CAPÍTULO 7

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- Precisamos de um plano! – a voz desesperada de Helios tira Mneme do estupor de tristeza que a tomava. Até quando?

- O que precisamos é nos apressar! – responde Valkin. – Sigmar segurou a informação até o último segundo! Já podíamos estar em Seyoln! Me parece mais uma traição.

- Sigmar já não é problema nosso. – Amaa responde com os olhos fixos em Mneme. Sabia o quanto ela estava fragilizada naquele momento, mas a última rezava ao destino ou qualquer outro deus para que a segunda no comando não comentasse nada. O que menos precisava era de olhares cheios de preocupação numa situação como aquela. – Sugiro que nos transportemos em grupos. Alguns permanecem aqui em Ironwyn, outros se deslocam até Lakeburn para analisar a situação da cidade a fundo e, aqueles mais preparados e dispostos, vão até Seyoln e...

- Já devíamos estar nos movendo. Aurelle não dará conta sozinha. – Mara interrompe.

- Vocês a subestimam demais. – Mneme disse baixinho. – Aurelle é mais do que capaz.

- Nós sabemos. – diz Daina, colocando a mão num dos ombros da pensadora. Mneme odiou aquilo. – Mas um pouco de cautela é necessário. Ficarei aqui! Amaa, Mara e Valkin devem ir até Seyoln, junto a Makkari e Thena, se não for pedir muito! – todos acenam afirmativamente com a cabeça. – Ceyote e Helios, deixo Lakeburn aos seus cuidados, são responsáveis pela cidade agora.

- Posso me voluntariar para Lakeburn, Daina. – ouve-se a voz de Eros. – Caso Ceyote e Helios necessitem de ajuda, claro. – adiciona ao notar os olhares desconfiados lançados pelos dois referidos.

Daina parece ponderar a situação, pesando os prós e contras que resultariam daquela decisão, dizendo, por fim: - Tudo bem! Acredito que será uma ajuda bem-vinda.

- E quanto a mim? – Mneme e Druig perguntam juntos.

- Preciso de ambos para controlar as coisas por aqui. – Daina esclarece, embora a pensadora notou que não havia muito o que se fazer ali. A situação em Ironwyn estava mais que controlada. Odiou aquilo novamente. Na verdade, odiava quando Daina assumia uma postura super protetora e condescendente com ela.

Com qualquer um, para ser sincera.

- Mas... – começa a dizer.

- Mas nada, Mneme. Essas são as ordens! – a Eterna Primordial a corta. – Façam o que digo.

Não foi necessário falar duas vezes. Assim que a ordem foi dada, Valkin teletransportou-se, levando Amaa e Mara consigo, sob a promessa de retornar em instantes em busca de Makkari e Thena.

"Nos vemos em algumas horas?" – Makkari diz para Druig.

"Tome cuidado!" – é sua resposta. – Vejo vocês depois! – completa, na direção de Thena.

- Depois conversamos sobre a diversão. – ela brinca no momento em que Valkin reaparece ao seu lado.

- Estão prontas? – pergunta.

- Sim. – afirmam e logo desaparecem.

Ceyote, junto a Helios e Eros, voltaram na direção de Oklohati para se preparar, deixando os outros três no pátio.

O local, antes lotado, estava se esvaziando aos poucos. Druig sentia a energia pesada deixada ali por todo o julgamento e as consequências dele. Mneme ainda ostentava a máscara de força, mas ele sabia que era só fingimento. Só torcia para que, quando ela se permitisse sofrer, não desabasse por completo.

- Mneme, você precisa entender... – Daina começou.

- Entendo muito bem, Daina. – talvez, Druig pensou, a forma que Mneme encontrava de extravasar seu sofrimento fosse através da raiva. – Mas não precisa me poupar de nada. Só confiar em mim!

OMPHALIC | DruigOnde histórias criam vida. Descubra agora