Durante a mudança de Taehyung para o novo orfanato em que Jungkook se hospedava, os meninos se conhecem e descobrem que têm tudo em comum, formando assim uma complexa e linda amizade.
Em Jazz, Band-is, Balas e Nós - Atria e Alien mostram que o amor...
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Alien:
Terminei de organizar minha mochila pela quarta vez em três meses... Novamente se repetia, eu estava sendo transferido para outro orfanato e sentia medo de por quanto tempo isso duraria, eu estava entrando na minha adolescência e algumas dezenas de orfanatos não aceitavam mais crianças acima de quinze anos.
Desculpe não me apresentar de início, não sei fazer isso tão bem.
Eu sou Taehyung, um garoto de quinze anos, órfão e mudo que ama Jazz. A sra. Sara me dizia que não, que eu estava errado. Mas eu não sou tão burro e sei que minha condição dificultava minha adoção. Eu nem mesmo queria ter um lar, não consigo me sentir em casa em nenhum lugar que eu vá. Me sinto deslocado, perdido e muito, muito triste.
E eu também sabia que minhas atitudes contribuem para que os pais que vinham visitar o orfanato em busca de alguma criança para adotar, acabavam me reprovando por causa das minhas sapequices. Não me culpem, eu sentia que eles não seriam o meu lar onde me encontraria confortável e amado, com nenhum deles.
As outras crianças não gostavam da minha presença, sempre se afastaram quando eu chegava perto ou estava no mesmo ambiente que elas. Algumas delas diziam que eu era de outro planeta por me manter sozinho na minha própria companhia, quieto, apenas escutando meus Jazz sem fazer mal a nenhuma delas. Eu não ligava, sério. Por mais que tenha chorado algumas noites, dias e semanas, sentindo que eu estava sendo um incômodo para esse mundo, eu não ligava.
Eu estava indo para outro orfanato, um novo ambiente, novas pessoas. Não negaria que estava ansioso, como serei recebido? Será que eles já estavam cientes do meu histórico?
— Taehyung? — Sarah, a funcionária que era responsável por todas as minhas transferências, adentra o meu ex-quarto. — Está na hora, vamos.
Sacudi a cabeça em confirmação e crispei os lábios. Passei os olhos uma última vez pelo quarto que por meses se tornou o meu refúgio, meu cúmplice. O lugar onde voei para mundos extraordinários enquanto um bom Jazz soava em meus ouvidos, compartilhei meus desenhos e um sonho.
Segui Sarah até o carro estacionado que nos esperava. As outras crianças, algumas curiosas, me observaram atravessar o portão sem se despedirem. Eu não era uma pessoa apegada a lugares, mudanças costumeiras se tornaram parte da minha rotina e mesmo que estivesse doendo deixar para trás meu canto, eu não derramei lágrimas.
🎧
Uau!
Parecia mais um castelo do que um orfanato. Incrível!
Com as mochilas nas costas, fones de ouvidos no pescoço e a mão de Sarah entrelaçada à minha, caminhamos até a porta do castelo. Um senhorzinho nos recebeu, educado e prestativo ao ajudar o motorista a carregar minha mala escada acima.