Por que Não? - 13

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Eu batia meus pés de forma frenética no chão, faltam poucos minutos para o fim da aula e eu já estava era agoniada.

- Dá para parar?!- Sussurrou Victor no meu ouvido.

- Desculpa, estou ansiosa.

- Eu sei que teu rabo tá pegando fogo para ver a morena, mas acalma aí. Tá acabando. - Ele riu baixinho. 

Eu respirei fundo e concordei com a cabeça. Ele estava certo faltavam 10 minutos, mas esses minutos estavam se arrastando.

- Parecem horas, Vi. - Eu sussurrei.

Ele riu mais uma vez e se virou levemente para me olhar.

- Eu sei, mas já estamos saindo.

Dito e feito, foi Victor terminar sua frase que o sinal bateu. Eu levantei rapidamente e por já estar com o material arrumado saí da sala e fiquei na porta esperando por Victor.

- Pode ir, vou embora mais tarde hoje. Thay vai me ajudar em física. - Ele disse dando um beijo na minha bochecha e saiu andando até Thay que estava no final do corredor falando com Heitor.

Eu dei de ombros e andei rapidamente até a entrada (lê-se corri). Meu sorriso quase rasgou o rosto ao ver Carol do outro lado da rua encostada em seu carro e com óculos escuros, o sol estava forte.

- Você está uma cópia fiel de bad girl. - Eu disse sorrindo.

- Deixo a pose de marra pra você. - Ela brincou. 

Eu ri negando com a cabeça e lhe dando um selinho que Carol tratou de aprofundar em um beijo. Mordi seu lábio inferior finalmente separando nossos lábios e ela abriu a porta para mim.

Entrei no carro enquanto Carol dava a volta e entrava no veículo que já tinha o rádio ligado.

- Certo, agora pra que lado fica a UnB?- Minha namorada perguntou.

Então lhe dei todas as direções para que finalmente depois de longos minutos chegássemos na faculdade.

- Acho que é aqui que a gente se despede?

- Infelizmente sim. - Ela respondeu. - Passo na sua casa mais tarde?

- Claro! Ô, vou ficar esperando. - Eu respondi sorrindo.

Ela sorriu e saiu do carro dando a volta rápido para abrir a porta para mim antes que pegasse meu material nos bancos traseiros do carro.

- Obrigada, amor. - Agradeci enquanto ela fechava a porta.

- Que isso, olha, eu tenho que ir. Mas te ligo assim que sair daqui. - Ela avisou.

- Tá bom, vai lá.

Ela se aproximou e trocamos um rápido beijo antes de Carol sair apressadamente em direção a entrada. Sorri sozinha e comecei a caminhar em direção a casa de Victor que era ali perto.

Levei alguns minutos apenas e em segundos lá estava meu primo abrindo a porta do seu apartamento para mim.

- Ué, tá fazendo o que aqui? - Ele questionou confuso.

- Credo, vim te ver. Posso mais não?

- Eu bem te conheço, Day. Tu não sai de casa nem pra comprar o bendito do leite condensado que tu tanto gosta. Tava a onde?

- Tudo bem, eu me rendo. Fui deixar Carol na UnB e resolvi ver se você já tinha chegado da sua "aula" com a Thay.

- Resolvemos vir para cá, ela está lá dentro inclusive. Entra aí.

Finalmente entrei dentro do apartamento sendo recebida por Luna a pequena cadela de meu primo. Me abaixei para pega-la no colo e sorri dando pequenos beijinhos em Luna.

- Ei, tudo bem? Você nunca mais voltou e... - Thay parou de falar ao me ver e em seguida deu um sorriso sem graça. - Hey, Day. Não sabia que você vinha aqui hoje.

- Eu não vinha, mas fui deixar Carol na faculdade e pensei em passar aqui. - Eu disse notando o nervosismo em Thay e o clima tenso que se instalou na sala. Mas que porra estava acontecendo?

- Vi eu posso falar contigo? Na cozinha, tipo agora. - Sai puxando meu primo até a cozinha e fechando a porta atrás de mim. - O que está rolando entre você e a Thay? - Perguntei confusa, será que eu interrompi algo?

- Nada, como assim? Tá louca? Não tem nada e se tem Deus sabe, eu não.

- Não mente pra mim.

- Aí, certo. Thay me beijou, uns 10 minutos antes de você chegar. Aí ela disse que gostava de mim a séculos e eu abri o jogo e disse que gostava dela também. Foi isto.

- Wow... Eu sempre senti uma vibe diferente em vocês, mas não esperava que você gostasse dela de volta...

- Eu sei, sou um ótimo ator. Globo me contrata. - Ele disse me fazendo rir. - Mas agora sério, eu estou surtando! Como vamos ficar agora?

- Relaxa, a gente vai voltar lá e vocês vão agir como sempre. Vi, realiza. Vocês já agiam como um casal, só faltava oficializar.

Victor ficou calado mas ele não conseguiu evitar o sorriso bobo que nasceu em seus lábios. Eu ri, ainda o zoaria muito sobre aquilo mas naquele momento era bom ver que meu primo finalmente estava gostando de uma pessoa descente e que o fizesse bem.


Amor de Carnaval - DAYROLOnde histórias criam vida. Descubra agora