Capítulo 7 - Dez anos

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Capítulo 7

 Bakugou estava pousando no Japão. Escutava música em seus fones de ouvido, enquanto via as mensagens. Queria ver Kirishima essa noite e dar um presente de casamento para ele, já que não pode ir ao casório. E também tinham muito o que conversar, ficaram sem se ver por longos dez anos. Conversavam apenas por mensagens, ou por vídeo. 

 Katsuki sentia falta do Japão. Trabalhar como herói no exterior foi maravilhoso, uma experiência incrível, mas o Japão era sua terra natal. Adorava aquele lugar.

 Quando pisou no Japão, ligou para Kirishima.

— Oi, Eijirou. — Disse assim que ele atendeu. Escutou no fundo barulho de crianças gritando.

— E aí, mano? Como foi a viagem?

— Foi…

— Tio Eijirou, brinca comigo! — no fundo da ligação, uma menina gritou. Katsuki ficou confuso. Eijirou tinha um menino de uns cinco anos, mas a voz era de menina, então quem seria? 

— Já vou, Mochi! Então, Katsuki, dá pra gente remarcar de sair? É que… Kahin, desse daí! 

 Bakugou escutava tudo confuso. O nome do filho de Eijirou era Yaku, não Kahin. 

— Onde diabos você está? — perguntou sem paciência. 

— É aniversário dos filhos de uma amiga da Mina. Tô ajudando aqui. Por isso não posso te ver hoje. Pode ser amanhã? Eles estão precisando muito de mim.

— Você virou babá de pirralhos? 

— Não. Eu sou um tio maravilhoso. Enfim, nos falamos mais tarde. Tchau! 

 Desligou.

 Bakugou encarou a tela do celular com raiva. Não via o amigo há dez anos e ele ainda desmarcou o encontro deles. Que ódio! Sua vontade era de mandá-lo pro inferno.

 Seguiu para a casa de sua mãe, porque ela o mataria se não fosse lá. Chegando ao local, foi recebido pela mãe e o pai com muita alegria. Não paravam de dizer como os anos o deixaram mais bonito, mais maduro. 

 Estava no sofá quando viu uma foto de Eijirou, Mina e o Yaku atrás de uma mesa de aniversário, cheia de enfeites. Metade era do homem aranha e metade da mulher Maravilha. Tinham marcado um perfil na foto e quando Katsuki entrou nele, quase teve um infarto.

 Era Uraraka.

 Agora ela tinha vinte e sete anos, maravilhosa era a palavra que a definia. Em todas as fotos ela estava sozinha, eram poucas fotos. Viu a localização da foto. Era no interior do Japão. 

 "Eu não posso estar pensando em fazer isso. O que irei fazer lá? Ochako me abandonou, não vai querer me ver. Mas ao mesmo tempo eu sinto que devo ir. Algo me chama."

 Bakugou soltou uma lufada de ar. Disse à sua mãe o que iria fazer e saiu sem esperar uma resposta. Pegou seu carro e foi a caminho do interior.

 Precisava ver Uraraka. Precisava ouvir ela dizer o motivo de ter fugido dele daquele jeito. 

 Lá no fundo, sabia que deu coração pertencia a Ochako. Queria poder dar todo o amor do mundo para ela. Até pensava em casamento para quando saísse da U.A. Mas a fuga dela acabou com seus planos. 

 Passou horas dentro daquele carro, até que chegou na cidadezinha. Quando parou na frente da casa indicada pelo GPS, percebeu barulho de crianças gritando e brincando. A casa era simples: uma cerca branca, gramado ver e a casa pintada de branco. Percebeu duas crianças correndo na entrada e quando o viram, correram esse sua direção.

— É aquele super herói famoso! — gritou um menino. — Mochi, Kahin, venham ver! 

 Esses nomes o deixaram encasquetado. Mochi era o nome que ele pensava em colocar em sua filha, quando tivesse um filho com Uraraka.

 Abriu o portão e entrou. Parou na porta, com uma leve vontade de voltar para casa. Mas não, respirou fundo e bateu à porta.

 Quando a porta abriu, parecia que tudo se moveu em câmera lenta. Ochako surgiu, sorridente como nunca, mas o sorriso sumiu quando o reconheceu.

 Katsuki estava de frente com o seu amor, Ochako.

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