#21

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[Nome] não imaginava que gostaria tanto de moda, de criar roupas e de ver outras pessoas usarem elas e desfilarem, a plateia aplaudindo e dizendo o quão incrível é o trabalho dela.

A sensação de estar no topo era algo que se pudesse comprar, [Nome] compraria, mas isso, ela recebeu de graça.

Ela administrava a empresa que antes era de sua mãe de longe, recebendo ligações e dando ordens pelo telefone. E ela gostava assim, era muito melhor do que ir ao Japão e ter encontros indesejados.

─ Quero algumas luzes misturadas com flores - ela apontou para as laterais da passarela, onde algumas modelos já desfilavam ─ Tem que combinar com a primavera, até porque as peças são inspiradas nisso.

Caminhou para fora do local, afim de respirar um pouco de ar puro. Uma gota de suor escorreu por sua testa, e de repente, um copo de limonada cheia de gelo apareceu na sua frente.

─ George, meu anjo - [Nome] sorriu para o britânico ruivo que entregava a limonada.

─ Eu estava passando por aqui, e lembrei do quão estressada, momentos antes de um desfile você fica - sorriu orgulhoso ─ E como eu sou um ótimo amigo, resolvi fazer um agrado.

[Nome] sorriu para o britânico e agradeceu, tomou sua limonada em silêncio. Os dois se sentaram em um banco próximo.

[Nome] conheceu George em um evento, ele veio e fez amizade, fácil assim. Diferente da garota, o ruivo é muito extrovertido, o que de certa forma facilitou a proximidade.

Acontece que [Nome] não sabia direito como fazia amigos, nunca soube na verdade, então George foi um anjo por não deixar ela sozinha. Os dois logo viraram melhores amigos e viviam grudados. O que [Nome] agradece, já que a faculdade foi um super desafio e não passou por tudo sozinha.

Com o tempo ela superou várias coisas que tinham acontecido em sua adolescência. Mas ainda lamentava por não ter enfrentados seu pai antes.

─ Quando você fica parada assim, me dá medo

[Nome] quase engasgou com o comentário de George, rindo logo em seguida.

─ Só pensando

─ Então para de pensar - ele pegou a limonada que estava pela metade da mão dela e tomou um gole  ─ Eu acho que você deveria voltar ao Japão sabe

─ Quer se livrar de mim assim tão rápido?

─ Óbvio que não, você que me banca, você é minha sugar mommy. Inclusive  que dia que você vai depositar os cash?

─ Idiota - [Nome] revirou os olhos com a pergunta.

Os dois ficaram conversando por um tempo, porém [Nome] teve que voltar aos seus afazeres.

A mulher estava orgulhosa de seus feitos, das conquistas. Quando a noite caiu, as pessoas chegaram e todas se sentaram no lugar, as modelos começaram a desfilar, exibindo as peças criadas por ela, as pessoas aplaudindo e ela se sentindo bem, se sentindo importante.

Era bom saber que seu trabalho árduo não foi em vão, que suas gotas de suor valeram a pena, e que todos esses anos estudando, se dedicando e  trabalhando valeram alguma coisa, valeram muita coisa.

No final da noite, as pessoas chiques com suas roupas de grife a cumprimentavam, sorriam e davam seus parabéns, apertava sua mão e dizia que com toda certeza compraria todas as roupas.

E novamente, ela se encontrava sozinha.

Sentada no chão gelado, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto avermelhado, o cabelo bagunçado, ela se lembrava, dos momentos difíceis que a fizeram chegar onde estava, das pessoas que a motivaram, que machucaram e as que partiram. Ela olhava para trás e via muitos arrependimentos, e se tivesse a chance faria melhor do que antes.

Teria voltado naquela noite chuvosa, teria encarado aquele garoto que fez seu coração palpitar, e teria dado um soco nele, em seguida o beijar, o xingar e o abraçar. Teria sim feito as coisas diferentes, talvez nem devesse tê-lo conhecido, assim o seu coração ainda estaria com alguns machucados porém não quebrado nos dias de hoje.

─ Por quê eu tinha que ter falado

Por mais que o tempo passase, ela ainda tocava na mesma tecla, do seu arrependimento de ter falado o que não devia. 4 anos havia se passado desde o ocorrido, desde que os dois se tornaram estranhos novamente.

Foi uma época difícil, uma época dolorosa, que já não doi mais como antes, claro que ainda doi, só que menos.

Ela agarrou a garrafa de vodka virando ela em sua boca, o álcool ardeu em sua garganta, queimando tudo pelo caminho, ao tirar a garrafa da boca ela fez uma careta e limpou suas lágrimas, falando para si mesma, novamente, de que tinha o superado, o que era mentira. Só que [Nome] sempre mentia para si mesma, isso acontece desde sempre.

Seu telefone tocou, e o número desconhecido brilhou na tela, o pensamento inicial era ignorar, porém ele continuou tocando e já sem paciência ela agarrou o telefone e atendeu.

─ Olha, eu não quero fazer nenhum plano não - ela gritou alterada

─ Senhorita [Nome]? - uma voz firme e forte ecoou em seu ouvido. Arrumou sua postura e retomou sua feição séria, com o telefone no ouvido ela respondeu:

─Sim, sou eu - ela se levantou com cuidado devido aos saltos que esqueceu de tirar.

─ Eu tenho uma notícia e sinceramente, eu não sei como falar sem parecer insensível

Paciência era algo que [Nome] não tinha, se havia algo a contar para ela, diga e sem rodeios.

─ Fala logo - ela exigiu

─ Infelizmente, seu pai teve um ataque cardíaco e ele não resistiu

───
Opa!

Eu não sei se está bom, está?

Eu tive um dia HORRÍVEL

Alguém me tira de perto dos meus pais? Sinto que se eu continuar com eles a próxima parada é o cemitério.

Enfim, sobre as atualizações, os capítulos serão postados nos finaid de semanas, devido a escola eu não estarei postando na semana.

Amo vcs bjo <3

𝑺𝑼𝑰𝑪𝑰𝑫𝑨𝑳 𝑮𝑰𝑹𝑳Onde histórias criam vida. Descubra agora