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Jimin pov

Quando eu nasci, eu era um bebê com a pele bem morena e coxas bem finas. Minha mãe costumava falar que eu ficava roxo na hora do banho, de tão magro.

Hoje em dia nada mudou. As minhas poucas refeições me fizeram emagrecer muito. Está cada vez mais difícil manter q lanchonete de pé, mas dependemos dela. Tivemos que despedir o entregador. Sou eu quem faço as entregas agora.

Minha bicicleta também já está desistindo da vida, mas tudo bem.

Como nos últimos anos, vou trabalhar no Natal para ajudar minha mãe. Mesmo sendo inverno, no dia de Natal sempre temos vários clientes, esses que gostam de passar o feriado sozinho. Ou também os que não têm outra opção.

Amanhã seria véspera de Natal e eu não podia estar mais desanimado. Minha vida se tornou monótona; trabalhar e ir pra casa. Por esse motivo, estou pedalando minha bicicleta bem devagar até a lanchonete.

Minha mãe vai chegar mais tarde pois vai pedir um empréstimo no banco. Para não me sentir tão sozinho, escondi Benjamin na minha mochila e o levei junto. Ele sempre foi muito quietinho e dorminhoco, então não tem problema. Óbvio que deixei uma fresta pra ele respirar.

Chegando na lanchonete eu estaciono minha bicicleta e abro o estabelecimento. Quando abro a mochila, Ben salta dela e vai correndo pra cima do balcão. Lá, ele se deita.

"Oi, Ben." digo, fazendo carinho em sua cabeça peluda.

Eu estava de costas quando ouvi o sininho da porta indicar que havia chegado algum cliente, então eu disse; "ainda não abrimos a lanchonete, ela abre em vinte minut-".

Calo minha boca quando me viro de frente e vejo aqueles olhos de Jabuticaba me encarando. Eles estavam marejados e a boca de Jungkook tremia.

"Jungkook? O que houve?" eu digo, indo em direção ao seu abraço que já estava me esperando. Seus braços estavam abertos e suas mãos tremiam.

Ele chorava em meu colo, tentando escrever o que havia acontecido. Eu deixei-o quieto até que se acalmasse e pudesse me contar o que estava lhe fazendo chorar.

Seu corpo se agarrava ao meu e meu moletom branco já estava encharcado de suas lágrimas. Eu não me importava. Na verdade, estava feliz que ele se sentia confortável o suficiente para fazer isso comigo.

Após se acalmar e cessar as lágrimas, alcancei um copo d'água para Jungkook. Enquanto ele tomava, não conseguia esconder na minha face o quanto estava preocupado. Mas, por que? Eu mal o conhecia.

Acariciei seu rosto enquanto ele me olhava. Ele pegou o celular e começou a digitar rapidamente. Suas mãos ainda tremiam um pouco, mas nada que o impedisse de escrever no teclado minúsculo.

Quando ele vira a tela para mim, sinto meu coração palpitar.

"Eu desisti da residência, não sou mais um médico. Meus pais ficaram furiosos quando descobriram que desisti do sonho deles. Mas era deles, não meu. Eles ainda estão bravos comigo, mas eu estou aliviado por poder seguir o MEU sonho agora; a música."

Eu sorrio aliviado e feliz por ele. Agora ele finalmente pode fazer a faculdade dos sonhos e viver do que gosta.

Sem dizer nada, nos encaramos. Nossos rostos estavam muito próximos devido ao recente abraço. Eu podia sentir sua respiração na minha boca.

Jungkook aproximou seu nariz do meu, acariciando-o. Sua boca encostou na minha por um segundo, esse segundo que foi mais do que o suficiente para o meu estômago explodir de felicidade.

"Isso é graças a você. Você me deu coragem para seguir meu sonho."

Eu sorrio genuinamente, mas meu sorriso morre quando vejo minha mãe do outro lado da porta de vidro gravando tudo.

Me levantado rapidamente e corro em direção a minha progenitora, essa que ria e escondia o celular de mim.

"Mãe, apaga isso." gesticulei para ela.

"Jamais." eu rolo os olhos. "Então é isso que você fica fazendo no seu horário de trabalho quando não estou aqui?"

Eu arregalo os olhos e encaro o relógio. Já havia passado do horário de abrir a lanchonete, sorte a minha (ou azar) que não havia clientes.

Sinto a mão de Jungkook no meu ombro. Ele não parece se importar com a presença da minha mãe ali, apenas sorri para ela.

Eles começam a conversar sobre algo que eu não faço a mínima ideia do que seja, apenas foco na sua mão que estava descendo pelo meu braço até encostar na minha.

Sinto seus dedos fazerem um carinho pela minha palma, com delicadeza e cuidado. Eu o encaro, mas ele não me olha de volta.

É, talvez eu goste mais de jabuticaba do que pensava.

*

Oi bebês, tudo bem? Desculpem a demora, sei que estou devendo um capítulo para vocês. Mas, não se preocupem! Essa semana terá atualização dupla! Uhuuuul.
E aí, o que estão achando? Não esqueçam de me seguir no insta (louisestlantidote) e no Twitter (yoongichannel). Amo vocês e obrigada por todo o carinho <3

Então, vocês gostam de jabuticaba?

O Som da Sua Voz • PJM+JJK•Onde histórias criam vida. Descubra agora