CAPÍTULO 5

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Mneme aproveitou o tempo entre o voo e sua aterrissagem para sondar a mente de Mara.

Conseguia ver claramente a horda de Deviantes, tão grande em tamanho individual quanto em coletividade. Suas formas variavam de seres humanoides à quadrupedes. Até ali tudo seguia dentro do normal, afinal, Eternos também eram criados em diferentes formatos, com poderes diversos. O comportamento das bestas, no entanto, apontava algo incomum. Algo fora da caixinha. E foi preciso só um segundo para ela identificar o que a desconcertava naquilo.

Aquele se tratava de um ataque coordenado.

Um ataque coordenado, pelos céus!

Deviantes e coordenação, organização ou qualquer variante disso não deveriam existir na mesma frase.

Druig conseguiu sentir a tensão tomar conta dela assim que pôs seus pés no chão, percebeu a mudança de postura. – O que houve?

A ideia de um ataque organizado e estratégico por parte de criaturas que, supostamente, eram irracionais, aterrorizava a mulher. – Esse não é um ataque normal. – ela diz, olhando a cena de batalha que se desdobrava à sua frente. Thena e Druig a olharam com dúvida estampada em suas feições. – Há um padrão no modo em que eles estão atacando. Encurralaram todos em duplas. Todos, sem exceção. Sempre um Pensador e um Guerreiro!

Só então os outros dois se permitiram observar mais atentamente a cena. Ela estava certa. É claro que estava. Ali estavam dois Deviantes encurralando o que parecia ser um animal semelhante a um rinoceronte – Amaa se utilizando do poder de morfogênese, provavelmente – e Helios que modificava a estrutura do ambiente ao redor de ambos, a fim de permitir à primeira um terreno favorável para atacar. Enquanto isso, mais dois atacavam Valkin que lançava jatos de luz concentrado de seus olhos e, vez ou outra, se teletransportava e Ceyote, dando vida a tudo que estava o seu alcance; e outra dupla, Mara e Sigmar, este último fazendo um esforço descomunal na tentativa de manter o Deviante longe de si, enquanto àquela usava da força bruta contra o animal. Ainda havia outro tocando o terror nas pessoas ao redor, nos habitantes de Seyfert – o maior deles, diga-se de passagem.

Mneme se adiantou e planou na frente dos dois, tomando uma distância mínima do solo, só o suficiente pra ter uma dimensão da cena de destruição. Fechou os olhos e, ao abri-los, estavam tomados, novamente, pelas mesmas chamas prateadas que usou contra Eros.

Foi necessário somente alguns gestos com as mãos e os habitantes da cidade desapareceram para todos. Inclusive ao Deviante, aparentemente. Druig percebera que ela havia entrado na mente da criatura e mudado sua percepção.

- Não confio em Sigmar para dar coberta à Mara. Vou ajuda-los! – disse, encarando os outros dois, ainda no ar. – Posso contar com vocês para dar um jeito no outro?

- Pode deixar! – diz Thena, já conjurando uma lança e escudo de energia cósmica. Druig acenou, olhando diretamente para Mneme que respondeu do mesmo modo antes de ir na direção de seus companheiros. – Onde está Mak...? - não foi preciso terminar a frase. Makkari apareceu como num passe de mágica ao seu lado. – Onde estava?

"Eros esqueceu de nos lembrar que voa." – responde, apontando para o ponto acima de suas cabeças onde Starfox planava.

- Não podia perder a oportunidade de pegar uma carona com Mneme. – ele diz, enquanto pousa. Ao olhar para a batalha, franze o cenho: - Que estranho! Eles estão terrivelmente organizados.

- Mneme já nos informou. – Druig responde. – Nosso foco é ele. – complementa, apontando para o maior da horda.

- Legal! – Eros responde. Mesmo com as imagens e sons horrendos à sua frente, ele não perdia a postura descontraída. Druig se pegou admirando inconscientemente aquilo. – Qual o plano?

OMPHALIC | DruigOnde histórias criam vida. Descubra agora