Capítulo 1

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Subindo as escadas em direção à saída do calabouço, seguindo um de seus homens — que antes o avisou sobre ter informações do invasor — vai em direção à sala de reunião. Chegando ao grande salão, haviam alguns homens o esperando sentados na comprida mesa.

   — E então, o que descobriram? — Cesar se senta na cadeira mais próxima.

   Um dos que estavam presentes — um homem consideravelmente baixo, com cabelo ondulado de bigode e barba bem feitos com mechas brancas e três cicatrizes enormes no rosto —, se aproxima com alguns papéis.

   — Pelo que descobrimos, ele se chama Joui Jouki, tem um histórico preocupante de massacres e veio do território ao norte. De resto está tudo nessa folha.

   — Obrigado Arthur — Ele pega a folha e analisa palavra por palavra. — Bem, não me surpreende que ele seja daquele território imundo. Muita coragem dele aparecer por aqui.

   — Você acha que ele veio para nos matar? O que devemos fazer com ele? — Disse um dos outros homens presentes.

   — Acho que se ele viesse para nos matar já teria levado ao menos um de nós — Debateu Arthur. — Quanto ao que deveriamos fazer com ele... Podemos só deixá-lo trancado e tentar arrancar algumas informações.

   — Discordo, creio devemos matá-lo, se o mantermos aqui corremos o risco dele escapar e fazer um ataque furtivo. Lembram do histórico de massacre? Acham que uma cela o prenderia?

   — Está querendo dizer que nossas celas não são boas o suficiente? — Cesar se levanta usando suas mãos de apoio sobre a mesa. — Se eu te deixar de vigia e ele escapar já não será culpa das celas, problema resolvido.

   O homem olha para ele tentando esconder seu rosto de tenha misericórdia, o que sinalizava que sua brincadeira irônica não havia dado muito certo.

   — Onde está o meu pai? — Cesar olha ao redor percebendo que tudo estava mais silencioso que o normal.

   Arthur estava prestes a falar, mas por algum motivo fechou a boca antes que pudesse soltar algum som. Cesar percebe a ação de Arthur e o olha fixamente.

   — Arthur...?

   — Ãh? Por que está me olhando desse jeito? — Arthur faz uma expressão de nervoso.

   — Onde está meu pai Arthur?

   — Não sei — Ele fala sem pensar duas vezes, olhando para um lado e pondo a mão atrás do pescoço. — Por que eu saberia?

   — Sei quando está mentindo Arthur, diz de uma vez.

   Cesar o encara sem piscar, e quando Arthur nota ele decide fazer o mesmo. Quando se deram conta eles estavam "duelando" para ver quem pisca primeiro. Arthur piscou.

   — Ah droga! Ele foi visitar o prisioneiro! — Ele começa a piscar repetidas vezes, secando as poucas lágrimas que caiam.

   — O quê?!

   Cesar se vira rapidamente e vai em direção ao subsolo, os outros vão atrás dele por curiosidade. Quando chegam lá, se deparam com o pai de Cesar — Cristopher — ao lado de Joui comendo biscoitos caseiros. Era um pouco confuso ver que o pai — um homem alto, velho, bem musculoso e com uma grande cicatriz que preenchia um lado do rosto — era o bonzinho entre os dois. Talvez o Cristopher parecesse um homem mal se não fosse pela sua personalidade exagerada. Cristopher e Joui olham para os homens fora da cela.

   — O que você tá fazendo do lado dele pai! — Cesar grita enquanto vai em direção ao mural pegar as chaves.

   — OI FILHO! — Ele grita num tom alegre e alto, que para Cesar é bem desnecessário. — Vim ver se o prisioneiro estava com fome!

Injustiçados [Joesar]Onde histórias criam vida. Descubra agora