Capítulo 25.

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Rosé cumpre o que prometeu e vem até meu quarto após uns vinte minutos, vestindo roupas completamente diferentes. Ainda estou com minha calça preta e o suéter que usei na viagem para cá, mas cheguei a passar um pouco de rimel e uma fina camada de gloss, e Rosé percebe imediatamente.

- Olha só pra você, Manoban - ela diz, provocando, enquanto me puxa porta afora até o corredor.

- Achei que deveria usar, já que eu vou socializar com lordes e tudo mais - digo a ela. - Mas ainda não faço ideia do que vou vestir para o jantar hoje à noite.

Rosé faz um gesto com as mãos.

- Eu te disse, vou cuidar disso.

- É isso que me assusta - murmuro, e ela me dá um
sorriso malicioso.

- Você duvida do meu gosto?

- Não duvido, tenho é medo - digo, e ela solta uma risada.

Andamos pelo corredor, passando por retratos e pequenas alcovas com estátuas de mármore e, no caminho para as escadas, eu pergunto:

- Por que seu quarto se chama "Quarto Ponche de Frutas"?

Sem responder, Rosé vai até uma porta mais à frente no corredor e a abre, gesticulando para que eu me aproxime. Olho para dentro e então dou um passo para trás quase que imediatamente.

-Uau.

As paredes do quarto são tão vermelhas que quase machucam meus olhos, e a roupa de cama é coberta por uma estampa de árvores frutíferas e cachos de uvas.

- Faz sentido agora - digo, e ela acena com a cabeça.

- Quando lorde Joo-Hun se tornou Lorde das Ilhas, os antigos proprietários dessa casa tiveram que entregá-la a ele. Pelo que dizem, eles estavam tão enfurecidos por causa disso que tentaram redecorar todos os cômodos antes de ele chegar aqui. Mas só conseguiram fazer isso com esse quarto, deixando-o o mais pavoroso possível. Lorde Joo-Hun achou engraçado, então ele manteve desse jeito.

- Design de interiores como vingança - comento. - Gostei.

Sorrindo, Rosé fecha a porta e continuamos nosso caminho pelo corredor e descemos as escadas até o salão principal de novo. Chen não está lá, mas tem um homem em pé vestido num terno de tweed, com uma bengala na mão, batendo impaciente no chão de mármore.

-Tio Hun- Rosé chama, e o homem se vira para ela, seu rosto enrugado se abrindo num sorriso ao vê-la.

- Ah, lá vem confusão - ele diz com afeto, e Rosé termina de descer a escada e vai abraçá-lo.

Lorde Joo-Hun está na casa dos setenta e poucos anos, mas se move e se comporta como um homem muito mais novo, com os ombros para trás, o cabelo espesso e branco. E, quando ele olha para Rosé, seus olhos brilham.

- Não sabia se você viria mesmo - ele diz, se curvando para beijá-la na bochecha, e Rosé aperta os ombros dele antes de se afastar.

- Eu não perderia um dos seus jantares por nada, tio Hun - ela diz e então acena para mim. - E eu trouxe minha colega de quarto, Lalisa.

Ela abaixa o tom de voz para um sussurro falso.

- Ela é Tailandesa.

- Ah! - Lorde Joo-Hun pega minha mão e beija o dorso.

- Assim como alguns de meus netos, então eu tenho muito carinho por seus compatriotas.

- A filha do lorde Joo-Hun, se casou com um banqueiro de investimentos de Bangkok.

-Sim, verdade - Lorde Joo-Hun confirma. - Ele é terrivelmente chato, mas eu não acho o mesmo de todos os tailandeses.

E com isso ele dá uma piscada para mim e eu relaxo um pouco. Até agora, minha primeira impressão do Mundo de Rosé não é tão assustadora. Claro, estamos em um castelo, e, sim, eu acabei de conhecer um lorde, mas ele ainda é apenas... uma pessoa. Uma pessoa agradável que gosta de Rosé e é acolhedor com tailandeses aleatórios em sua casa.

SUA A.L.T.E.Z.A. REAL  (Chaelisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora