Prólogo

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Mikaella Fanning

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Quando tudo está muito tranquilo, devemos nos preocupa!

Um ditado qual meu pai sempre usa em sua vida, demorei para começar a assimilar o porque disso. Mas creio que estou começando a entender!
Nós não somos pessoas normais, não somos como aquelas famílias que podem fazer tudo tranquilamente sem se preocupar. Não podemos nem mesmo sair de nossa casa sem certa proteção!

Por mais unida que seja a nossa família, eu começava a reparar em como os homens tinham cautela em falar com meu papai. Principalmente quando nós estamos por perto. Eu e minha mamãe!

As perguntas que cresciam em minha mente foram por si só se respondendo, lembro-me bem quando tive que parar de ir para minha escola quando por (acidente) ela pegou fogo. Por muito pouco não aconteceu nada, eu me pergunto se não tivesse aquela vontade de ir ao banheiro... talvez eu teria levado o mesmo destino que a minha professora e outras crianças!
Esse foi o primeiro trauma que tive, levei meses até começar a me recuperar. Contudo, aquilo não parava apenas naquele episódio. 

As minhas aulas de balé, teatro, passeios e muitos outros acabou sendo interrompidos. Meu pai não permitia mais, eu nem tentei fazer que mude de ideia. Sempre que colocava meus pés para fora desses portões algo trágico acontecia!

Eu estava simplesmente cansada de ver inocentes ou homens que trabalham para nós morrerem. Eu tinha pesadelo com aquelas cenas que presenciava, com o modo que sofriam e se iniciava um confronto com os que tentavam me ferir!

Renunciei a minha liberdade para evitar mais tragédias, porém... ela veio até nossa casa!

Hoje me via totalmente vestida de preto, meus olhos estão inchados de ter passado toda noite chorando, meus longos cabelos dourados estão presos em um coque feito por Rosalyn a governanta da casa.
Ela passa a mão em meus ombros enquanto me aguarda para que saíamos.

— Está pronta? — pergunta em um tom baixo.

Respiro fundo e dou de ombros, levanto-me da cadeira de minha penteadeira e seguro em sua mão.

— Onde está meu papai? — pergunto mantendo meus olhos ao chão.

— Ele... — hesita enquanto abre a porta de meu quarto — Ele vai nos encontrar lá!

Não respondo mais, apenas a acompanho pelo extenso corredor logo chegando ao andar de baixo. Inúmeros seguranças nos aguardam perto da porta principal, eles nos olham e logo abrem-na.
Muitos carros estavam enfileirados na frente da mansão, os homens carregam aquelas grandes armas começando a entrar nos veículos.

Permaneço em silêncio lidando com minha dor, tentando não chorar na frente de todas essas pessoas.
Um dos homens abre a porta para nós e entramos, me encolho no banco enquanto começamos a nos afastar de nossa casa!

Inúmeras vezes respiro fundo me controlando, mas eu já estava tão cansada. Em menos de um ano enterramos tantos de nossa família, meus tios, primos, avô, que já estava debilitado. 
E agora, estávamos a caminho do enterro dela. Minha mamãe!

Meu papai sumiu ontem noite desde que a notícia chegou, ela estava protegida e iria me buscar para sairmos. Mas foi para o conselho ao encontro de meu pai, e nunca mais voltou!
O seu carro explodiu pouco depois de sair daquele local, ela me disse que me tiraria da mansão para sairmos juntas. Que sentia que tudo melhoraria e estaríamos seguras para isso. 
Infelizmente ela estava completamente errada!

Rendida por um Mafioso - Homens Implacáveis|Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora