Capítulo 21

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(Criei uma playlist para escutar no momento de "tensão" pra hora de escrever, então pra ficar legal na hora de ler gostaria de compartilhar, o link vai estar no momento certo de escutar 🚵)

Era de manhã, e Joui já estava acordado e pronto para sair do seu quarto. Ele olha para a carta, lê uma e duas vezes, havia algo estranho na carta, mas ele não conseguia identificar o que era. Ele sai do quarto, e começa buscando pelo entregador da mensagem.

   - Bom dia - Diz o homem enquanto Joui passa pela sua porta.

   - Bom dia - Joui diz num tom seco, enquanto se aproxima do homem. - Vou ser breve, consegue se lembrar quem enviou essa carta? - Joui mostra o envelope da carta.

   O homem fecha a expressão de boas vindas de seu rosto ao ver a carta.

   - E por que o jovem tem isso? - Ele estende seu braço para alcançar o envelope, mas Joui não permite. - Chegou na fase rebelde? Isso é pertence do rei, e eu tenho certeza que você sabe.

   - Não acredito, sério? - Joui finge surpreso. - Nem poderia imaginar - Ele põe as mãos no bolso e tira 10 moedas de ouro. - Eu só quero informações.

   O homem olha em volta, depois olha para o dinheiro, pondo com cuidado no seu bolso, deixando metade com ele.

   - Não tenho o porquê de receber tantas, não tenho tanta informação assim - O homem se aproxima de Joui de fininho, para falar mais baixo. - Eu não recebi essa carta, deixe-me vê-la.

   Joui olha pro homem, que estende sua mão.

   - Você me pagou, eu não vou fazer nada com ela.

   Joui por alguns segundos exita, mas depois lhe entrega de fininho.
   O homem começa a olhar em volta da carta, depois a abre, passando os olhos rapidamente.

   - É, a carta nem sequer tem um remetente.

   - Remetente?

   - É, o nome de quem escreveu e nem o ponto de origem da carta.

   - É, eu sei o que é remetente - Ele toma a carta de volta. - Eu só... Não havia percebido isso... Obrigado.

   Joui sai dali, procura o primeiro banco que aparece pelos corredores para se sentar. Ele olha pra carta de novo, lê ela novamente. Não havia um remetente, e o responsável por entregar as mensagens não havia recebido nada. Buscar pistas com outras pessoas seria tempo perdido, ele precisava falar com seu pai.
   Joui se levanta e caminha pelos corredores lentamente, adiando a todo o custo ter que ver seu pai. Ele bate na sua cabeça: "Não, para, ele não é seu pai Joui, ele não é seu pai". E então, ele se encontra  de frente com um grande portão, com dois guardas que o encaram a medida que ele se aproxima.

   - Eu gostaria falar com o rei - Joui para pra pensar duas vezes e reformula sua frase. - Não, eu preciso falar com o rei.

(encurtador.com.br/cepY9) - Playlist

   O rei havia sido notificado da visita inesperada de Joui, dizendo que queria falar com ele. Em retorno, Joui recebeu a mensagem que ele deveria aparecer por lá no anoitecer, por volta das 10 horas da noite. Joui esperou todo esse tempo, mas a hora havia chegado, e Joui retornou. No portão os guardas já não estavam mais lá, havia apenas o portão que estava levemente aberto, podendo ver as luzes lá de dentro através da fresta. Joui se aproxima e abre os portões, vendo uma mesa não muito grande, enfeitada de comida. O rei estava na maior cadeira, tendo uma vazia no lado oposto.
   Joui fica surpreso em ver aquilo, mas não esboça reação, ele apenas fica parado, analisando o ambiente, até que seu pai diga:

   - Não vai sentar? Não tenho o dia todo.

   Joui olha pro rosto de seu pai, seu rosto era incomum para Joui, sua feição não se mostrava irritada como todas as vezes em que ele o via. Ele parecia relaxado, como se estivesse convidado um homem de negócios para tomar vinho com ele.
   Joui se aproxima e se senta na cadeira oposta, quando Joui se senta, seu pai pega uma garrafa de vinho e se serve.

   - Então, o que você precisava falar comigo? - Ele olha para seu copo agora cheio de vinho e a balança suavemente.

   - Algo me diz que você já sabe - Joui diz olhando apenas para a comida da mesa.

   - Não estou aqui para brincar de adivinha garoto - O homem olha para o Joui. - Se não tem coragem nem de me encarar, me pergunto o que está fazendo aqui.

   Nessa hora, Joui levanta o seu rosto em direção a dele, embora tentasse se mostrar sério, seus dedos de sua mão se mexiam de nervoso em baixo da mesa.

   - Estou aqui para falar da relíquia - Seu pai para de girar o copo de vinho e olha para o Joui. - Estou aqui para falar sobre a carta.

   Seu pai o encara por alguns instantes, mas logo depois ele sorri, de um jeito sarcástico.

   - Pois bem, diga, o que tem a dizer?

   - Você sabe que não fui eu quem enviou a carta, não sabe? - Joui se encosta na cadeira, e cruza os braços para aquietar suas mãos, mas começa a levemente bater suas pernas.

   Seu pai, o olhando, se enconta na cadeira também. Ele ri, não uma risada de achar algo engraçado, era aquela risada, aquele agora era o pai que ele conhecia.

   - É claro que não poderia ser você, você é tão estúpido.    

   Joui respira fundo, se segurando, seja pra conter sua raiva ou sua tristeza, talvez até suas lágrimas.

   - Então quem, quem te enviou essa carta?

   - Como eu poderia saber? Não tem remetente.

   - Mas não foi o seu mensageiro que te entregou. O que me faz pensar que você deveria ter recebido pessoalmente.

   O homem faz um sinal levantando apenas seu indicador, enquanto dava um gole no vinho. Depois, ele põe o corpo na mesa, que se encontrava na metade.

   - Você só consegue ser inteligente quando quer fazer algo estúpido. Sim, eu recebi pessoalmente, mas isso não é da sua conta.

   - E por que você disse que eu é quem havia dado essa informação?

   - Foi um pedido, um pedido do homem.

   - Então foi um homem... - Ele diz pra si mesmo em um tom baixo, mas seu pai acaba escutando.

   - Claro que foi um homem, você acha que alguma mulher conseguiria fazer algo tão inteligente? Todas são estúpidas, igual a sua mãe foi.

   Joui fecha a cara, seus punhos se fecham com toda a força, mas ainda assim não foi o suficiente. 

   - Você não fale assim da minha mãe.

   - E vai fazer o quê? Ela era realmente estúpida, não me admira que esteja morta.

   No momento em que seu pai termina a frase, Joui crava a faca na mesa com toda sua força, fazendo uma rachadura na mesa.

   - Como você é podre.

   - E como você é fraco.

   Joui põe as suas duas mãos na mesa  e usa de apoio para se levantar da cadeira. Quando ele se vira, chuta a cadeira com toda a sua força, fazendo com que ela voe pra longe.

   - Um dia você vai cair morto. Anote essas palavras - Diz Joui enquanto ele caminha em direção a porta.

   - Isso foi uma ameaça? - Seu pai pergunta.

   Joui vira seu rosto pro seu pai, ele não estava mais com medo, ele estava com raiva.

   - Não, foi uma previsão do futuro. 

Injustiçados [Joesar]Onde histórias criam vida. Descubra agora