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Fui até o bar, confesso que não sabia nem o porque eu estava indo. Tudo isso poderia ser brincadeira né? O Adrian não estaria me traindo? E se isso realmente for verdade o porquê disso? Meus pensamentos havia muitas e muitas perguntas, eu estava com medo das respostas. Chegando no bar vou até o balcão e peço uma dose de uísque, bebo tudo e peço outra. O barman me olhava como se quisesse pedir para ir com mais calma, assim que me serve outra bebida e tomo de uma vez só. Coloco o copo para ele me servir outra.

— Desculpa eu não sei qual é o problema, mas beber assim não vai resolver

Olhei séria para ele e tentei ler seu nome no crachá.

— Gael é isso né? — assentiu — só mais uma

Paguei ele voltou a me servir.

— Só digo para ir com calma — olhei séria,  levantou os braços como se estivesse se rendendo — ok não vou me meter.

Tomo de uma vez só, quando sinto alguém me abraçando por trás.

— Oi meu amor — ao me virar peguei o copo e joguei nele. Percebi olhares em minha direção - tá Maluca?

— Seu idiota, canalha — batia nele, segurou meus braços

— O que deu em você? — me soltei

— Quem é Carolina?

Ele me olhava surpreso

— Não tenho ideia — dá de ombros

— Não mesmo? — o encaro

— Uma amiga

— Amiga? Eu não sou idiota Adrian.

— Desculpa mas aconteceu

— ACONTECEU?

 Peguei a primeira coisa que achei e joguei nele, pegou na testa e fazendo um pequeno corte.

— Sophia — Vinícius se aproximou de mim — você está bem?

— Desculpa por isso Vini — eu tremia de tanta raiva que estava

— Não se preocupa — ele tentava me acalmar

— Meu amor, vamos conversar — Adrian se aproximou de mim

— Sai daqui  

— Vamos conversar com calma — insistiu ele

— Você ouviu ela — Vinícius se virou para ele

— Quem você pensa que é?

— Sou o dono do lugar e se não sair chamarei os seguranças.

Ele não pensou duas vezes e acabou indo embora.

— Vem comigo — Vinícius pegou minha mão e me guiou até o escritório dele, sentei no sofá que havia ali. Estava sem graça de olhar para ele.

— Desculpa

— Deixa disso — ele me entregou um copo de água.

— Obrigada — respirei fundo — sou muito idiota

— Não diga isso, idiota é ele

— Mas eu deveria saber que ele tinha outra

— Não se julgue assim, foi ele que errou. Ele que foi atrás de outra, mesmo comprometido com você.
Fiquei de cabeça baixa tentando raciocinar tudo o que estava acontecendo e o porquê disso tudo.

— Quer que eu te leve em casa?

— Não precisa

— Não vou te deixar sair assim, ficarei preocupado — parecia sincero, mas não consigo acreditar

— Por que se preocupar? Nós nem nos conhecemos.

— Vou te acompanhar mesmo assim...

— Não quero incomodar

— Não se preocupe com isso.

Tentei sorrir, levantei e ele me acompanhou. Alguns olhares ainda ficaram em mim ao sair do Pub.

— Que mico — falei

— Você fez bem, eu devia ter deixado você jogar mais alguns copos nele - riu

— Eu iria acabar com o estoque, só sei a raiva que senti

— Você amava muito ele?

Me pegou de surpresa com essa pergunta.

— Amar? Não, mas eu gostava muito dele.

— Bom quem perdeu foi ele, e você deixou uma cicatriz para lembrá-lo — ele ria em lembrar — só acho que ele deveria ter sido sincero com você  

— Hoje em dia é o que está faltando nas pessoas.

Chegamos em frente da minha casa.

— Moro aqui — Ele se virou para mim.

— Vai ficar bem?

— Vou — suspirei

Ele pegou meu celular e salvou o número dele.

— Qualquer coisa me chama, se precisar conversar.

— Chamo sim

— Se cuida — ele me deu um beijo na bochecha e saiu.

Entrei em casa e para minha surpresa o
Adrian estava me esperando.

— O que tá fazendo aqui?

— A fila andou rápido né?

— Do que tá falando? — pergunto confusa

- O carinha ali do bar veio te trazer

— Ele veio me trazer porque é alguém que se preocupa e engraçado um estranho ficou mais preocupado comigo do que meu próprio namorado.

— olha como você fala

— QUER QUE EU FALE COMO? — respirei fundo — você me trai e quer sair como vítima, quanto tempo você está com ela?

— três meses — baixou a cabeça, fiquei olhando as coisas ao meu redor para jogar algo nele, peguei um vaso de flor que tinha na bancada da cozinha, Adrian veio até mim, segurando meu braço com força, impedindo que eu jogue o vaso nele

— Me solta

— Me perdoa

— Some da minha vida — me soltei dele — vai embora  

— Eu não vou sair daqui antes de você me perdoar

— Eu não precisaria perdoar se você não tivesse me traído — abri a porta — some daqui e antes de ir me devolve  a chave

— Você vai se arrepender disso

— Acredito que não

Ele me entregou a chave e saiu.
Fui até meu quarto, eu estava chateada, triste e um aperto enorme no meu peito.  Estava ainda meio tonta por causa do uísque e toda aquela confusão não ajudou muito. Deitei abraçada no meu travesseiro. Apaguei.

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