Lagoa Santa I -5

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Eu sorri sozinha ao acordar com o sol em meu rosto, mas logo levantei rápido. Do meu quarto de hotel o sol não pegava em mim, ou seja, eu não estava no meu quarto. Olhei em volta não reconhecendo onde eu estava. Um pequeno medo me invadiu. 

- Hey! Bom dia. - Me aliviei profundamente ao escutar a voz de Caroline.

- Hey...

- Não se desespere, você está no meu apartamento.

- A gente...? - Deixei o resto da frase no ar.

- Não. - Ela riu. - Acredite, está tudo bem. Seus amigos sabem que você está aqui.

- Saquei... - Ainda estava tentando entender como eu havia ido parar ali.

- Você estava muito bêbada pra encontrar qualquer membro da tua família então eles me pediram pra te abrigar. Nathália disse pra sua mãe que vocês iam dormir na casa de uma amiga dela e passar o dia no clube.

- Obrigada. - Disse baixinho e sorrindo.

- Não foi nada, tem uma escova nova no banheiro e eu posso te emprestar umas roupas se você quiser. - Ela foi solicita, se sentando ao meu lado. Eu ainda estava com as roupas da noite passada. 

- Você não se incomoda?

- Jamais, vá em frente. - Ela sorriu. - Falando nisso, sua prima me disse onde ficava o clube se quiser eu posso te deixar lá.

- Você dirige? - Gritei do banheiro.

- Sim. - Ela gritou de volta.

Foi naquele momento que me deu um estalo, quantos anos tinha Caroline? Eu nunca havia parado para pensar nisso, na verdade, eu não sabia quase nada sobre ela além de seu nome. Tomei meu banho sem demorar muito, escovei os dentes e pouco antes de sair do banheiro escutei Carol gritar:

- Eu vou na cozinha! Quer algo?

- Não. - Gritei de volta.

Aproveitei que ela havia saído do quarto e me vesti rápido com a roupa que Caroline deixara em cima da cama.

Sai do quarto e fui atrás da ruiva encontrando ela concentrada no liquidificador.

- Ei, eu tava pensando. Não sei quase nada sobre tu. - Comentei. 

- Nem eu de você. - Ela deu uma risada gostosa. - Vou te dar um rápido resumo do que é importante: Meu nome completo é Caroline dos Reis Biazin, faço faculdade de arquitetura, tenho 20 anos e meu aniversario é dia 22 de Abril.

- Cê tem 20? Eu te dava uns 17 no máximo. 

Ela riu e negou com a cabeça.

- E você? - Ela se sentou na bancada me encarando, quase me perdi novamente. Seu olhar me desestabilizava. 

- Tá minha vez. - Eu disse. - Meu nome completo é Dayane de Lima Nunes, tenho 17 anos, meu aniversario é no dia 8 de junho e eu moro em Brasília.

- Espera, cê tá no ensino médio e não mora aqui?? - Eu gelei, será que era ali que todo aquele sonho acabava e dava merda? Ela já sabia que eu não morava aqui antes...

- Sim...

- Meu deus, não parece nem um pouco, jamais ia saber. - Ela riu no final. - Não tem problema você não morar aqui, eu acho. - Deu de ombros. 

Caroline riu da própria confusão e eu suspirei meio que aliviada, ela terminou o que estava fazendo, parecia vitamina.

- Quer um gole? - Ela perguntou.

- É o que?

- Vitamina de kiwi com leite.

Dei de ombros e tomei um gole da vitamina, estava realmente boa.

- Meu Deus! É muito bom. - Exclamei tomando mais um gole.

- Eu sei! Calil, odeia. - Caroline deu risada. - Mas um dia farei ele gostar.

- Calil??

- Sim, ele é meu melhor amigo. A gente se conhece desde quando nós tínhamos 4 anos.

- Caralho, isso é bastante tempo! - Ela riu da minha reação e se sentou ao meu lado na bancada novamente.

- Sim, um dia eu te apresento pra ele, quem sabe.

- Vou cobrar.

Ela concordou com a cabeça, sorrindo. Carol tinha o sorriso mais contagiante já conhecido por mim, ela colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha para então dar um beijo em minha bochecha.

- O que quer fazer? - Ela sussurrou.

- Te beijar. - Sussurrei.

- E está esperando o que então? - Ela retrucou dando uma risadinha no final.

Coloquei minha mão em sua nuca e a outra em sua cintura pra então puxa-la em minha direção e beijar seus lábios. Ficamos ali trocando beijos por longos minutos até que o toque do meu celular nós interrompeu.

Levantei e fui atrás do meu aparelho, atendi rapidamente com medo de ser importante.

- Alô?

- Caralho, finalmente tu atendeu. - Era Victor.

- Eu estava longe do celular, desculpa.

- Tá, tudo bem. Seguinte, tu vem pra o clube? Porquê se tu não for vir avisa pra sua ruiva que a gente tá indo pra o barzinho da esquina do clube. Aquele que fica do lado da Araújo.

- Victor, existem 1000 Arajuos em BH.

- Ela vai saber qual é.

Eu revirei os olhos mas não tive tempo de responder, o sem noção desligou na minha cara. Eram 15h, quem vai pra um bar plena três horas da tarde?

- Era o Victor?

- Sim. Eles foram pra um bar na esquina do clube, aquele que fica perto da Araújo sabe?

- Ah sei, ali é bom pra almoçar. - Ela comentou.

Agora fazia mais sentido o que eles estavam fazendo por lá.

- Eu estava pensando... Era pra eu ir pra lagoa santa hoje, encontrar com uns amigos. Quer ir? - Caroline perguntou. - Assim, se você não quiser, tudo certo a gente faz outra coisa ou eu te deixo onde seus amigos estão e depois... - Eu interrompi ela com um selinho.

- Vou arrumar minhas coisas.

Caroline sorriu e me seguiu para o quarto para que arrumássemos nossas coisas, no caso as minhas eram pouquíssimas. Nesse meio tempo mandei uma mensagem para Victor e então fomos para lagoa santa.

Amor de Carnaval - DAYROLOnde histórias criam vida. Descubra agora