Capítulo 8.

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Olá, meus amores.

O cheiro que o atraiu era bom, cítrico como limão e menta, talvez vinho tinto e livros, era um perfume dolorosamente bom. Dolorosamente pois estava lhe causando um problema. Ele gostou daquele cheiro, não o lembrava sangue como os outros cheiros das pessoas que viviam ali, era atrativo, gostoso e másculo, não o fazia se sentir tão incomodado, nem fazia as suas narinas coçarem desconfortavelmente.

Hum, esse cheiro é tão gostoso, esse pensamento quase o fez atacar a pessoa que abriu a porta, Harry queria beber daquele sangue cheiroso, só de sentir o cheiro sua boca salivava como se estivesse diante de um prato delicioso de comida, depois marcaria a pessoa como sua, para sempre seu e apenas seu, o afastaria do perigo, cuidaria para que ele tivesse tudo o que precisava e fosse feliz.

Harry viu a pessoa entrando devagar no quarto escuro, provavelmente o homem teve problemas para adaptar a sua visão no quarto escuro. Ele aguentaria a tortura que lumus era só para poder ver a pessoa que estava ali, Harry sorriu ao perceber que ele não acendeu a varinha ou as luzes no quarto para atormentá-lo.

— Hum, você não gosta de claridade, não é? — A voz rouca era atrativa, Harry quase gemeu só de ouví-la, mordeu os lábios para se controlar e para não atacar quem quer que estivesse ali.

— Não, claridade incomoda os meus olhos — Harry respondeu baixo, sentando na cama, abrindo e fechando as asas, um tipo de exercício que ele fazia para fortalecer as asas, se bem que ele precisaria de poções de cura caso quisesse voar um dia, se não as asas permaneceriam inúteis por falta de uso — Os outros sempre vem aqui e me incomodam com lumus ou acendendo todas as luzes dessa maldita cela, você não vai fazer isso, não é?

— Não — A pessoa respondeu curtamente, sentando-se na poltrona escura, dando um sorriso, Harry podia ouvir o coração dele batendo, ritmicamente, parecia com música, agradável, sem medo — Deve ser difícil para você estar aqui.

— É complicado, mas acho que ficará mais suportável se eu receber uma visita tua toda noite — Harry riu malicioso, mas sentiu as suas bochechas corando de pura vergonha ao perceber o que tinha falado, as vezes ele esquecia de pensar antes de falar, seu coração acelerou demais de puro nervosismo, ele tinha usado o momento para fazer uma cantada? Era ridículo mesmo!

— Garoto safado — O riso era contagiante, Harry riu baixinho também, sentindo-se melhor por não ter sido repreendido pela a cantada boba.

Houve um momento de silêncio, Harry sabia que a pessoa ainda estava ali, afinal não tinha ouvido a porta ser aberta, e o perfume continuava sendo forte no quarto todo, Harry respirou profundamente, inalando o cheiro delicioso, sentiu vontade de lamber e morder a pessoa, controle-se, Harry deixou as garras afundarem em sua coxa esquerda, era melhor se machucar do que ferir alguém.

— Qual é o seu nome? — Harry perguntou curiosamente, ele sorriu suavemente.

— Ah, bem, eu não sei se devo contar — Um mistério? Harry gostava disso, não conseguia ver o rosto da pessoa perfeitamente, parecia que havia uma máscara branca pura, ele sorriu divertido.

— Nem mesmo uma pista? Assim eu fico curioso — Harry riu, por que ele estava agindo tão bobamente perto de um desconhecido afinal?

— Curiosidade é bom, você não vai se entediar tão fácil — Torturante.

— Gosta de torturar pessoas usando a curiosidade? Que interessante — Harry resmungou, ele focou os olhos na máscara branca, se perguntando quem era a pessoa — Bem, acho que eu conseguiria tirar essa máscara.

— Bem, se for assim, é melhor eu ir embora — Harry viu-o se levantando da poltrona, seu sorriso murchou.

— Sério? Pela a primeira vez eu recebo uma visita que não é desagradável e que vai embora tão rápido — Harry perguntou baixinho, ele cruzou os braços.

— As outras visitas te desagradam demais, Harry? — Essa pergunta o deixou corado.

— É, vamos dizer que Voldemort não é divertido... — Harry deu de ombros,  —... Aliás ainda há aquela maluca da Bellatrix que tentou me lançar um Cruciatus há uma semana. Ah, e o Snape tentando me envenenar com poções de lealdade como Dumbledore fez...

— Eles realmente não são muito receptivos e hospitaleiros — Harry gostava mesmo daquela voz, imaginou como devia ser em outra situação — Bem, eu sei que suas asas devem doer, quer uma poção de cura?

— Ok, obrigado — Harry sorriu agradecido, pela a primeira vez alguém estava lhe dando uma poção que não era de lealdade, viu o homem colocando a poção em cima da mesa.

— Eu trarei uma poção por noite, ok? E talvez uma comida decente também — Harry o achava realmente agradável — Bem, querido, preciso ir, até logo.

— Boa noite — Harry se despediu, relaxando quando a porta foi aberta e a pessoa foi embora, ele nem tinha percebido o quão tenso estava até que o homem foi embora.

Se aproximou da poção, sentindo o cheiro dos ingredientes misturados, quase podia sentir o gosto desagradável na boca, era sim a poção em seu perfeito estado sem estar misturada com outras, Harry abriu o frasco, cheirando-a antes de bebê-la.

Harry se aproximou da poltrona, sentando e respirando profundamente antes de fechar os olhos.

Era um cheiro delicioso realmente.

Muito bom.





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Quem será?

Até o próximo capítulo, meus amores.

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