OMPHALIC | Druig

CAPÍTULO 12

- Eu sinto muito ter de ser a responsável por informá-los acerca disso, mas dizer que estão atrasados é pouco para a realidade que vejo. – a voz de Amaa se faz ouvir.

Semanas haviam se passado desde que todos concordaram com o início de novos treinamentos. Treinamentos focados não somente nas habilidades prévias de cada um deles, mas na apreensão de novas visto que, de acordo com Mneme, seria preciso um alto e diversificado nível de poderes para se conseguir bater de frente com um Celestial – inúmeros Celestiais para ser mais exato.

Druig duvidava que eles conseguissem sequer ampliar suas já estabelecidas habilidades. Imaginava, antes, que possuía um grande poder. Acreditava ser um Pensador extremamente habilidoso e imbatível... Até conhecer Mneme e os outros. E entenda, ele não estava se autossabotando ou menosprezando o que sabia fazer, mas ver que cada um deles possuía, nem que fosse por pouco, poderes tanto de Pensadores quanto de Guerreiros era demais. Ele nem sequer chegou a sonhar que poderia voar ou soltar lazers de energia pelos olhos ou... Fazer qualquer outra coisa que seus irmãos conseguiam. No fim, precisava concordar com Amaa: eles estavam sim muito atrasados.

E ele sabia, só em olhar para elas, que Makkari e Thena também concordavam.

- Mas nada que não possa ser remediado. – Mneme afirma, tentando melhorar a situação e aumentar a moral dos três. – Leva tempo... Algo que não temos, eu sei. Mas talvez a própria tensão pode servir como motor para que suas habilidades cresçam ou, nesse caso, apareçam. – Amaa, ao seu lado, não parecia compartilhar do sentimento.

Era engraçado vê-las, lado a lado, pois não poderiam ser mais diferentes. Enquanto Mneme era o tipo de líder motivacional que, mesmo com todas as merdas acontecendo, tentava enxergar algo minimamente positivo, Amaa estampava criticidade e julgamentos, assim como expressava – as vezes explicitamente – o seu descontentamento sempre que algum deles fizesse algo de errado.

Mas, surpreendentemente, elas se entendiam. Como? Ele não fazia ideia. Mas sempre que as via cochichar aos cantos, sabia que estavam sempre chegando a um denominador comum – e isso nada tinha a ver com a hierarquia que, agora, existia entre elas. Talvez o respeito falasse mais alto... Ou talvez, elas reconhecessem que, em alguns momentos, era melhor ter uma mão mais suave que forte e vice-versa.

De qualquer forma, o treinamento mostrava-se como algo extremamente cansativo. Ele perdera as contas de quantas vezes terminava o dia esgotado. Sentindo dores em locais que nunca imaginava ser possível. Claro que isso acontecia porque, na maior parte do tempo, servia muito mais de saco de pancadas para seus – agora – companheiros do que qualquer outra coisa.

Passadas semanas, não havia sequer conseguido tirar seus pés do chão ou esmurrado alguém com uma força além da normal entre Eternos ou sequer manipulado energia cósmica em forma de uma bolota para sua defesa.

Na verdade, ele e Thena encontravam dificuldade em expandir seus universos. Makkari, por outro lado, poderia ganhar todas as medalhas de mérito existentes no planeta. Na primeira semana, conseguira lançar uma rajada de energia do tamanho de uma bola de gude na direção de Ceyote. Na segunda, já era do tamanho de uma bola de tênis. Da terceira em diante, não só conseguia canalizar energia suficiente para nocautear o oponente, como também voara na direção dele - bem, até perder o controle e dar de cara com uma parede, mas isso contava como um progresso também.

"Você precisa visualizar a energia saindo do seu corpo." – dizia sempre que via os outros dois olharem embasbacados em sua direção.

"Sim, Makkari, vejo que é muito fácil." – ele respondia irritado.

"Pense que tudo ao nosso redor é feito de energia. Você é feito de energia!" – ela diz. – "Só precisam encontrar algum modo de canalizá-la e externar. Não é tão difícil."