#19

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Por alguma outra coincidência, a caminho de casa, [Nome] passou pela mesma ponte onde havia conhecido Izana, as palavras dele ainda ecoava por sua cabeça. O som da água era o único barulho, as luzes dos postes iluminavam a rua.

"Eu devia ter deixado você se matar"

Essa frase persistiu em sua mente, se repetindo várias vezes. Ela olhou para a beirada da ponte e reviveu a mesma sensação daquele dia, daquele maldito dia.

Ser engolida pelas águas, ser entregue ao rio. Sentir o vento bater contra seu corpo e te desequilibrar.

"Eu te odeio!"

Ela se arrependeu tanto de ter dito aquilo, de ter feito aquilo. Ela tomou uma decisão por medo, agiu por medo.

Uma lágrima rolou por sua bochecha. Seu cabelo encharcado grudou em suas costas, as roupas estavam pesadas e ela só queria deitar para amenizar o peso.

"Mas eu ainda não te pedi em casamento, ainda"

Ela mordeu o lábio inferior não contendo o choro, as lágrimas desciam uma após a outra, deixando um rastro por sua pele. Seus olhos ardiam e seu queixo tremia, sua pele fria se arrepiava sempre que o vento gélido batia com si.

Se questionou se naquele dia tudo tivesse sido diferente, e ela não tivesse conhecido Izana.

Ela se arrempendeu.

E ele também.

De terem se conhecido.

Ela pensou em se matar, ela pensou seriamente em fazer. Mas aí, ela se lembrou de sua mãe, de quando ela a abraçou. Lembrou que por mais que as chances fossem poucas, ela poderia ter uma relação de mãe e filha, que ela poderia receber o carinho que sempre quis receber. Mas então lembrou de seu pai, e do qual bravo ele está por ela não ter comparecido ao jantar. Pode imaginar os gritos, xingamentos, tapas e tudo que tiver incluido no pacote.

[Nome] estava disposta a esquecer Izana, esquecer de tudo e seguir sua vida, mas sabia que isso era impossível. O garoto sempre esteve em sua cabeça e coração, aquela risada que ele dava, os olhos que a hipnotizavam.

Ela mordeu o interior da bochecha, deixando o local. Decidida a deixar para trás, tudo e todos. Incluindo Izana Kurokawa, aquelas lembranças felizes, deles tomando sorvete, se beijando na enfermaria.

"Isso é bem clichê não acha?"

"Filmes clichê tem final feliz"

Das saídas escondidas que ela morria de medo de ser pega e Izana nem ligava, apenas queria ver ela se divertindo.

Izana estendendo seu laço vermelho na chuva, sorrindo com seus olhinhos brilhando. [Nome] retribuindo o sorriso e dizendo:

"Obrigado"

O dia em que Izana quase passou a noite toda escutando ela falar sobre insetos. O dia em que ele disse que gostava dela.

"Caramba, eu gosto tanto de você"

Dela retribuindo e dando um beijo nele e falando que também gosta dele, dos beijos na chuva, as pequenas provocações. Do dia na praia, quando ele sequestrou ela e disse que era a coisa mais romântica. O passeio de moto, a brisa batendo em seu cabelo, suas mãos entrelaçadas na cintura de Izana.

Momentos assim, ela queria esquecer e seguir em frente.

Ela tirou do bolso, o laço vermelho. Desde que o recebeu de volta, nunca o largava. Ela o observou, e o jogou. O laço voou para longe, caindo na água e afindando e desaparecendo. Ela suspirou e controlou a respiração.

Virou de costas e foi embora, caminhando sozinha tarde da noite, com os olhos vermelhos e irritados, as marcas das lágrimas no rosto e seu coração destruído.

Mesmo antes de entrar em casa, ela já podia escutar os gritos, mais uma vez. Era sua mãe e pai, gritando coisas que [Nome] não estava nem um pouco interessada, ela nem prestava atenção em nada, sua mente estava em outro lugar, um lugar bem distante, ela não se importava com o barulho. Só queria entrar, deitar e dormir, talvez para sempre.

Ela se encontrava na porta, parada, rodeada pelos anões de jardim, as plantas podadas e flores. A Lua brilhava e já não precisava de luz, por que a Lua em si já dava conta do recado. A grande casa estava iluminada, todos os quartos acessos, mesmo sem ter ninguém neles. A água da chuva escorria do teto, as folhas farfalhavam devido ao vento e pingavam gotas de água ao balançarem.

Ela estava tão mal, com o tempo não foi percebendo o quanto estava apegada ao esbranquiçado e agora que estava sem ele, ela sentia. Ela se encontrava "viciada" nele.

Enquanto estava lá fora, seus pais discutiam como nunca antes e sua mãe não aguentava mais, ninguém aguentava e ela se cansou, assim como filha.

— Eu quero divórcio!


———

Se isso tiver ficado uma bosta, eu to com sono, to quse caindo aq

Minha aulas voltaram e eu quero me mata

Talvez eu só va atualizar nos finais de semana, to chegando do colgio morto entao é isso

Boa noite

𝑺𝑼𝑰𝑪𝑰𝑫𝑨𝑳 𝑮𝑰𝑹𝑳Onde histórias criam vida. Descubra agora