Capítulo 6

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Flávia não tinha ficado no evento, depois do que acontecera ela só queria ir para casa e ficar agarradinha com Alice. Passara o resto do dia pensando em tudo que acontecera nas últimas horas, tinha medo de Guilherme não querer participar da vida da filha, mas pelo menos ela contara a ele sobre sua existência e caberia à ele decidir se queria estar na vida da garotinha, sua parte já estava feita.

Já passava das uma da manhã quando escutou o barulho de seu celular, quando não identificara o número estava decidida a ignorar, mas seu coração decidiu o contrário, não esperava uma resposta tão rápida de Guilherme mas ficara feliz.

Era por esse motivo que estava esperando o médico em um restaurante no shopping, marcaram de se encontrar no almoço para conversarem sobre a filha, estava ansiosa e nervosa para saber o que o doutor iria fazer à respeito da paternidade de Alice. Foi quando o vira entrar no restaurante, era impossível não reparar no homem, mesmo que tenha sido um lance de apenas uma noite ela sabia que Guilherme havia mexido com ela. Endireitou-se na cadeira e o observou caminhar em sua direção. Ele soltara um dos sorrisos mais bonitos que já havia visto, o mesmo sorriso que Alice soltava quando estava feliz.

– Desculpa a demora – desculpou-se ele sentando na mesa.

– Tudo bem, cheguei a pouco tempo também – respondera a jovem.

Era perceptível o nervosismo dos dois, não sabiam como iniciar a conversa por mais que ambos quisessem falar tantas coisas. Logo o garçom aproximou-se para fazer o pedido dos dois.

– Eu entendi o porquê de não ter me dito nada – Guilherme decidiu quebrar o silêncio – Eu não te culpo por ter escondido, não vou dizer que fico feliz de só ter descoberto agora, mas por outro lado essa também é a melhor notícia do mundo. – sorriu o médico.

– Eu tive medo – admitiu Flávia – Medo de você não acreditar em mim, quando eu te vi com sua mulher eu tive mais medo ainda de que você culpasse o bebê por alguma coisa que acontecesse no seu casamento. – a garota confessou.

– Eu nunca faria isso! – disse o doutor.

Logo foram interrompidos pelo garçom, que trazia seus pedidos. Comeram em silêncio, era óbvio que ele tinha várias perguntas para fazer e ela estava disposta a responder todas.

– Qual o nome dela? – perguntara ele assim que terminaram de comer.

– Alice – respondera a jovem sorrindo e recordando a filha.

– Alice, lindo nome – o doutor sorriu alegremente – Do que ela mais gosta? – perguntara animado, queria saber tudo sobre a pequena e isso fizera Flávia sorrir.

– Brincar – declarou a moça – Assistir desenho, passear...

Se perderam no tempo enquanto Flávia contava mais sobre a Alice e Guilherme ouvia tudo atentamente. Ela achava lindo a empolgação do médico em saber da menina, todo nervosismo evaporou, ela sabia que no momento em que os dois se encontrassem seria difícil separá-los.

Decidiram então de se verem no dia seguinte, Flávia contaria a menina sobre o pai e como era sábado passariam a tarde juntos, para que pai e filha pudessem criar laços. Depois do combinado cada um seguiu para suas casas e era nítido que Guilherme já estava ansioso para o dia seguinte.

Chegando na casa de Paula deparara com a empresária sentada no sofá com Alice vendo um filme da Disney. Sorriu com a imagem e entrou em silêncio na casa, aproximou-se do sofá.

– Paula Terrare assistindo contos da Disney? – perguntou rindo – Pensei que nunca veria isso – pegou o celular do bolso e tirou uma foto.

– Garota, você está maluca? – perguntou Paula quando vira que a jovem tirara uma foto sua – O que eu posso fazer, eu não consigo dizer não pra essa garotinha – apontando para Alice.

– Mamãe, a vovó sisti flozen – sorriu a menina alegre, era parecida com o pai que assustava.

– Estou vendo meu amor – sorriu para a menina e sentou-se ao seu lado, abraçando a filha.

Quando o filme acabou, Flávia pegou Alice no colo, despediu-se de Paula e seguiu em direção ao seu apartamento. A garota ainda era muito nova, mas sempre que surgia oportunidade perguntava do pai, Flávia sempre dava um jeito de mudar de assunto.

Enquanto entrava no apartamento, ela deixara a menina no chão para fechar a porta, a pequena correu em direção aos brinquedos. Flávia então sentou-se no sofá e observou a menina brincar no tapete da sala, ficara alguns minutos pensando em uma maneira de abordar o assunto com a filha, criara coragem e chamou o nome da menina, que no mesmo momento largara seus brinquedos e foi em direção a mãe.

Ti  foi mamãe? – perguntou a menina sentando-se no colo da mãe.

– Lembra que você perguntava do seu papai? – Flávia olhou para a filha que assentiu com a cabeça – Então, ele quer te conhecer. – contou para a menina e esperou sua reação.

SÉLIO? – gritou a menina animada.

– Sério! – a jovem estava feliz com a empolgação da filha.

Foi difícil colocar a menina para dormir, Alice estava empolgada para conhecer o pai no dia seguinte. Quando a pequena finalmente dormiu, Flávia foi em direção ao seu quarto, tomara banho e se aprontara para dormir. Já deitada na cama, sentiu seu celular vibrar na mesa de cabeceira, pegando o objeto sorriu com a mensagem escrita.

"Contando as horas para amanhã, mal posso esperar para conhecê-la. Boa Noite!"

– Ah Guilherme, ela também não vê a hora de te conhecer – disse a si mesma. Virou-se para o lado e dormiu com um sorriso estampado no rosto.

Quando amanheceu, a garota sentiu quando a filha subira na cama e começara a pular.

Coda mamãe! – Alice sacudira a mãe – Tá na óla de ver o papai – disse a menina alegre.

Foi impossível não se contagiar com a alegria da filha. Levantou-se com a pequena no colo e a levou de volta para seu quarto, enquanto dava banho na filha Flávia percebera o quanto também estava ansiosa para esse encontro. Arrumara Alice, que de um em um segundo perguntava se estava bonita para conhecer o papai e a resposta da mãe era sempre um sim.

Já prontas subiram até o apartamento de Paula, já que era ritual tomarem café da manhã juntas todos os dias. Quanto entraram na casa Alice logo apressou-se a contar a novidade, estava tão animada com a ideia de conhecer o pai. Paula então sorriu para a jovem e concordou com a cabeça voltando a prestar atenção no que a menina dizia.

Havia chegado a hora, encontrariam com Guilherme na praça de alimentação do shopping, enquanto as duas iam em direção ao local, ela sentiu que a filha estava nervosa já que não era de seu feitio não tagarelar, a menina não dissera uma palavra desde que entraram no shopping.

Quando chegaram na praça de alimentação a jovem logo reconheceu Guilherme, acenou para que o médico a visse. Quando os olhos do rapaz caíram na menininha ao seu lado, mesmo de longe ela conseguira ver o brilho em seus olhos e seu sorriso se alargar. Caminharam até a mesa, Alice apertou a mão da mãe, olhou para filha e sorriu para acalmá-la.

– Guilherme – chamou a atenção do doutor – Essa é a Alice, sua filha. – sorriu para o homem – Alice esse é o seu papai – disse olhando para filha e apertando sua mãozinha.

– Papai? – disse a menina com os olhos brilhando e com o sorriso mais lindo do mundo.

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