III. Pode encaminhar minha resposta." Respondeu Lestara reerguendo-se e recompondo-se. O jovem assentiu com a cabeça e se retirou. A mãe de Sona caminhou lentamente até o sofá e sentou-se. "Eu não creio nisso..."

Sona ajoelhou-se diante da mãe.

"O que faremos?" Indagou a musicista em sinais.

"Não há nada que possamos fazer a não ser consolar o príncipe e ver como as coisas irão ficar..." Respondeu Lestara entre as lágrimas.

O príncipe... Sona lembrou-se de Jarvan IV e seu coração doeu. Ele devia estar arrasado, e sozinho diante de tantas pessoas da nobreza em cima dele, a dor da perda do pai, e as obrigações da corte, obrigações militares. 

"Preciso ver o principe."

"Acho que vai ser difícil, minha filha. O acesso a ele deve estar dificultado por conta do ocorrido." Respondeu Lestara ainda chorosa.

Sona suspirou. A mãe tinha razão, mas algo nela a dizia que precisava ir até ele.

E ela foi.

Chegar no palácio foi bem difícil pois parte do trajeto ou estava com barricadas militares, ou estava destruído. Sona vestiu-se de preto para demonstrar respeito ao momento de luto que o reino vivia, e conseguiu passar pelos soldados pois era facilmente reconhecida com seus cabelos azuis em rabos de cavalo laterais e seu gigante instrumento amarrado em suas costas. Estava acima de qualquer suspeita e isso era seu artifício para chegar à sala do trono.

Ela esperou Jarvan IV sair de uma reunião que durou três horas. Sentada num sofá, na antessala do local onde o rei costumava receber pessoas, Sona aguardava mentalizando uma canção em sua mente para passar o tempo, e as vezes observava os soldados passarem de lá para cá por ela. Eles conversavam baixinho, seus tons de voz indicavam pesar e medo. 

Quando finalmente as portas duplas se abriram, dois soldados saíram para montar guarda e de lá vieram diversos líderes de famílias prestigiosas do reino. Os homens de vários tamanhos e vestes pomposas passavam por Sona e cumprimentavam-na com pequenos gestos. A musicista acenava com a cabeça mas sem sorrir. Quando virou-se para as portas abertas ela o viu de costas, virado para o trono, ombros caídos, armadura surrada, uma aparência nitidamente abalada.

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