𝟬𝟮

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. . . 𝕿𝗶𝗺𝗺𝗼𝘁𝗵𝗲𝗲 𝕮𝗵𝗮𝗹𝗮𝗺𝗲𝘁.

— Você tá atrasado pra caralho.

Ouço Tom dizer no telefone, em minha defesa eu tinha esquecido completamente que íamos fotografar hoje.

— Eu sei eu sei, segura sua namorada aí por só mais cinco minutinhos. Prometo que chego logo.

— Tem sorte da Zendaya te amar muito, ela vai te caçar vivo se não chegar aqui agora. — escuro Zendaya resmungar no fundo. — Vem logo tchau.

Depois de fotografar o ensaio de aniversário de namoro de Tom e Zendaya eu finalmente pararia para tomar um café.

A semana mal havia começado e eu estava exausto. A faculdade, o estágio no studio, sem contar minha mãe me enchendo para arrumar uma namorada. Problemas e mais problemas.

Eu só queria tomar um café, apenas isso.

Me desperto desses pensamentos após minha música parar de tocar porque alguém estava me ligando. Odeio pessoas que me ligam enquanto eu escuto música.

Desconecto o fone e levo o telefone à orelha.

— Filhinho que bom que atendeu. — ouço a voz animada da minha mãe.

— Ah é sim, oi mãe. — me arrependi de ter parado de ouvir música para isso.

Eu amo a minha mãe, amo mesmo. Só tenho formas diferentes de demonstrar, e me interessar no papo superficial e monótono dela não está incluso nisso.

— Então filho te liguei pra avisar que eu e seu pai viajaremos essa semana. Ele finalmente pegou folga no trabalho, poderei me deliciar fabulosamente nas águas do México. — solta um gritinho animado.

— Poxa mãe fico feliz por vocês. — atravesso a rua. — Tenham uma boa viagem, tch... — ela me interrompe.

— Espere, seu rabugento! Você bem que poderia se desligar daí de Paris e vir se despedir da sua linda mãe certo? — reconheço seu tom esperançoso.

Eu conhecia minha mãe, e conhecia melhor ainda as entoação da sua voz quando ela desejava algo dramaticamente.

— Sabe que eu não posso, mãe. — ouço-a suspirar. — A faculdade está puxada, venho aprendendo muito e isso está facilitando o estágio. Sabe que se eu passar bem nesse semestre minha carta de recomendação pode ir para um dos maiores estúdios de fotografia da França. — justifico.

— Você nunca vem me ver filho! Sempre com essa desculpa francesa. — murmura.

—Sabe que não é uma desculpa francesa, mãe. — é definitivamente uma desculpa francesa, porém é uma desculpa francesa totalmente real. — Vocês viajarão só por duas semanas, prometo que assim que voltarem e aqui estiver mais calmo eu visitarei vocês por alguns dias.

— Eu espero, sinto falta de apertar suas bochechas e alisar seu cabelo. Céus ele deve estar enorme, você está cortando o cabelo? Me diga que está cortando o cabelo. Bem, eu não me importaria se seu cabelo estiver grande você deve ficar lindo de cabelo cumprido mas...espera. — continua. — Seu cabelo está grande?

— Um pouco maior, mamãe. — rio da sua tagarelagem, Nicole Chalamet, falava pelos cotovelos, tinha todos os seus filhos espalhados pela Europa e não perdia uma oportunidade de abrir a boca e nunca mais parar.

Isso até alguém dizer dar um chega nela. Coisa que eu estou prestes a fazer.

— Está bem mamãe, marquei de tomar um café antes de concluir um trabalho da faculdade. Falamos melhor amanhã?

— Está bem querido até amanhã. Mamãe te ama, beijinhos no Tom. Adeus. — murmuro um eu te amo tchau rápido e volto a seguir meu caminho ao Starbucks mais uma afastado do centro.

Depois de demorados minutos caminhando já me encontro na calçada do Starbucks, à alguns metros da cafeteira, quando estava prestes a virar para entrar no estabelecimento ouço alguém me chamar.

— Ei psiu. — olho para os lados procurando quem me chamou. — Aqui, na esquerda. — viro meu olhar e encontro uma garota.

Olhos grandes azuis penetrantes, cabelos com os fios de ouro na altura dos ombros, uma boca um tanto desejável que continha um gloss rose e usava uma roupa inteiramente branca e azul. Bonita muito bonita, penso

— Ei garoto, tá aí? — balanço a cabeça e volto a me concentrar no atual momento. Ela parecia assustada ou desesperada, ou talvez os dois.

— Ah sim, é claro. — murmuro. — Oi?

— Oi, prazer. Você pode me ajudar? — gesticula com as mãos enquanto se encolhia próximo a parede do Starbucks, ela estava bem agitada, talvez nervosa.

— Com o que? — pergunto sorrateiramente. Dificilmente eu sou parado na frente do meu café favorito por garotas bonitas.

— Ah é. — ela parece pensar um pouco. — Tá bem não tem um jeito fácil de dizer isso. — ela funga. — Você poderia ir no mercado da esquina, tipo agora, e comprar um absorvente pra mim porque eu meio que estou numa condição um tanto... — procura as palavras. — Desconfortável, é acho que essa é a palavra certa. Então, você iria?

Paro pra pensar. Ela acabou de dizer o que eu acho que ela disse ou eu estou apenas delirando. Céus eu estou delirando. Uma garota aleatória me parou na rua pra pedir que eu comprasse um absorvente pra ela?

𝗮𝗯𝘀𝗼𝗿𝗯𝗲𝗻𝘁 ! 𝗍.𝖼𝗁𝖺𝗅𝖺𝗆𝖾𝗍. ✓ Onde histórias criam vida. Descubra agora