Capítulo 7.

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Olá, meus amores.

Harry suspirou muito contente ao se sentir um pouco mais forte naquela noite, ter pessoas por perto era bom. Ok, que todos ali eram uns seres irritantes e desprezíveis, mas só o fato dele se sentir energético assim já queria dizer algo.

Harry estava relaxando em uma poltrona, vestindo apenas shorts, ele estava bem descansado, seus dedos trilharam um carinho delicado em uma cicatriz próxima ao seu mamilo esquerdo, ele suspirou e passeou as mãos pelas as outras cicatrizes com o mesmo carinho singelo, vendo como elas estavam pálidas em sua pele, sinal de que estavam sumindo lentamente enquanto sem saber Harry sugava energia e magia das pessoas ao seu redor como um dementador sugando a alegria e esperanças das pessoas.

Harry não tinha muito o que fazer, Voldemort e seus servos infelizes não lhe deram muitas coisas. Nem livros, jogos ou um passatempo qualquer, o tédio aumentava drasticamente naquele lugar, parecia que eles queriam matá-lo de tédio ou torturá-lo lentamente. Se eles soubessem que metade de sua vida tinha sido vivida em um armário perceberiam que ele não ligava de passar horas sem fazer nada exatamente divertido.

Harry sorriu felinamente ao sentir a fragrância cítrica no ar, a pessoa abriu silenciosamente a porta do quarto que o mantinha prisioneiro, entrando com passos lentos e quietos. Severus Snape. O que o professor queria ali afinal? Harry expirou em profunda impaciência, por acaso Severus sentia medo de Harry? Era isso? O odor ficou mais forte, como se o professor estivesse pensativo sobre por onde começar.

— Se quer alguma coisa, fale de uma vez, não fique parado aí — Tentou soar o mais desrespeitoso possível, o Lorde das Trevas havia resistido bem á tentação de matá-lo, mas Severus? Bem, era só provocá-lo e ele o mataria, Severus não era um bruxo exatamente forte magicamente para resistir á vontade de usar Avada Kedavra era o que Harry pensava, Harry não sentia que tinha muitos motivos pelos os quais viver, na verdade se os bruxos das Trevas o matassem, felizmente Harry não teria que lutar em uma guerra infeliz da qual sentia total e completa preguiça para participar.

— O Lorde está pensando em te entregar á Ordem da Fênix — Harry não sabia se Severus estava preocupado, irritado ou simplesmente cansado.

— Hum... — Não sentia o mínimo de interesse em saber, na verdade estava se cansando daquele papo sem sentido —... Eu não poderia me importar menos, Snape.

Harry suspirou cansado.

— O que raios você quer? — O garoto perguntou grosseiramente, seu tom sendo frio e cheio de malícia.

— Potter, eu quero que você viva — Snape respondeu, mas Harry sabia que não podia ser apenas aquilo, havia algo mais.

— Por quê? O que você quer de verdade, hein? — Potter se levantou, as asas fazendo-o parecer maior.

— Eu fiz uma promessa á sua mãe... — Harry franziu a testa ao ver o professor hesitando, por nervosismo ou receio —... De que eu te protegeria.

— Uma promessa na qual você falhou, Snape — Jogou na cara, era sal na ferida mesmo e Harry pouco se importava, Potter não sabia o porquê porém gostava de ver as pessoas com dor ou tristeza, eram sentimentos que lhe davam poder — Eu vivi sendo abusado, eu vivia faminto, trancado, de presente de aniversário eu ganhava um chicote nas costas por ter nascido e lhes dar gastos. Você falhou. Na verdade você mal tentou cumprir a sua maldita promessa. Então suma da minha frente!

— Potter, eu tentei, eu... – A voz de Snape falhou, porém Harry não sentia pena.

– Tentou mesmo? Você mal me conhecia e já me odiava! — Harry se aproximou como um leão prestes á pegar a sua presa, Snape se afastou com rapidez e graciosidade como se fugisse dele e ainda sim quisesse mantê-lo á vista — O que raios você quer comigo afinal?

Severus Snape sabiamente permaneceu em silêncio, mas não por muito tempo.

— Potter, se afaste, eu sou o mais velho aqui e mereço ser tratado com total respeito — Severus lhe deu um sermão, Harry sorriu provocantemente.

— Claro, querido professor — Potter se afastou em silêncio, mantendo a pose fria e calma — Diga ao seu senhor louco que eu realmente não me importo de ser entregue aos dóceis cuidados da ordem da fênix, e que se ele quiser um juramento só terá um quando estiver em sua total e completa sanidade, até lá, ele pode se explodir que eu não me importo.

Ironia era perceptível em sua voz.

— Então por que estava fugindo, Potter? — Snape questionou com inteligência.

— Por um pequeno momento eu imaginei que conseguiria ter paz dos bruxos idiotas que conheci na vida, por esse motivo eu fugi, mas percebo que não será tão fácil assim — Harry respondeu em uma voz desgostosa, seus olhos faiscando de raiva, ele cruzou os braços, ainda mantendo a mesma pose fria e ereta — Você só veio aqui para me encher a paciência, Snape?

— Eu vim para te ajudar — Severus foi sincero.

— Em um universo paralelo eu acreditaria nisso, já não sou tão tolo e inocente para crer nessas falas — Harry riu zombeteiramente e com irritação pingando em sua voz.

Severus suspirou e ficou em silêncio, sem saber o que fazer.

— Eu quero te ajudar á desaparecer do radar do Lorde das Trevas e de Dumbledore — Severus deu uma curta explicação, isso atraiu a atenção do garoto por alguns segundos valiosos.

— Hum, como você faria isso, Snape? — Harry o encarava fixamente como se lesse a sua alma e estivesse o julgando por seus erros e pecados, Severus tentou relaxar, mas estar perto de alguém irritado lhe causava más lembranças.

— Você precisaria 'ser' morto — Severus fez aspas com os dedos — Gringotes confirmaria isso, só seria necessário um golem e um pouco do seu sangue.

— Por acaso eu tenho cara de idiota? — A irritação voltou de vez, em sua completa ira — Você acha mesmo que eu entregaria o meu sangue para qualquer coisa? Mesmo para um golem? Eu não sou bobo, sangue é usado em muitos rituais macabros e obscuros, eu sei disso.

Severus se perguntava como Potter sabia, afinal Hermione estava lá, sendo amiga de Potter para impedí-lo de saber coisas sobre o mundo bruxo. Harry Potter teria pesquisado por conta própria? Por acaso o garoto se fingia de lerdo só para poder estudar em paz?

— Se não vai falar nada verdadeiramente útil apenas vá embora, Snape — A voz de Harry soou fria naquela noite, suas mãos em punhos, seu tom frio causando um arrepio estranho no homem mais velho.

— Potter, apenas faça um juramento ao Lorde... — Snape falou em uma voz baixa, se afastando do garoto estressado.

— Quando eu morrer, eu faço — Harry falou, veneno e ironia pura pingando em sua voz, ele cruzou os braços novamente, se sentando na cama — Saía daqui antes que eu pense de fazer de você o meu jantar, querido Snape.

Severus o encarou por alguns segundos, Harry queria mesmo morrer? Ele achava que o Lorde das Trevas estava brincando com ele por acaso? Voldemort não era de brincar, ele iria entregá-lo mesmo.

– O que você quer dizer com isso? — Snape questionou curiosamente.

— Você não vai querer saber — o sussurro pareceu vim de trás de si, mas Snape sabia que o garoto estava em sua frente.

Severus saiu dali. A dor e herança provavelmente tinham estressado Potter ao máximo, por isso ele não procurou ajuda e sim fugiu dos bruxos pois eles também os estressavam muito. Quando é que esse estresse iria passar afinal?

Harry respirou profundamente, toda noite era assim.

Alguém vinha, ele pegava um pouco da vitalidade e força da pessoa e depois ficava sozinho e entediado por horas á fio.

Estava quase morrendo ali, esperava que algo acontecesse logo.




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Até o próximo capítulo, meus amores.

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