Cap. 3 - O Plakati

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Os cavalos relincharam com os puxões de rédeas inesperados, parando pouco antes de entrarmos no acampamento.

"O que ele está fazendo aqui?"

Olhei para Arthur em busca de respostas, mas o general parecia tão confuso quanto eu enquanto tentava acalmar sua própria montaria.

"Porque ele está se expondo dessa maneira com tão poucos homens para protegê-lo?" pensei ao desmontar de Munja, os outros me imitaram. "Talvez seja uma armadilha." Virei para Lina e os outros quatro arqueiros do grupo e os encontrei com uma flecha nos arcos, prontos para atirar ao meu comando, seus olhos já procurando os alvos.

A armadura pesou de repente em meu corpo, o metal dourado brilhava reluzente brigando com a imensidão branca que era o Plakati em pleno meio-dia a alguns metros, atrapalhando minha visão. Meus músculos reclamavam doloridos por ter cavalgado toda a manhã, aqueles três meses de descanso haviam me deixado fora de forma, porém, o que mais me incomodava era o cheiro.

"Malditos sejam." Praguejei quando o cheiro de morte inundou minhas narinas, causando náuseas no estomago vazio. As vezes era um saco ter os sentidos aguçados.

—Quais são as ordens, senhora? — Arthur perguntou quando viu o rei de Misecina se aproximando das margens do rio.

"Boa pergunta." Pensei comigo mesma.

O que eu iria fazer? Ou melhor, o que Aibek pretendia fazer? Não havia tempo para pensar.

"Por favor, preciso de uma direção."

E então, um estalo ecoou pela campina e minha atenção se voltou para o Plakati novamente. O arrepio na nuca se intensificou mais uma vez e uma ideia veio de repente. Era insana e provavelmente não daria certo, mas acho que valia a pena tentar.

—Fiquem aqui. — Ordenei.

—O que você vai fazer? — Arthur perguntou de imediato.

—Imagino que o rei não tenha vindo apenas com esses homens, ele não seria tolo a esse ponto, sabe que nossas fronteiras são bem guardadas. Talvez seja uma armadilha, alguns devem ter conseguido passar a fronteira e só estão esperando o momento certo de atacar. — expliquei minha tese para todos. —Fiquem atentos e ao meu sinal, ataquem. — Ordenei olhando pro rio, tentando achar o melhor lugar pra testar minha ideia.

—Não pode ir sozinha para lá. São muitos. O que você vai fazer se atacarem? — ele insistiu.

—Eu tenho um plano. — Tentei manter meu rosto sério quando menti descaradamente para meu tio.

Aquilo não era um plano, era loucura e as chances de dar certo eram mínimas. Entretanto, se fazer aquilo, arriscando minha vida, fosse poupar meus soldados de uma luta e uma possível morte, eu faria. Solarni já havia perdido muito naquele dia.

O Povo do Sol - As Crônicas de NildedracOnde histórias criam vida. Descubra agora