#27

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Ela observou aqueles olhos roxos brilhantes que mesmo que tivessem aquele brilho diferente, [Nome] ainda podia ver a malícia por trás daquele olhar, mas ele realmente não parecia a reconhecer, e ela não o culpava por isso. Izana estava diferente, mas não tão diferente em questão de aparência física, ele continuava o mesmo por fora, mas não tinha como ser o mesmo por dentro. [Nome] sentia isso.

Izana se sentiu estranho perto daquela mulher, ela o lembrava de alguém, mas ele se recusava a achar essa mulher a sua frente igual a ela. O cheiro, a mulher a sua frente, tinha o mesmo cheiro dela. Os anos se passaram mas o Kurokawa nunca se esqueceria do cheiro do único amor da sua vida, por mais que tentasse ela nunca saiu de sua cabeça e agora essa a sua frente poderia ser ela, mas ele se recusava e iria recusar sempre que pudesse.

─ Obrigado - [Nome] abaixou a cabeça e olhou para Kakeru ─ Vamos para casa?

O garotinho balançou a cabeça em concordância meio cabisbaixo e inseguro, [Nome] o pegou no colo e Izana não parava de olhar, ele não parava de pensar na possibilidade de essa a sua frente for ela e essa criança o filho da mesma, ele estava inseguro.

[Nome] estava lidando com tudo aquilo muito bem, mas com certeza desabaria quando chegasse no escritório, tudo o que ela passou com Izana não foi esquecido e agora que ele está a sua frente tudo está voltando de uma vez.

─ Ei! Chefe - de repente dois indivíduos se aproximaram por trás de Izana com sorrisos orgulhosos no rosto, o que fez [Nome] os encarar e logo os reconheceram

─ Chefinha!? - Ran gritou tão alto que isso assustou até mesmo Kakeru que estremeceu no colo de [Nome] enterrando o rosto no ombro da mulher.

A mulher por sua vez permaneceu calada, mesmo que diante de si estava um de seus melhores amigos da época da escola, agora Izana a reconheceria.

─ Peraí, é você mesmo? - Rindou franziu a testa

─ É! Tipo você cresceu né- Ran fez gestos com a mão sobre seu próprio peito, indicando que os de [Nome] havia crescido

─ Ao contrário de você que nunca cresce - [Nome] alfinetou Ran, e ela quis rir naquele momento.

Se o mundo de [Nome] havia caido momentos antes o de Izana havia despencando, ele não podia acreditar, ele não queria acreditar. [Nome] estava a sua frente, e agora era real, não era as visões e nem os sonhos que ele tinha, ela realmente estava ali. Ele sempre imaginou esse cenário, sobre ele finalmente conseguir pedir desculpa a ela, a resolver a merda que ele fez no passado, ou talvez a merda que ele fez não tivesse volta.

Ran recebeu uma cotovelada de Rindou, que falou baixo em seu ouvido sobre o que estava acontecendo e disse para calar a boca e assistir a cena, e por mais que o grande homem de tranças ainda quisesse perguntar a [Nome] se a criança em seu colo era seu filho, ele se conteve.

─ Eu não te reconheci - Izana falou vazio

─ Eu mudei um pouquinho- [Nome] respondeu, falando baixo como ela falava antes

─ Quando voltou ao Japão? - ele perguntou ainda querendo puxar assunto e conversar com ela, do jeito que eles conversavam antes

─ Tem algumas semanas, meu pai faleceu então eu tive que voltar - ela sentia que ele queria conversar como antes mas ela não podia se dar o luxo de se quebrar mais ainda

─ Eu sinto muito, eu sei que você não sente mas, enfim-

Izana foi interrompido por Ran que não pode se conter e teve que perguntar

─ Esse é seu filho?

Rindou bateu a mão contra a própria testa, alguns hábitos realmente não mudam.

─ Não, de jeito nenhum. É uma longa história mas Kakeru é meu irmão

─ Irmão!?

─ Não quero nem criar teorias sobre o nascimento dele viu - Ran saiu de perto se juntando a Rindou

─ Desculpa por eles, algumas coisas nunca mudam - Izana olhou para o céu

─ É bom saber que algo não mudou - ela olhou para Izana ─ Eu vou indo, tenho que deixar ele em casa

─ Certo

Ele não queria deixar ela ir, mas ele iria, ele iria deixar ela ir de novo, da mesma forma em que ele deixou ela ir quando a mesma decidiu se mudar para Inglaterra. Ele lembra do sufoco e o desespero que ele passou quando soube que ela iria partir, ele lembra de correr o mais rápido possível para o aeroporto para pedir desculpas a ela e fazer tudo melhorar.

Mas ele também se lembra de desistir no caminho por achar que ele só piorava a vida da garota, ele se lembra de ver as costas delas enquanto ela embarcava, ele lembra do avião decolando e da lágrima que caiu de seu olho naquele dia. Naquele dia ele aceitou o fato de que não era para ser, de que [Nome] deveria ter uma vida sem ele, sem Izana, por que assim ela estaria mais feliz.

Afinal [Nome] não teria nenhum tipo de futuro com um cara que no futuro se tornaria um chefe de gangue.

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Duvidaram de mim e falaram que eu postava cap só no mês que vem

ent tome meus querido

amaram?

olha que ainda tem muito choro pela frente viu, se preparem

𝑺𝑼𝑰𝑪𝑰𝑫𝑨𝑳 𝑮𝑰𝑹𝑳Onde histórias criam vida. Descubra agora