Capítulo 14

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O beijo de Guilherme era o melhor que Flávia havia experimentado. Era isso que a jovem pensava enquanto sentia os carinhos do médico em seu rosto, era acariciada com tanta delicadeza e aquilo fazia seu coração bater ainda mais rápido. Sentira Guilherme desvencilhar suas bocas quando faltou ar, distribuía leves selinhos, antes de tomar sua boca em um novo beijo. Estavam tão absortos naquele momento, que nem lembravam da filha entre eles, Guilherme finalizou o beijo mordendo de leve a boca da garota. Quando caíram em si, o médico se afastou completamente de Flávia, levantando da cama.

– Desculpa! – declarou Guilherme de pé se afastando da cama, enquanto coçava a cabeça em sinal de nervosismo.

– Está tudo bem, Guilherme – tentara acalmar o médico, mas sem muito sucesso.

Vira Guilherme olhar o horário no celular, seu olhar intercalava entre ela e a filha, era perceptível a batalha interna dentro dele.

– Eu tenho que ir – dissera o doutor, olhara nos olhos da jovem e se aproximara da cama, abaixou-se e beijou levemente a testa de Alice.

Flávia então acompanhou Guilherme até a porta, não sabiam como se despedir, pareciam adolescentes inseguros com o próximo passo. A garota então inclinou-se o máximo que pôde e depositou um beijo no pescoço do homem, que fora pego desprevenido, mas não reclamara do ato. Guilherme então olhara mais uma vez em seus olhos e deu-lhe um sorriso como despedida.

Quando Flávia vira a porta do elevador fechar, soltara um suspiro que nem sabia que estava prendendo. Fechara a porta e encostou-se nela, levara a mão até a boca e soltou um belo sorriso, era incrível como ainda conseguia sentir o gosto de Guilherme, os carinhos dados por ele, sentia a pele queimar ao lembrar destes momentos.

Se recompôs e caminhou novamente para o quarto, quando vira que Alice ainda dormia, voltou para a sala e indo em direção a varanda, precisava de ar, pensar em tudo que tinha acontecido momentos antes. Quando sentira a brisa fria da manhã tocar seu rosto, automaticamente seus pensamentos são tomados novamente pela imagem de Guilherme. Não queria admitir mas estava verdadeiramente se apaixonando pelo doutor, não sabia se isso era um erro ou não.

Voltara para o quarto e deitou-se ao lado da filha, verificou a temperatura da menina e ficou aliviada ao perceber que abaixara, aninhou-se ao seu lado e ficou a encarando. Alice era tão parecida com o pai e aquilo era inegável, depositou um beijo em sua testa e encostou seu nariz ao da menina, pegando no sono logo em seguida.

Fora despertada pelo toque do celular, o pegou rapidamente para que o barulho não acordasse a filha, soltara um sorriso ao olhar para a tela do mesmo.

– Guilherme? – atendera a jovem ainda meio sonolenta.

– Bom dia, Flávia – respondera o médico – Como a Alice está? – perguntara demonstrando sua preocupação.

– Já está melhor, a febre abaixou – respondera suavemente – Ela ainda está dormindo – sorrira ao ver a filha dormir pacificamente ao seu lado.

Despediram-se minutos depois com a promessa de que quando Alice acordasse ligaria para que pudesse falar com o pai. Não sabia o que aconteceria quando se encontrassem novamente, mas Flávia evitara pensar naquilo. Levantou-se devagar para que não despertasse a menina, quando entrara na sala vira Paula entrar apressada.

– Oh garota, porque não vai pra empresa hoje? – perguntara a empresária. A jovem havia mandado mensagem minutos antes avisando que não iria trabalhar naquele dia.

– A Alice teve febre a noite toda – respondera a garota sentando-se no sofá, Paula imitou seu gesto.

– E porque você não foi me chamar? – deu um tapa no braço de Flávia – Ficou a noite toda cuidando da Alice sozinha? – perguntara Paula.

– Eu não cuidei dela sozinha... – olhara para Paula, que tinha a sobrancelha levantada esperando que ela continuasse – O Guilherme ficou aqui comigo cuidando dela – dissera a jovem se afundando no sofá.

– O doutor? – dissera Paula, a garota assentiu – Hum, até que ele está se saindo um pai presente – constatou ela.

Flávia apenas concordou, tinha o olhar perdido e isso não passou despercebido por Paula, conhecia aquele olhar e sabia que aquilo iria acontecer. A empresária encarou Flávia e soltou um suspiro.

– Você se apaixonou mesmo pelo doutor, né? – perguntara, mesmo já sabendo a resposta.

Quando Flávia a encarara seus olhos lacrimejavam e em segundo a garota se jogara nos braços de Paula chorando, aquele ato pegara a empresária desprevenida, mas não a impedira de acariciar os cabelos da jovem, em uma forma de lhe trazer conforto.

– Como eu fui deixar isso acontecer, Paula? – a garota soluçava sem parar – Ele é casado, eu não devia ter beijado ele – lamentava-se Flávia.

– Espera ai – desvencilhou-se da jovem para poder olhá-la – Você beijou ele? – perguntara.

– Na verdade ele me beijou primeiro – respondera secando as lágrimas e se endireitando no sofá – Mas isso não importa agora, ele ama a mulher dele – respondera em tom triste.

– Tem certeza? – perguntara Paula despreocupada.

– Do que? – Flávia perguntara confusa.

– De que ele ama mesmo a esposa dele? – disse Paula.

Não respondera, afinal não sabia a resposta, mas um pequeno fio de esperança crescera dentro de seu coração, porém não queria se apegar aquilo, não podia ter seu coração partido. Deixaria que o destino a surpreendesse.

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