Amor de Carnaval - DAYROL

Falta Pouco - 27

Eu nem podia acreditar que aquela já era nossa última semana na Bahia, esses últimos dias haviam sido perfeitos. Durante toda essa semana tivemos tempo de nos aproximar para caramba, eu havia me tornado uma grande amiga dos amigos de minha namorada e vice versa. Na verdade todo nosso grupo havia virado um só.

- Aí, nem dá para acreditar que está acabando. - Victor comentou ao meu lado.

Estávamos somente nós dois na beira da piscina enquanto o resto estava espalhado por aí ou ajudando Lucas a montar o churrasco que ele faria.

- Não é? - Concordei suspirando e olhando para cima. - A gente tem é que aproveitar enquanto ainda tá durando porquê sabe-se lá quando vamos poder fazer isso novamente.

Victor concordou com a cabeça e nesse mesmo momento Day sentou ao nosso lado logo colando seu corpo ao meu.

- Tudo bem aqui? - Ela perguntou sorrindo, misericórdia como que aquela mulher poderia ser tão perfeita?

- Você não cansa de ser bonita não? - Perguntei do nada.

Day riu com vergonha e negou com a cabeça enquanto Victor soltava um "Arrumem um quarto".

- E respondendo sua pergunta, nós estamos bem. - Victor disse.

- Você viu se tem pão de alho, amor? - Perguntei para minha namorada.

- Ainda não passei pela cozinha, mas eu espero que sim. Preguiça de ir no mercado. - Ela respondeu.

Day havia diminuído seu consumo de carne vermelha a alguns meses, a meta de minha namorada era virar vegetariana, mas esporadicamente ela ainda comia peixes e alguns tipos de carne.

- Se der tudo errado, Lucas comprou frango. - Victor comentou.

- Isso eu vi, mas não queria comer carne hoje sabe? - Day respondeu.

Nós dois concordamos com a cabeça, Day ainda ficou mais um tempo ali conosco porém ela logo levantou para ir checar se tinha pão de alho. Eu e Victor ainda ficamos um bom tempo ali na beira da piscina antes de levantar e ir fazer algo para ajudar o resto do pessoal.

[...]

Já passavam das 20h quando a comida que havíamos comprado para o churrasco havia acabado, agora nós estávamos só do lado de fora da casa fazendo coro para os Lagostins cantarem.

- Só umazinha vai. - Sofia pediu sendo seguida por um coro de "É'' de todos nós.

Eu vi Day trocar um olhar com os meninos e em seguida Lucas levantou indo pegar seu teclado fazendo com que nós soltássemos um grito animado.

- Eu comi muito pão de alho então hoje vai ser uma música beeeemm tranquila. - Day deu um pequeno sorriso enquanto Lucas já tocava uma melodia suave.

Vem me visitar de madrugada, coloca tua mão em mim que eu deixo
Sem pressa você chega e fica, eu finco afeto nesse peito
Três dias sendo leito, mamando no peito desse calor que é bom

Day começou baixinho, eu não conseguia nem segurar mais a minha cara de idiota apaixonada. Ela estava cantando Liniker e os Caramelows e eu sabia que era para mim, ela nem precisava falar nada.

Sei que eu tenho o dom de dar mergulho com o olhar
Pega e dirige para a casa no dia, também
Que o nosso carinho não dói em ninguém
Sou tua amiga, amante, serpente, meu doce bem

A medida que minha namorada ia cantando eu não podia deixar de imaginar como seria dividir uma casa com ela e poder ver a beldade que era Day cantando, por todos os cantos, seria literalmente como zerar a vida.

Soma, mas não some, fica e a gente dorme
Incenso a casa com alecrim
'Cê segue a vida e eu sigo assim
Na estrada, no trem, de Berlim a Belém
O que é que é tirar um tempinho pra ficar mais perto de mim?

Day estava descansando sua cabeça em seu ombro, mas a medida que o high note da música vinha se aproximando ela foi se sentando corretamente para tentar alcançar a nota. Eu me lembrava bem da vez que ela comentou estar tentando aprender a cantar essa música, essa parte do high note era meio complicada para ela porém minha namorada logo pegou o jeito.

Bom dia

Depois que essa música acabou ainda vieram algumas outras, mas nada muito extenso. Estava tarde e todos nós estávamos cansados.

[...]

Dayane POV'S

Não pude evitar de sorrir ao ver Carol jogando frescobol com as meninas, ela estava perfeita como sempre, mas diferente dos outros dias ela estava puta. Minha namorada era extremamente competitiva e ela estava perdendo.

- Nossa, não sei o que acontece primeiro se você ficar encarando a Caroline assim. - Thay comentou do nada.

- Hãn?

- É ué, não sei se você desidrata de tanto babar ou se ela some tamanha as encaradas que você tá dando.

- Não vou nem comentar. - Eu disse. - Até porquê se a gente estiver aqui para discutir encaradas você não tá com moral nenhuma, né?

- Tá doida, Dayane? - Thay até tentou disfarçar mas eu notei o nervosismo em sua voz.

- Amiga, você não tá disfarçando nada olhando para Yasmin daquele jeito.

- Oi? Nossa, tu realmente não tá batendo bem, Day. - Ela começou a rir. - Eu não tô de olho na Yasmin não, na verdade eu tô é gostando bastante do Bruno.

Meu queixo caiu em níveis que eu não consegui nem disfarçar.

- Sério?? Mas nossa, parecia que vocês estavam no maior clima.

- Não, sua doida. A Yasmin era a única que sabia que eu estava meio que na dele.

- Meio?? Muito, né. - Yasmin surgiu atrás de nós duas, o que ocasionou em mim e Thay soltando um grito de susto.

- Porra!! Tá maluca, Yasmin? - Thaylise reclamou.

- Sangue do cordeiro, faz isso não cacete.

Yasmin riu se sentando no meio de nós duas. De longe eu podia ver Carol se aproximando.

- Essa daí tá caidinha pelo Bruno tem é tempos. - Yasmin denunciou. - Antes de a gente se juntar nessa viagem ela já estava de olho no insta dele.

- Quem está afim do Bruno? - Minha namorada perguntou balançando a cabeça e nos molhando já que ela havia acabado de sair do mar.

Eu não reclamei muito já que estava com calor mas ouvi as meninas reclamarem com ela que soltou um "Desculpa".

- Ninguém tá gostando de ninguém não. - Thay desconversou.

- Já cansou de jogar? - Perguntei enquanto Caroline se sentava ao meu lado.

- Não, eu escutei vocês gritando e vim ver se estava tudo bem, mas agora que cheguei aqui deu uma leve preguiça de voltar.

Nós três rimos e ela somente deu de ombros enquanto começava a passar mais um pouco de protetor solar. Eu suspirei vendo o quanto aquilo era cena caseira que eu não me importaria de ver sempre, a verdade era que eu mal podia esperar para finalmente dividir uma casa com a minha namorada. Ainda bem que agora faltava pouco.