Capítulo 23.

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- Trabalhar na lavanderia?

Eu río, me acomodando em minha cama enquanto ajeito o notebook para ver Bambam melhor.

- O.k., você diz isso como se fosse a pior punição que alguém pudesse ter.

Na tela, Bambam tira o cabelo dos olhos.

- É só bizarro - ele diz.

- Você consegue imaginar se meter em confusão na Coréia e eles te mandarem, tipo, lavar os uniformes de educação física? Eles nunca ouviram falar em detenção na Coréia?

- Não é tão ruim, eu acho - ele diz, e fico surpresa ao perceber que isso é verdade.

Não é que eu tenha amado botar a roupa de todo mundo para lavar durante as últimas semanas, mas ficar esse tempo com a Rosé tem sido surpreendentemente não terrível. Seja o que for que derreteu entre a gente lá em cima das colinas permaneceu descongelado e, mesmo que eu ainda pense em Rosé como uma Agente do Caos Elegante, tem sido até legal passar o tempo juntas, só nós duas.

- Hum, que cara é essa?

Pisco distraída para a tela.

- Que?

- Você acabou de fazer uma cara - Bambam diz, sorrindo - Uma cara sonhadora. Pegou uma coreana, Lali?

- Cala a boca - digo, revirando os olhos, mas Bambam apenas ri de novo, sacudindo a cabeça.

- Não, eu conheço bem a cara de Lali Manoban quando tem um crush e você fez essa cara. Eu já vi isso antes, eu conheço esse seu coração misterioso.

- Não fiz. E, não, você não conhece - respondo, mas meu coração está batendo um pouco mais rápido, e agora estou ficando corada, vermelha igual um tomate. Consigo ver isso no pequeno retângulo no canto inferior da tela.

A porta se abre e Rosé entra saltitando, seu rabo de cavalo dourado balançando.

- Ai, graças a Deus! - ela diz com entusiasmo, caindo em sua cama com uma distinta falta de graça real e, no meu notebook, Bambam começa a berrar:

- Quem é? É a sua colega de quarto? Quero ver ela!

- Tá bom, tenho que ir, te amo, te amo, tchau! - digo apressada antes de fechar o notebook num gesto brusco.

Eu não falei de Rosé para o Bambam ou, melhor dizendo, não contei a ele que minha colega de quarto é também uma princesa, e algo me diz que, assim que ele a vir, ele vai saber. Não que exista algo para saber, porque não tem. Eu não tenho um crush.

-cCom quem você estava falando? - ela me pergunta, apoiando o queixo na mão e segurando um envelope pesado entre os dedos.

-Meu pai - minto, e então aponto para o envelope - O que é isso? - pergunto a ela, observando enquanto ela desliza um dedo pela aba e em seguida ouço o som do papel grosso rasgando.

- Isso, queridíssima Manoban, é a liberdade - ela diz, e tento ignorar aquele "queridíssima" e como meu peito fica agitado ao ouvir isso.

É apenas o Idioma Roseanne. Todo mundo é "querido", "amado", "meu amor". As vezes acho que é porque ela não consegue se lembrar do nome da maioria das pessoas.

- Olha - ela diz, jogando o cartão pesado que veio no envelope para mim.

O cartão tem tantos selos e brasões em relevo e a caligrafia é tão intrincada que eu mal consigo ler, então seguro o cartão a distância, espremendo os olhos.

- Isso está em inglês? - pergunto, e Rosé se aproxima e me dá um tapa de brincadeira antes de pegar o cartão de volta.

- Não se faz de ignorante pra cima de mim - ela diz, mas sorrindo. - É um convite pra uma festa exclusiva no próximo fim de semana em Sindo, organizada pelo Lorde das Ilhas.

SUA A.L.T.E.Z.A. REAL  (Chaelisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora