Capítulo 2 - Fugir do problema

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Capítulo 2

 Kirishima encarava Ochako dormir em sua cama, o rosto sereno e cansado. Encarou mais uma vez o teste de gravidez.

 "E agora? Como ela vai contar isso pro Katsuki? A reação dele é impossível de prever. Eu estou preocupado."

 Viu Uraraka acordar e se sentar na cama. Ela havia dormido depois de tanto chorar. 

 Ficaram lado a lado e Kirishima abraçou a amiga com força. 

— Vai dar tudo certo, Ochako-chan. Ele pode reagir meio mal, mas com certeza irá entender depois de pensar bem.

— Eijirou, eu decidi outra coisa. — segurou as mãos dele. — Eu vou sair da U.A e ir para casa dos meus pais. 

 Kirishima arregalou os olhos.

— Como assim?

— O Katsuki não vai querer esse filho, está mais que na cara. Então… eu vou embora. Vou ter esse bebê na minha cidade natal e escondê-lo do pai pelo resto da vida.

— Mas, Ochako-chan…

— Não posso me dar o luxo de destruir a vida do Katsuki. Se eu tivesse tomado anticoncepcional, nada disso aconteceria. 

— Calma, Ochako-chan. O Katsuki também poderia ter usado camisinha. Não foi só culpa sua.

— Isso não importa. Eijirou, o que você acha que vai acontecer quando o Katsuki descobrir? Ele terá que sair da U.A e trabalhar para sustentar a mim e o bebê. Não vai poder se focar em ser o herói número um. E isso vai me fazer sentir uma imensa culpa. Eu não vou destruir a vida dele. Não posso me dar esse luxo.

— Ochako-chan… — Ela estava chorando como um bebê. — Mesmo não concordando com isso, eu vou te apoiar. Eu vou te ajudar, vou ajudar com as despesas do bebê, já que eu ganho um certo dinheiro por causa da agência que faço estágio. Não é muito, mas assim você vai conseguir comprar umas fraldas, sei lá.

— Eu não posso aceitar, Eijirou.

— Sim, você pode. Somos melhores amigos! Mesmo que eu esteja meio magoado por só saber agora que você e o Katsuki estavam namorando. 

— Você é um ótimo amigo. — lhe deu um abraço. Ficaram assim por longos minutos. — Você vai comigo falar com o Aizawa-sensei? 

— Vamos. 

 Os dois desceram e foram para o quarto do professor. 

— Então, o que desejam? — perguntou Aizawa, sentado na sua mesa. Ochako respirou fundo e falou:

— Eu vou deixar a U.A. — A frase deixou o homem surpreso, mas também muito curioso pelo motivo. Então Uraraka continuou: — Eu estou grávida. 

 Ficaram em silêncio. Aizawa a encarava, tentando processar a informação. Olhou para Kirishima.

— Kirishima…

— Que foi? Não é meu, não! Eu só estou acompanhando ela. — fazia um carinho no cabelo de Uraraka. 

— Você quer sair da U.A por causa de uma gravidez? — assentiu. — Confesso que é a primeira vez que uma coisa desse tipo acontece.

— Professor, eu quero sair da U.A, mas não quero que ninguém saiba o motivo. Eu vou embora para a casa dos meus pais e ninguém pode saber disso. Pode guardar esse segredo? 

— Posso. Vou mexer com a papelada para trancar o curso, pode se retirar. Amanhã de manhã eu te entrego os papéis para assinar.

 Uraraka e Kirishima saíram do quarto de Aizawa. Se sentaram no sofá da área comum, até que Bakugou surgiu da entrada, junto de Todoroki e Deku, todos suados e aparentemente cansados. Bakugou a olhou e lançou um olhar carinhoso, que fez o coração da morena se partir.

 Fez um sinal para ele a encontrar nos fundos do dormitório e lá estavam eles. Deram um beijo lento, que Uraraka não queria que acabasse. Seria seu último beijo na pessoa que amava. 

— Por que você tá com essa cara estranha? — acariciou seu rosto delicado. — Parece que passou o dia chorando.

— Talvez seja isso… Bakugou, quero terminar.

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