[Terminada]
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Para Yeonjun, esquecer o passado parecia uma tarefa impossível, então ele apenas se acostumou a viver preso aos momentos que era tão apegado. Porém a vida é uma caixinha de surpresas que nem sempre são muito agradáveis...
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Penúltimo capítulo
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Yeonjun não deixou Soobin se explicar.
Ele não quis ouvir nenhuma palavra que o outro tivesse a falar, então simplesmente pegou o próprio celular, as roupas do dia anterior e o resto da sua dignidade antes de sair aos prantos de lá. Sua cabeça estava tão cheia que ele nem queria voltar para o quarto, mas se fosse para outro lugar do cruzeiro provavelmente se jogaria no mar na primeira oportunidade.
Pelo horário que viu no celular, não teve certeza se seus amigos estariam acordados, e não queria preocupá-los com mais um dia de coração quebrado. A viagem virou uma montanha-russa em que um dia estava muito bem e no outro, muito mal; sem meio termo ou descanso.
Porém agora sua mente estava nublada de pensamentos que ele não sabia como colocar no lugar e no fim viravam choro. "Soobin vai se casar e continuou agindo como se não estivesse escondendo uma bomba?", era o que mais girava em sua cabeça. Parecia absurdo demais para ser verdade, e lá no fundo ele queria apenas acordar de um pesadelo ruim ainda que soubesse que não tinha como aquela falta de ar ser de mentira.
Yeonjun tentou secar o rosto antes de bater na porta do quarto como se isso fosse amenizar seu estado deplorável, mas quando Kai abriu a porta, viu claramente que alguma coisa muito ruim tinha acontecido.
- Vem cá, Junie. - Puxou o amigo pelo pulso, e o abraçou na hora. O guitarrista largou o que segurava no chão e afundou o rosto do ombro do amigo, começando a chorar alto.
- Yeonjun já voltou? - Beomgyu perguntou, saindo do banheiro em seguida. Ele parou depois da porta sem entender direito o que estava acontecendo até a ficha cair. Preferiu ficar calado para não ser inconveniente, mas sentia o corpo começar a tremer de raiva só de pensar no que poderia ter deixado o amigo assim.
Kai olhou para o baterista agradecendo sutilmente pelo silêncio, e andou devagar com Yeonjun até a cama, deixando ele liberar o choro mais confortável. Não que algo ali fosse confortável de qualquer forma, porém o mais velho parecia cansado de tudo ao seu redor.
E por dentro, Yeonjun começou a se culpar por ter se aberto de novo da maneira mais irresponsável possível. Mas o que ele poderia fazer se amava Soobin? Amava tanto, que se pudesse escolher, continuaria amando-o porque sabia que ninguém mais encheria o seu coração que nem ele, do mesmo jeito que ninguém conseguiria quebrar o seu coração que nem Soobin.
Pelo menos estava recebendo cafuné de seus amigos, os três apertados naquela cama de solteiro.
- Eu tô com dor de cabeça. - Falou depois que se acalmou um pouco.
- Ainda tem remédio aqui, espera. - Beomgyu foi buscar dentro da gaveta, e isso fez Yeonjun lembrar do porquê ele estava lá.
O choro voltou com tudo. Ele quis voltar naquele dia para xingar Soobin até não ter mais fôlego como teve vontade na hora. Ele sabia, ou melhor, sentia, que algo iria acontecer desde o início, só nunca imaginou que seria nesse nível. Não se lembrava de estar tão vulnerável nem quando era adolescente.
