Tempo de Verdade -19

232 32 9
                                    

2 Meses Depois

Mais um dia que eu acordava completamente desmotivada, estava foda a rotina de faculdade. Pra piorar a situação, Day parecia fantasma, sumia do nada e voltava quando queria e eu estava tentando ser compreensiva já que o primeiro show de sua banda estava para acontecer então eles estavam ensaiando para caralho porém não podia ignorar o fato de que sentia falta dela.

Me vesti rapidamente e fui para a faculdade ouvindo Blue Ocean Floor (Justin Timberlake), não estava muito sociável então nem procurei as meninas, meu plano era somente passar por todo mundo até chegar na sala porém isso não deu muito certo porquê foi só eu colocar os pés no campo que Bruno brotou na minha frente.

- Eita, que cara de velório é essa? - Bruno perguntou.

- Nada não, Gadi. - Respondi tentando passar por ele.

- Como que não? Tá com cara de quem foi atropelada por um caminhão. Conta para o tio Gadiol, o que houve?

- Eu não quero conversar sobre isso Bruno. - Tentei ser mais seria.

- Claro que quer, como que você vai superar isso se não conversar sobre? Vai, pode contar. Tio Gadi não julga não.

Eu respirei fundo e revirei os olhos, ele não me deixaria em paz.

- Tá, é só que eu não me acostumo com como as coisas estão aqui. Porra, Bruno, cê sabe que eu costumava a ser ligada nos 220 volts. Eu ia em todas as baladas de BH, saia delas quase 7h da manhã quando elas estavam fechando, agora eu pareço uma senhora. Se bem que até senhoras devem ter a vida mais ativa que a minha nesse momento, para fechar com tudo, Dayane começou uma banda e virou fantasma. Eu só sinto falta da aventura, Gadi.

- Claro, né. A bonita ficava com Belo Horizonte inteira e agora tá aí, dona do lar. Tu sente falta é da Aventura, Carol.

- Eu sei, eu acabei de dizer isso. - Rebati confusa.

- Shiu, ainda não acabei. Só que você não nota que isso que você tá vivendo é uma aventura, porra cara tu tá em relacionamento a distancia, começou um trampo de pintura a um tempo atrás. Tudo isso é aventura. Sabe o que tu faz? Começa algo novo, algo do zero. Ah, e fala com a tua namorada, porra, não tem como ela saber o que tu tá sentindo.

- Bruno, como diabos eu vou falar com alguém que não tem tempo pra falar comigo? Tô te falando, Day está m.i.a*.

- Cara, dá teus pulos. Uma hora vocês vão conseguir se falar. - Ele me deu um beijo na testa. - Qualquer coisa me procure ok? Você não precisa passar por tudo sozinha, Cah. 

Não queria mais debater sobre aquilo então só concordei com a cabeça e fui para a minha sala.

Dayane POV'S

- Vai gente, do começo de novo. - Lucas repetiu mais uma vez.

Eu respirei fundo voltando a tocar junto a eles, Lucas estava um saco esses últimos dias. Desde que criamos a banda investimos pesado nela e dentro de duas semanas seria nosso primeiro show, mas isso parecia estar entrando nos nervos de Lucas já que ele nos fazia ensaiar todos os dias até tarde da noite. Nessas últimas semanas eu havia chego em casa no mínimo todos os dias 23h, detalhe, chegava exausta já que eram horas de ensaio sem parar.

Isso estava drasticamente atrapalhando meu namoro com Carol, já que nossos horários não se batiam e quando tínhamos algum tempinho juntas eu acabava pegando no sono porquê estava cansada para caramba.

- Day? Ô Day?! - Lucas me gritou. - Tá viajando cara?

- Não, pô. Desculpa.

- Presta atenção, tá sem foco não é de hoje.

- Ah, Lucas não fode.

Lucas não discutiu mais, somente voltamos do começo na mesma música que já havíamos tocado não sei quantas vezes. Dei graças quando o som do toque do meu celular interrompeu nosso ensaio. Peguei-o sem muito rodeio e quando vi que era Carol suspirei.

- Preciso atender isso.

Sai antes que alguém reclamasse de algo e atendi no seu terceiro toque.

- Oi, amor.

- Uau, você realmente me atendeu.

- Eu sempre atendo.

- Não ultimamente, né. -Senti a acidez no tom de minha namorada e suspirei.

- Tudo bem?

- Não muito, mas vai ficar.

Eu ia perguntar se ela queria conversar porém antes disso fui chamada por Victor dizendo para que eu voltasse, dessa forma poderíamos terminar mais cedo.

- Você quer falar disso mais tarde? Eu preciso ir agora.

- Quando você não precisa, né, Dayane.

Outch, ela me chamou pela nome. Definitivamente Caroline estava puta, eu sabia que ela não ia levantar a voz, não era do feito dela, mas só pelo seu tom e pelo fato de ela ter me chamado pelo nome já deixava claro sua irritação.

- Eu juro que te ligo mais tarde.

- Já ouvi isso antes também.

Victor me gritou novamente.

- Amor, eu tô falando sério.

Eu ia continuar falando porém fui interrompida com Elana me chamando agora.

- Puta que pariu, eu já vou! Mas que caralho. - Gritei de volta para os três.

- Seguinte, tô vendo que cê tá ocupada. Desculpa ter te ligado. Então quando você tiver tempo, mas tempo de verdade, me procura.

Ela não me deixou nem responder e desligou na minha cara, voltei para dentro da sala de ensaio puta, simplesmente revoltada.

- Custava esperar mais um pouco? - Perguntei ríspida.

- Sem tempo irmão. - Lucas respondeu.

- Que porra de sem tempo, tem mais duas semanas aí pra gente ensaiar Lucas. - Reclamei.

- Dayas, vamos só voltar a ensaiar tá? Depois tu fica livre para namorar.

Eu revirei os olhos e peguei o microfone novamente, iria ser um longo dia ainda. 

Amor de Carnaval - DAYROLOnde histórias criam vida. Descubra agora