Mulher - 15

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Suspirei mais uma vez, estava no quarto da casa de Victor somente esperando ele sair do banho para me ajudar a escolher uma roupa. Iria sair com Caroline agora no final do dia, era nossa última noite juntas e eu queria que durasse o máximo possível.

- Cheguei, cara aprendiz! - Victor exclamou no batente da porta.

- Ótimo, não quero me atrasar hoje. - Me levantei.

- Tentando fazer a noite durar?

- O máximo possível, sabe lá quando vou vê-la novamente. - Respondi Victor que se movimentava de uma lado para o outro afim de me ajudar a montar um look bom para mim.

Não demorou muito e decidi que iria com um cropped preto e um jeans com tons de roxo, deixei as peças de roupa na cama de Victor enquanto ia tomar um banho rápido.

- Ei, você andou escrevendo mais alguma coisa? - Victor me perguntou enquanto eu andava pelo seu quarto com vestindo apenas o jeans e um sutiã, procurando meu tênis. 

- Sim! Escrevi uma música ontem depois que Carol me deixou em casa. - Comentei. 

Antes que pudesse entrar em detalhes da minha nova composição meu celular vibrou e eu soube que minha namorada havia chegado. Olhei pela janela somente para confirmar o que eu já sabia, lá estava Caroline, do lado de fora de seu carro e encostada na porta.

- Te conto mais amanhã, tenho que descer. - Avisei e lhe deixei um beijo na bochecha antes de sair. 

Desci pela escada sem paciência para esperar o elevador, sai da portaria dando boa noite para o porteiro e correndo em direção ao carro de minha namorada que já sorria em minha direção.

Antes de abrir a porta com um sorriso maior que meu rosto, me aproximei de Caroline e lhe beijei lentamente, separando nosso lábios com uma leve mordida em seu lábio inferior.

- Para onde vamos? - Perguntei. - Se você disser surpresa eu saio desse carro agora.

- Ui, toda mandona. Eu posso te contar para onde vamos, não precisa ficar brava.

- Você nunca conta, tenho que começar a ameaça desde já. - Eu dei de ombros.

- Certo... Bom, estamos indo no pontão.

- O pontão?

- É, ué. Eu cai num site hoje de manhã que dizia que estava acontecendo uma feirinha lá, com direito a apresentação ao vivo e tudo.

- Wow, nem eu sabia disso. Será que eu encontro meu cacto lá? - Meus olhos brilharam em expectativa.

- Se ela for tão incrível quanto parece, tu acha seu cacto e seu bonsai. - Minha namorada sorriu.

Haviam alguns meses que eu estava na luta atrás de um bonsai e um cacto, era as duas plantinhas que eu mais amava. Era doida para ter uma delas em meu quarto.

Sorri em pura animação, eu não era muito de ir em feiras mas elas se tornavam extremamente boas com Caroline ao meu lado. Não levamos muito tempo para estar entrando no pontão, eu já estava doida para soltar meu sinto e correr até aquela feira mas minha namorada parecia estar numa paz de espírito tão grande que eu sequer havia coragem de perturbá-la.

Carol estacionou perto da feira, por pura sorte achamos uma vaga, saltei do carro em pura ansiedade. Caroline saiu do carro sem pressa e abriu o porta malas pegando de lá uma cestinha e meu violão que somente estava ali por eu ter esquecido o mesmo lá. 

- Você me trouxe para uma feira e um piquenique?! Você é a mulher da minha vida! - Exclamei sem a mínima dimensão das minhas palavras.

- Eu sou perfeita, sei disso. - Minha namorada se gabou sorrindo e dando de ombros enquanto entrelaçava a sua mão desocupada na minha.

Caminhamos calmamente até a feirinha, o lugar estava bem iluminado, coberto por um toldo e tinham diversos tipos de stands ali. Logo me dirigi até o stand de plantas procurando calmamente meu cacto e bonsai.

- Ei, acho que achei amor. - Escutei a voz de Carol um pouco longe de mim.

Virei-me para ela e quase morri de animação quando a vi segurando um bonsai em suas mãos parada ao lado de uma mesinha cheia de cactos.

- Você achou os dois! - Exclamei já pegando meu cartão.

- Achei? - A ruiva ainda não havia notado que estava parada ao lado dos cactos.

- Amor, olhe para o lado.

Assim que minha namorada virou o rosto pude ver o momento exato em que ela abriu a boca completamente surpresa. Ri e peguei um cacto e o bonsai de sua mão.

Andei até uma jovem moça no caixa, ela sorriu gentil pra mim e eu coloquei as plantinhas em cima da bancada.

- Ei, o que está fazendo? - Minha namorada perguntou.

- Ué, pagando?

- Deixa que eu pago, amor.

- Não precisa, você sabe. - Eu neguei. De onde vinha aquilo?

- Amor, encare como presente de aniversário atrasado. - Ela disse sorrindo.

- Eu não preciso disso, baby.

- Só deixe eu te mimar um pouco! - Ela pediu.

- Façamos assim, eu pago um e você paga o outro. Pode ser?

Ela concordou com a cabeça e eu sorri largo, podia ser cedo mas eu não ligava a cada segundo que passava eu tinha mais certeza. Carol era a mulher da minha vida.

Amor de Carnaval - DAYROLOnde histórias criam vida. Descubra agora