Capítulo 17.

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A manhã do início do Desafio até que está ensolarada.

Tá bom, "ensolarada" pode ser uma palavra generosa demais, mas não está chovendo, e as nuvens não são tão espessas, então, a meu ver, é uma manhã ensolarada. Um ensolarado coreano.

E, para dizer a verdade, estou levemente animada. Tá bom, talvez muito animada.

Sim, ter que fazer isso com Rosé é abaixo do ideal, mas finalmente sair para a natureza da Coréia? A Coréia de verdade? Nem mesmo a expectativa de passar dois dias sozinha com Rosé pode acabar com minha animação.

Apesar de que, enquanto esperamos na frente do colégio a hora de sair, ela certamente está dando o seu melhor.

- Essa é a coisa mais estúpida que eu já tive que fazer - Rosé murmura com a boca encostada num copo de isopor com chá.

O chá está fumegando no ar frio da manhã e seus óculos escuros gigantes ficam embaçados. Do pescoço para cima. ela é a típica Roseanne - aqueles óculos escuros são Chanel, o cabelo foi arrumado num rabo de cavalo alto com as pontas onduladas e ela está usando maquiagem.

Do pescoço para baixo, ela está tão horrenda quanto o restante de nós. Estamos vestindo calças cáqui e camisetas de manga comprida cobertas por um colete pesado e nossas capas de chuva de Cheongshim por cima. Levamos algumas peças de roupa a mais em nossas mochilas, mas no geral todos nós estamos parecendo funcionários de zoológicos levemente desarrumados. Ainda assim, esse é o melhor vestuário para o que estamos fazendo, mesmo que nem tudo caia tão bem. O colégio não tinha uniformes de Desafio para garotas, no fim das contas, então estamos nos virando com o que pudemos arranjar, exceto pelas botas. Eu trouxe o meu melhor par de casa, e mexo meus dedos dentro delas agora.

- A coisa mais estúpida? - pergunto a Rosé. - Acho difícil acreditar nisso.

Espero uma resposta ácida, mas, em vez disso, Rosé apenas dá de ombros e diz:

- Justo.

Olho para ela e ajeito a mochila nos ombros.

- Você está doente? - pergunto. - Ou só assustada com o acampamento?

- Nenhum dos dois, Manoban - ela responde, derramando o resto do chá no cascalho.

O líquido atinge um grupo de garotas ali perto. Elas dão gritinhos de susto, mas, quando percebem quem jogou o chá fora, não falam nada.

Privilégio de princesa, claro.

Rosé enfia o copo vazio em um dos bolsos laterais da mochila, então pelo menos ela não está adicionando o item "jogar lixo no chão" à lista de pecados.

Ouvimos um ronco baixo quando cinco vans se aproximam e, do meu outro lado, Jennie se mexe inquieta no mesmo lugar.

- Ainda não acho que isso seja necessário - ela diz - Quer dizer, eu me sinto muito autossuficiente e também em conexão com o mundo ao meu redor.

- Pelo menos você vai acampar com Hyeri - digo. acenando com a cabeça para sua colega de quarto.- Eu estou presa com Rosé, e Jisoo com Irene.

A colega de quarto de Jisoo parece ser totalmente assustadora, ela pode até ter quase o mesmo tamanho de Jisoo, se não for igual, eu acho. Mas, são polos opostos, enquanto Jisoo tem um sorriso gentil, a garota tem um sorriso que faz seu corpo arrepiar. Enquanto observo, Irene coloca sua mão no ombro de Jisoo, parecendo amigável, mas a vejo um pouco desconfortável. Talvez porque a garota é linda e ela está desconcertada, ou seja só medo dela mesmo.

Ela faz uma careta, esfregando o braço e tentando sorrir para Irene. Então ela olha para a gente.

Me mata, ela mexe a boca para dizer. Era só medo mesmo. Jennie se vira para mim.

SUA A.L.T.E.Z.A. REAL  (Chaelisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora