— Senhor, o que deveríamos fazer? O garoto não come a dias — Uma das cozinheiras se manifesta.
— Como? Por que não fui informado sobre isso?
— Bem... Nós achávamos que ele ia acabar comendo em algum momento, mas pelo visto nos enganamos.
— Da próxima vez quero que me digam com antecedência — Cesar olha uma tigela no balcão da cozinha feito recentemente, era notável apenas por olhar a fumaça saindo da tigela. — Levarei isso.
Cesar pega a tigela e desce em direção às celas, lá estava Joui encolhido, abraçando suas pernas, pálido e com os olhos caídos. O que mais doía é que a poucos dias atrás ele estava exatamente como Joui, e não era uma sensação nada agradável.
— Ei, você — Cesar olha para as tigelas vazias, mas com a comida derramada logo ao lado, depois olha para Joui, que o olha por alguns segundos e abaixa a cabeça novamente. — Você precisa comer.
— Não tô afim — Disse fraquejando.— Independente de querer ou não, tem que comer.
Cesar entra na cela e fica ao seu lado, se agacha na mesma posição que o Joui e olha para a tigela ainda quente.
— Por que vocês me mantêm preso? Por que não me matam de uma vez? — Seu corpo treme, sua respiração parece querer sair do ritmo, mas Joui se segura.
O lugar fica silencioso, Cesar não sabia exatamente o que responder, mas percebeu que também não poderia ficar quieto.
— Não vejo o porquê, você não é uma ameaça para nós, e também já não parece uma pessoa ruim afinal.
— E o que te faz pensar isso?
— Qualquer um que te visse agora pensaria isso.
Cesar se segura um pouco, mas em seguida tenta levar o seu braço ao ombro de Joui, lhe dando um abraço de conforto. Joui se levanta instantaneamente e percebendo que está lacrimejando começa a limpar seu rosto.
— Não quero sua pena.
— Ok, não estou sentindo pena.
Joui olha para a tigela na mão de Cesar, era como uma sopa de legumes quase sem sopa.
— É só eu comer isso que você vai embora, certo?
Cesar acena com a cabeça e ergue a tigela. Joui a segura e sentando novamente onde estava, ele enche a colher e engole.
— Pronto, já pode sair — Cesar encara o pote ainda cheio.
— Tenho que garantir que você vai comer tudo.
— É minha mãe agora?
— Não, a não ser que queira um castigo se não comer direitinho - Cesar diz brincando, mas olhando o rosto de Joui, viu que algo passou pela sua cabeça.
— Que foi? Gostou da ideia?
— Cala a boca — Ele se vira de costas pro Cesar e esvazia a tigela rapidamente.
— Pronto, já pode ir.
Cesar se levanta e pega a tigela vazia, quando estava para se retirar ele olha mais uma vez pro Joui, que voltou a sua forma cabisbaixa.
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Injustiçados [Joesar]
Fanfiction°EM ANDAMENTO° Um príncipe e um "cachorro" do governo destinados a se encontrarem, embora não seja da melhor maneira. Por viverem em mundos diferentes automaticamente se vêem como inimigos, principalmente após Joui ser pego espionando as redondezas...