Desabafar

338 52 127
                                    

   [.....]

    O carro andou por mais alguns minutos até ser estacionado frente a uma pequena praça. Aquela parecia ser uma área residencial. E Henrique sabia que nunca havia colocado os pés ali.

    Marília desceu do carro Henrique
acompanhou. Ele observou a praça que estava completamente iluminada. Havia ali diversas árvores altas e muitos bancos de concreto espalhados. Alguns casais e poucas crianças povoavam aquele pequeno
espaço.

    - Onde nós estamos? - Henrique Perguntou

    Marília deu a volta no carro parando ao seu lado.

    Henrique ofereceu-he as sandálias que ela logo pegou. Marília apoiou a mão em seu ombro esquerdo enquanto colocava os calçados ao seu lugar de origem.

   -E um lugar que eu costumava frequentar
ela disse - A minha antiga casa quando mais nova não fica muito distante daqui.

   - E o que exatamente viemos fazer aqui?
indagou curioso.

    - Eu pensei que talvez você gostaria de um sorvete. Se eu me lembro bem tem uma sorveteria incrível aqui.

   Henrique acenou, sem saber o que responder. Marília era definitivamente imprevisível. No entanto, dessa vez ela parecia ter acertado. Uma distração
soava muito bem agora.

  - Vem. Aposto que um sorteve vai melhorar essa Sua cara ruim.

    Marília começou a andar sobre a praça, mas o chão cheio de cascalho ajudava nem um pouco no manuseio do salto.

    Henrique, como o cavalheiro que era, se
aproximou dela e passou a mão em sua cintura a fim de Ihe dar apoio.

   Marília o encarou desconfiada. Henrique suspirou. Será que ela não podia acreditar que ele estaria apenas fazendo uma ação beneficente?

    Se bem que, ele não podia negar que ter o corpo dela tão proximou ao seu o fazia ter pensamentos não tão gentis. Mas o que ele podia fazer? Marília era uma mulher linda. E, pelo que ele estava começando conhecer, tinhas muitas outras qualidades também.

   - Ali - Marília apontou para uma pequena loja entitulada "Milibu". Henrique não pode evitar rir do nome de estabelecimento.

   Ele atravessou a rua e ele andou com Marília até lá. Eles entraram na sorveteria onde havia apenas uma senhora atrás do balcão.

   - Duas casquinhas, por favor - pediu Marília - Uma de limão e outra de...

   - Chocolate - respondeu Henrique.

  A mulher logo saiu para buscar os pedidos.
  
    - Eu juro que se esse não for o melhor sorvete que você já tomou eu vou ficar te devendo uma.

    Henrique riu da brincadeira de Marília. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas ela estava bem diferente de minutos atrás quando parecia querer matá-lo. Honestamente, ele preferia a garota de agora.

   A mulher voltou com duas enormes bolas de sorvete em mãos. Ela entregou a eles.

     Marília pegou a bolsa que tinha em mãos e tirou dali o dinheiro para pagar.

     Henrique pensou em retrucar, mas ele estava aprendendo que esse espírito independente fazia parte de Marília. E, de alguma maneira, ele gostava daquilo.

    - Vai lá, prova - instigou a garota enquanto eles saiam da loja.

     Henrique fez como pedido. Ele passou a língua no sorvete prevendo o sabor delicioso que o atingiria. Mas isso não aconteceu. O sorvete tinha apenas gosto
de água e nescau.

A matéria perfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora