Prólogo

1.7K 75 36
                                    

2018

O dia de Guilherme não tinha sido um dos melhores, a mulher tinha decidido que eles precisavam de um tempo no casamento, brigara com o filho Antônio e pra completar perdera um paciente e o Dr. Guilherme Monteiro Bragança NUNCA perdia um paciente. Tudo que ele queria era que esse dia acabasse logo.

Decidido a esquecer os problemas que o cercavam no dia o doutor pedira pediu para que o motorista o levasse para um lugar distante. Estava tão perdido em seus pensamentos que não percebera quando Odailson encostou o carro na calçada em frente a uma boate com o letreiro em neon piscando. Pulp Fiction não era o ambiente que Guilherme tinha em mente.

–Tem certeza que esse lugar é confiável Odailson? – perguntou o doutor ainda dentro do carro, olhando para a entrada da boate pela janela.

– Tenho sim doutor – respondeu o motorista convicto.

Guilherme pensara duas vezes antes de decidir sair do carro. Avaliou mais uma vez o lugar antes de entrar, constatou que esse não era mesmo um local onde ele, o melhor cirurgião cardíaco, frequentaria. A música era muito alta para o seu gosto e a iluminação muito forte. Porém, algo o tirou de suas críticas mentais sobre o local. A dançarina de peruca rosa, que dançava sensualmente no pole dance em cima do palco e fora inevitável não a admirar. Guilherme parecia hipnotizado pela menina, como se seu olhar fosse imã a dançarina olhou em sua direção e sorriu. Não sabia o motivo do seu coração ter acelerado daquele jeito, decidido a ignorar ele então seguiu em direção ao bar a fim de pedir uma bebida.

Já com a bebida na mão, sentou em uma das mesas e inevitavelmente seus olhos se voltaram à dançarina, que pelo jeito também não conseguira tirar os olhos dele. Ela dançava ao som de uma música que nunca tinha ouvido antes, mas combinava com os movimentos feitos por ela. Ao final da apresentação vira ela descer do palco e ir em direção ao bar, não sabia o que o fizera levantar e segui-la, era como se ela o tivesse enfeitiçado.

– Deixa que eu pago! – declarou Guilherme quando a garota pegara o drink que pediu.

– Obrigada! – sorriu para ele – Pink – se apresentou.

– Dr. Guilherme Monteiro Bragança... quer dizer, Guilherme – pegando em sua mão que havia sido estendida em forma de cumprimento e lançou lhe um sorriso de canto – Você dança muito bem – elogiou à menina.

A garota sorriu com o elogio e agradeceu. Guilherme então a convidou para sua mesa, estava impressionado em como a conversa fluía, como se fossem velhos amigos. O rapaz contou sobre o motivo que o trouxera para aquele lugar, ele sentiu que podia confiar naquela menina sentada ao seu lado. E foi em algum momento entre a conversa que ele observou o modo que ela olhava diretamente pra sua boca enquanto sibilava as palavras, fora inevitável não repetir o mesmo gesto.

Já não se lembrava quem iniciara o beijo primeiro, mas naquele momento pouco importava, estava perdido na textura e no sabor de seus lábios, por mais que não queira admitir esse era de longe o melhor beijo que já tinha dado em sua vida. Separaram-se em busca de ar, ao levantar seu olhar para o dela ele pode perceber o desejo em seus olhos escuros.

Guilherme levantou-se e estendeu gentilmente sua mão para a garota, que não hesitou em pegá-la. Os saíram da boate e foram em direção ao carro do doutor, o mesmo havia mandado Odailson para casa já que o mesmo morava a poucas ruas da boate e ficado em posse da chave do carro.

O desejo um pelo outro naquele momento era palpável, não sabiam como acontecera tão rápido tal conexão, mas não podiam evitar, era como se pertencessem um ao outro. Ao chegarem no quarto alugado por Guilherme, tudo que os seguravam foi libertado, naquele momento era somente deles.

Guilherme prontificou-se a retirar o as peças de roupa da garota, depositava beijos por todo lugar disponível desde a boca até o pescoço, enquanto ela desabotoava seu colete e camisa. Separaram-se por um instante para descartar as roupas e ela aproveitou para depositar beijos em seu pescoço e peitoral.

– Tem certeza? – perguntou o doutor, olhando em seus olhos por algum indicio de hesitação.

– Tenho, só aproveita o momento – dissera a garota para ele – Esquece o mundo lá fora, se concentra no aqui e agora. – respondeu ela o guiando em direção a cama.

Haviam perdido a noção das horas quando finalmente caíram exaustos na cama, pelo brilho nos olhos de cada, aquele tinha sido definitivamente o melhor sexo de suas vidas, momentos depois se entregaram a exaustão e adormeceram.

Quando Guilherme acordou a menina já não se encontrava mais ao seu lado, procurara traços de sua presença pelo quarto, mas já era tarde demais. A melhor noite de sua vida tinha terminado e logo teria que voltar para sua vida monótona. Sabia que tinha sido coisa de uma noite só, mas não podia suprir o vazio que ela havia deixado, nem ao menos sabia seu nome verdadeiro. Ainda conseguia sentir seu perfume adocicado por todo lugar. Não esqueceria dos beijos, toques e suspiros trocados naquela noite, o brilho em seus olhos e muito menos seu perfume.

Naquela mesma noite voltara na boate a procura da dançarina, mas não a encontrou, constatou então que aquilo era um sinal, de que o destino deles se cruzaram por uma única vez e nada mais. Ou será que ele tinha entendido tudo errado?

DestinyOnde histórias criam vida. Descubra agora