A matéria perfeita

Eu perdoo

     - Por que você não me contou isso antes?

     A voz de Ruth soava chateada do outro lado da linha.

       Marília não sabia o que falar,Ela olhou para Bahia,que estava deitado confortavelmente sobre sua cama,em um pedido de ajuda. Ela não queria falar para sua mãe sobre o Henrique,Ainda mais porque o assunto era um campo minado em sua vida.

     - Eu te disse, mãe - ela respondeu como se falasse com uma criança - Nós estamos apenas nos conhecendo.

    - O João Gustavo me mostrou uma foto dele. - Ruth fala - Ele é lindo, meus parabéns.

      - É, é eu sei - Marília responde
deixando escapar um sorriso.

    Ela seguiu para a cômoda no canto esquerdo de seu quarto e abriu um porta jóias. Ali dentro ela pegou dois pares de brincos: um prata e outro preto. Ela
estendeu os dois para Bahia pedindo sua opinião.

    -O preto - respondeu o amigo.

     Marília, então, se colocou em frente ao espelho de corpo todo apoiado na parede. Aquele móvel era a única coisa grande em seu pequeno quarto. O cômodo, entretanto, mesmo não sendo grande era como um
refúgio. seu próprio cantinho. As paredes azuis, pintadas por si mesma, davam ao ambiente um clima de tranquilidade. E em cada canto havia colados algumas matérias importantes que ela tinha feito. Aquele lugar era sua própria personificação

      Marília apoiou o celular nos ombros enquanto colocava os  brincos.

     -E quando nós vamos conhecê-lo?

A voz da mãe tirou Marília de seus devaneios. Ela arregalou os olhos em descrença ao assimilar o que a mãe havia dito.

     - O que? Como assim?

    Marília encarou sua imagem refletida. Estava usando o vestido verde comprado por Henrique. Seus pés estavam descalços, mas o par de sandálias preta aguardavam ao pé da cama para serem calçados. Ela
estava se preparando para a tão aguardada abertura da galeria. E Bahia estava ali para ajudá-la a tomar as decisões do que vestir.

    - Seu pai e eu queremos conhecê-lo, filha -
esclareceu Ruth.

   -  Dona ruth, não se empolga muito. Eu já te disse que não é nada muito sério.

    O problema era convencer ruth disso. Afinal cada vez que Marília arrumava um namorado a mãe já começava a pensar nas flores que usaria no casamento.

   - Ainda assim - ela reclamou - Eu quero saber quem é o homem que está mexendo com o coração da minha garotinha.

      Marília encarou Bahia através do espelho. O amigo bateu dois dedos no pulso indicando que ela estava atrasada.

     - Olha, mãe -ela começou - Depois nós
conversamos sobre isso, tudo bem? Agora eu tenho que ir.

    - tudo bem filha - Ruth responde - você me deve uma visita aqui, estou com saudades de você querida.

   - Eu também sinto saudades de você mãe, prometo te visitar em breve - Marília fala - agora preciso ir depois conversamos mais
Tchau.

  - Vou ficar esperando filha e traga meu genro quero conhece - lo - Ruth responde- agora vai lá sei que está ocupada tchau filha.

     Marília desligou.

    Ela se virou para bahia com uma expressão nem um pouco agradável. O nariz estava franzido como acontecia sempre que ela estava Contrariada.

     -Ela é simplesmente impossível!

      Bahia riu.

    - Toda família tem problemas querida